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Má fase do Vasco no Estadual não abala status de ídolo de Dedé
Domingo, 06/03/2011 - 08:24
Ainda que o time do Vasco não consiga engrenar nos últimos tempos — como mostrou a derrota na estreia da Taça Rio para o Macaé por 3 a 1 —, o zagueiro Dedé não perde as esperanças de realizar um sonho: ver uma taça conquistada com a ajuda dele na sala de troféus de São Januário. Outra conquista ele já conseguiu. Apesar da irregularidade da equipe, ele ganhou o coração da torcida desde o ano passado. E mesmo nos momentos ruins é unanimidade, sendo poupado das críticas pelos torcedores. Nestes dois anos, o jogador, natural de Volta Redonda, saiu da equipe de mesmo nome da cidade natal, ganhou a capital e o Brasil — foi eleito o melhor zagueiro central do Brasileiro de 2010. E já pode ganhar o mundo em breve. Apesar de todos negarem, o zagueiro de 22 anos tem proposta do exterior e seu destino deve ser a Itália no meio do ano.
Idolatria na crise
“A torcida me apoiou bastante, viu que eu estava produzindo em campo. Acho que foi o sentimento que passei para eles. Na fase ruim, eles passaram para mim. Foi uma surpresa. Fiquei feliz demais, acho que o que eu produzi no ano passado marcou. Mas eu sentia quando vaiavam outro jogador. Era como se estivessem me vaiando, nem escutava os aplausos. Era vaia, vaia e o grupo sentiu muito.”
Escolha pelo Vasco
“Houve boatos de interesse dos quatro grandes do Rio. O Flamengo, o Vasco, o Palmeiras e o Santos me ligaram. E decidi vir para cá. As propostas eram parecidas. Aqui tinha seis zagueiros, mas falei: ‘Vou para lá e quando tiver uma chance vou arrebentar’. No Santos, havia carência de zagueiro, assim como no Flamengo. Acho que foi o coração mesmo. Senti que tinha que vir para o Vasco e deu certo.”
Firmar-se em time grande
“Demorou para eu ter meu espaço. Eles (outros destaques do Carioca-2009) tiveram chances antes, principalmente o Robinho, que jogou comigo no Volta Redonda. Acho que ele aproveitou, mas não conseguiu se adaptar. O Ernani também teve oportunidade. Quando eu tive a minha, trabalhei bastante e me firmei. E no Brasileiro fui o melhor na posição, consegui um contrato melhor. Acho que foi a sequência mesmo de jogos.”
A longa espera
“Não é fácil, tem que acreditar. Acreditei desde que cheguei. Eu era o sétimo zagueiro, ficava sempre treinando atrás do gol. Fazia minha parte, trabalhando forte. Fiz tudo para ficar porque eu não quero passar por isso nunca mais no Vasco. Carlos Germano foi o que mais acreditou em mim. Um dia ele falou: ‘Se prepara porque eu estou sentindo nesta semana que você vai jogar contra o Vitória’. Sem saber que o Gaúcho estava pensando em mim. Foi o dia mais feliz da minha vida no Vasco.”
Ricardo Gomes
“Ele trabalha bastante o setor defensivo e cada erro, ele volta e posiciona a equipe. Isso ajuda muito. Ele foi um excelente zagueiro. Ele sabia se colocar e é o que passa pra gente. Sendo zagueiro, trabalhando especificamente a gente melhora muito mais dentro de campo.”
Ídolos no futebol
“Juan, Júnior Baiano (com quem jogou no Volta Redonda), Thiago Silva, Lúcio, Fenômeno... São os caras que deram muita alegria, principalmente o Fenômeno. Ele é meu ídolo e até me arrepiava vendo jogar. Vejo lances dele direto na internet. No dia da premiação, ele tocou na minha mão e a perna bambeou, foi legal. Fui pegar o troféu pensando que o Fenômeno tinha tocado na minha mão. Muito legal.”
Ficar ou não no clube
“Depende da situação, do que for conversado, não é uma decisão só minha. Eu tenho espaço grande no Vasco e vou pegar experiência se for para um clube de fora. Não quero saber de nada para focar no Vasco caso esta negociação não se concretize. É especulação e interesse do time de lá. Tem questão de passaporte, essas coisas. Pode dar falha.”
Levantar uma taça
“Sempre que passo por ali (sala dos troféus) me imagino levantando uma taça. Na Série B, joguei poucas partidas, três só. Quero levantar uma taça jogando bem, participando do campeonato. Acho que o momento de levantar a taça é este. O clube sabe que podemos conquistar este título (carioca).”
Seleção
“Fui pré-convocado (para sub-20) e cortado. Sensação de quase três vezes. É pensar na principal, o Mano está dando oportunidade a jogadores mais novos. E me falaram que ele me elogiou. Quando alguém fala assim, sabe que está mesmo olhando.”
Fonte: O Globo