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Pedro Valente divulga nova carta aberta a Roberto Dinamite
Domingo, 06/03/2011 - 16:19
Carta divulgada pelo site do grupo de oposição Casaca:
"CARTA ABERTA II A ROBERTO DINAMITE
Por Pedro Valente
Tinha certeza que você, Roberto, jamais responderia a minha primeira Carta Aberta a você dirigida e publicada no Casaca, reproduzida no Netvasco.
Não só pela falta de capacidade e preparo como também por falta absoluta de razões e coragem.
Roberto, você é um despreparado e não sabe o que é liderança, daí a situação em que se encontra o nosso Clube não só do ponto de vista administrativo, como, principalmente, no esportivo, haja vista a situação deplorável a qual você levou o nosso Vasco, ao manchar toda a sua história através de uma indigna segunda divisão. Em sua resposta, que você pediu a um “pena de aluguel” (já devidamente desqualificado em artigo publicado pelo Casaca) que redigisse e endereçasse a mim, o referido escriba, embora com os cuidados de quem pisa em ovos, em suas críticas cometeu erros, leviandades e injustiças imperdoáveis contra a minha pessoa. Afirmou que você, Roberto, não aceita o debate, o que todos já esperavam devido a sua falta de convicção vascaína e às suas naturais limitações. Um cidadão mesmo com poucos estudos, quando acredita em suas razões e tem firmes convicções, sabe se defender e enfrenta qualquer situação, o que não é o caso do atual presidente do Vasco.
Atribuiu a mim, a falsidade de não ter escrito eu mesmo a referida “Carta Aberta”, ignorando que eu, afortunadamente, não preciso e nunca precisei que alguém redigisse qualquer texto por mim. Basta consultar o site de minha Clinica de Cirurgia Plástica, para ter acesso aos inúmeros artigos de minha autoria publicados sobre medicina, política, sociologia, esporte, entre outros, em jornais e revistas nacionais e estrangeiros.
Afirmou também que você, Roberto, não aceita renunciar em prol de uma pacificação, visando à redenção de nosso Clube, tão carente neste momento que atravessa, após três anos de gestão caótica, de retomar o seu glorioso destino e as tão desejadas vitórias pela torcida e quadro social.
Não aceitar o debate é até compreensível e já era esperado. Agora, recusar minha proposta para que ambos renunciássemos, em nome da pacificação, para que um terceiro nome de consenso pudesse promovê-la, isto sim mostra seu “apego ao cargo” e que você sabe perfeitamente que se deixar o Vasco neste momento, fracassado e desmoralizado como você está, terá encerrada a sua carreira política de deputado, que conquistou através do Vasco, Clube que você serviu por dinheiro durante anos como jogador e que, certa vez, já aposentado, tendo sido convidado a participar da administração como dirigente no futebol, perguntou, cinicamente, quanto ia receber. Portanto, quem tem “sede de poder” é você, Roberto, que se não fosse aquela vitória do Vasco sobre o Goiás, às vésperas da eleição passada, em que você ficou em último lugar, certamente teria perdido a eleição para deputado, sendo que da anterior, quando ainda não era presidente do Vasco, para esta última, quando já exercia a malfadada presidência, você passou de quarenta e nove para trinta e nove mil votos, perdendo mais de vinte por cento de seus eleitores.
Como deputado nunca defendeu o Vasco. Defende, demagogicamente, o “futebol do Rio de Janeiro”, assistindo jogo (e perdendo) ao lado de Marcio Braga, sempre com aquele risinho sardônico, o mesmo que ostentava ao pronunciar que seria um prazer atuar pelo flamengo, quando foi anunciado pelo mesmo Marcio Braga (vídeo que pode ser visto no youtube) como atleta do urubu, coisa que só não se concretizou por interferência direta do Eurico Miranda, para quem você tirou o chapéu em programa de televisão (como pode ser visto em vídeo também do youtube), oportunidade em que fez questão de tecer rasgados elogios ao então dirigente Eurico Miranda considerando-o o melhor e mais conhecedor do futebol brasileiro.
Coincidentemente, confirmando os seus prenúncios e expectativas, contidos em suas primeiras declarações demagógicas e oportunistas quando assumiu, nestes três anos de seu mandato a presidência do Vasco, o futebol carioca realmente conquistou a hegemonia do futebol brasileiro, sendo flamengo e fluminense consagrados respectivamente campeões brasileiros e o botafogo campeão estadual. “AO VASCO NADA! na administração Dinamite, apenas a segunda divisão e o pior início de um campeonato estadual na história de nosso Clube”.
Fala em patrocínio de hipismo por ocasião do Projeto Olímpico do Clube de Regatas Vasco da Gama que levou o Brasil com brilhantismo à Olimpíada de Sidney, com desempenho espetacular e histórico dos atletas de nosso Clube.
Naquela ocasião, dentro da filosofia daquele Projeto Olímpico de patrocinar um grande ídolo e uma jovem promessa em cada esporte, o nosso Clube convidou Rodrigo Pessoa (Campeão do Mundo e Campeão Olímpico na categoria top) e a jovem vascaína, minha filha, Joana Valente (Campeã Pan-americana de Juniores na Venezuela). Ambos ostentando a Cruz de Malta nas mantas de seus cavalos, que honraram dentro das pistas as tradições vitoriosas do nosso glorioso Vasco da Gama. Tudo, diga-se de passagem, feito com total transparência e devidamente lançado na contabilidade do Clube.
