Entre os dias 4 e 9 de março, 24 competidores vão disputar as eliminatórias para definir a equipe de boliche que representará o Brasil no Pan-Americano do México, a ser realizado em outubro, com a participação de 12 países. Nesses dias, serão definidas uma dupla masculina e uma feminina.
As eliminatórias vão acontecer no Casa Bowling, no CasaShopping. A eliminatória tem um sabor especial para o casal Márcio e Lúcia Vieira. Moradores da Barra há 32 anos, eles estão entre os pioneiros na luta pela profissionalização do esporte no Brasil e fundaram, em 1985, a Federação Carioca de Boliche. Mais tarde, em 1993, Vieira participou ativamente da criação da Confederação Brasileira de Boliche (CBBol). Ele é também dono do Casa Bowling e dos boliches que funcionam no BarraShopping e no NorteShopping.
Lúcia ocupa hoje o sexto lugar no ranking feminino, e Vieira é líder no masculino.
— Nos anos 80, percebemos que o boliche poderia se organizar como um esporte amador, e não apenas como mera atividade de lazer, por isso rompemos a inércia no sentido de profissionalizá-lo, criando as duas federações — diz Vieira. — Fui para os Estados Unidos aprender toda a parte técnica, como a furação de bolas, e depois procurei repassar esse conhecimento para outras pessoas.
O atleta afirma que o Brasil não está entre os favoritos do Pan, mas que também não é das piores equipes.
— O Brasil tem hoje apenas 1.500 atletas federados, enquanto o México, por exemplo, tem mais de 200 mil. Essa diferença numérica acaba sendo um ponto negativo para nós, porque temos um universo menor de competidores para serem selecionados.
Lúcia ressalta que o boliche ainda carece de divulgação:
— Precisamos que os jovens vejam o boliche como um esporte, para que surjam novos talentos.
Bruno Bonder (à esquerda) e Lúcia e Márcio Vieira treinam para a competição no Casa Bowling
Fonte: O Globo - Jornal de Bairro - Barra