Diferentemente de seu cunhado, senhor presidente, que, segundo consta, através de deplorável prática nepotista, recebe mais de dez mil reais por mês de um Vasco que deixa de pagar aos seus funcionários mais humildes. Além disso, seu sobrinho trabalha remunerado no Departamento de Futebol e seu genro (casado com sua filha) tem interesses comerciais em compra de passagens e diárias de hotéis, após a desativação da concentração de São Januário, interessado que é na firma Locaflat, conhecida jocosamente como “Genrotur” nos bastidores do nosso Clube, segundo denunciou um ex vice-presidente seu ao deixar sua administração.
Talvez por tudo isso e muito mais você não envie as contas e os devidos comprovantes ao Conselho Fiscal do Clube, numa total falta de transparência, o que redundou, também, pela primeira vez na história do Vasco, na não aprovação por parte deste poder das contas de um presidente.
Sobre o fato de eu ter concorrido como segundo vice-presidente ao lado de Olavo Monteiro de Carvalho na chapa encabeçada por Jorge Salgado, apoiados na ocasião pelo MUV às eleições presidenciais do Vasco, tendo eu, tempos depois, vindo a apoiar e participar da administração Eurico Miranda, este episódio está devidamente esclarecido em entrevista concedida ao grande benemérito José Luiz Mano e publicada no Netvasco, que passo a reproduzir:
Pergunta: “de 1982 até 1987, o senhor sempre gravitou no grupo de oposição a Antonio Soares Calçada. Em 1997, o senhor apoiou Jorge Salgado. Alguns meses depois, o senhor rompeu com o MUV e passou a fazer parte da Situação, que embora liderada por Eurico Miranda, tinha presença do então presidente Antonio Soares Calçada. O que o levou a abandonar o MUV e passar a fazer parte da Situação?”
Resposta: “Na verdade de 1982 a 1997 eu voltei unicamente à condição de torcedor. Isto porque, depois de ter sido atirado de corpo e alma na campanha do Eurico contra o Calçada, fui surpreendido com a nomeação do Eurico para Vice de Futebol do Calçada. Achei na ocasião que merecia ter recebido do Eurico, pelo menos, a consideração de um telefonema, colocando-me a par da situação, coisa que eu facilmente compreenderia e certamente aprovaria.
Somente em 1997, quando o Vasco vinha de resultados muito negativos e já não conquistava um título nacional desde 89, voltei à política tendo sido convidado a apoiar e participar de uma chapa com Jorge Salgado.
Terminada a eleição, como bom vascaíno, achei que deveria ser desmontado o palanque. O MUV era de outra opinião, o que determinou o meu afastamento. Eu estava certo, pois logo depois da duríssima disputa eleitoral que mexeu profundamente com o Clube, o Vasco foi Campeão Brasileiro dando início a um dos períodos mais vitoriosos de nossa história.
Efetivamente o que me fez voltar a apoiar o Eurico, além do reconhecimento pelas brilhantes vitórias que ele, no comando do futebol, ajudou o Vasco a alcançar, foi a sua brava resistência à truculenta e injusta invasão de São Januário pela Polícia Federal. Aquilo me revoltou e mexeu profundamente com meus brios vascaínos. O Vasco estava vivendo um momento dificílimo de terríveis perseguições. A chamada asfixia financeira. Achei que era o momento de esquecer eventuais mágoas passadas e voltar a ajudar o Vasco. Comecei por tentar reaproximar e promover o equacionamento do problema com a Globo, o que felizmente veio a se concretizar, após uma reunião em que eu e o Jorge Salgado, junto com Eurico estivemos presentes na Globo Esporte onde o Eurico foi muito feliz na sua exposição e nos documentos por ele apresentados. O Vasco voltou a respirar”.
Por tudo isso e principalmente por minha trajetória no Vasco, há mais de cinqüenta anos, desde torcedor de arquibancada até ocupar por cinco vezes vice-presidências do Clube, e como Benemérito e Grande Benemérito, me considero com a autoridade moral para propor uma Pacificação, único caminho, a meu ver, para conquistarmos a redenção de nosso Clube, como já ocorreu em épocas passadas inclusive com a minha participação.
E como disse e repito em meu discurso no momento de lançamento da minha candidatura à Presidência do Vasco, caso nossos atuais opositores políticos se sensibilizem a esta nossa conclamação, procuraremos conduzi-la tendo como exemplo Caxias, o grande pacificador do nosso País que então vivia momentos de temerárias lutas intestinas entre Republicanos e Conservadores, Abolicionistas e os que eram contrários à abolição, momento em que o Brasil corria o risco de ser dividido depois de tantas batalhas dos nossos irmãos portugueses para a construção de sua unidade e grandeza. Caxias ao vencer a Guerra dos Farrapos em 1845, fez a seguinte proclamação em nome de D. Pedro II:
UMA SÓ VONTADE NOS UNA!
MALDIÇÃO ETERNA A QUEM OUSAR RECORDAR-SE DAS NOSSAS DISSENÇÕES PASSADAS!
E mais uma vez, parodiando o grande guerreiro e pacificador:
PELO VASCO TUDO SE FAZ!
DELE NADA SE ESPERA!
Pedro Valente
Grande Benemérito e
Candidato à Presidência do Club de Regatas Vasco da Gama"
Fonte: Casaca