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Confira entrevista com o volante dos juniores Arthur


Domingo, 27/02/2011 - 05:42

ArthurMineiro de nascimento, Capixaba de coração e Carioca por opção. É dessa forma que podemos definir o nosso entrevistado de hoje. Nascido em uma pequena cidade do interior de Minas Gerais, o jovem Arthur foi morar ainda pequeno em Irupi-ES. Foi na cidade capixaba que deu os primeiros passos no futebol e chamou atenção do Vasco, onde se encontra até hoje.

Quem hoje o vê arrebentando, nem imagina que por pouco ele não foi parar no São Paulo. Se não fosse a insistência do falecido Nelson Teixeira, antigo observador técnico do Vasco, talvez Arthur nunca tivesse desembarcado em São Januário.

Aos 19 anos, o garoto hoje forma a dupla de volantes titular da equipe de juniores do Gigante da Colina ao lado de Elivélton. Muito elogiado por seus treinadores, Arthur não deve demorar muito para aparecer no time de profissionais, o que significaria a realização do sonho de um vascaíno apaixonado: seu pai.

Seguidor da Cruz de Malta, seu Valdemir, pai de Arhur, foi jogador de futebol no Espírito Santo e teve a oportunidade de atuar ao lado do ídolo vascaíno Geovani, que segundo ele serve de exemplo para o filho. Em um momento em que futebol é comandado pelo dinheiro, é raro ver um jogador que jogue por amor, por respeito a uma instituição. Arthur é um dos poucos e é justamente por isso que o escolhemos como entrevistado da semana. O resultado desse bate-papo você confere abaixo:

Para começar, fala um pouco sobre a tua carreira. De onde você é? Quantos anos você tem de Vasco? Até quando você tem contrato? Quais foram os seus treinadores no clube?

Sou de Irupi-ES e comecei minha carreira jogando alguns campeonatos regionais por minha cidade. Aos 14 anos tive a oportunidade de ir para o São Paulo Futebol Clube, onde eu treinei por algum tempo. Por não ter me adaptado, resolvi voltar. A partir daí tive um momento de fraqueza e optei por não jogar mais profissionalmente Aos 17 anos resolvi voltar a jogar e buscar meu sonho. Tive a oportunidade de jogar a Copa do Brasil sub- 17 pela equipe do Vila Velhense-ES, onde consegui me destacar e chamar a atenção do Vasco. Cheguei ao Vasco em agosto de 2009 e em novembro do mesmo ano assinei o meu contrato profissional, que foi de três anos. No Juvenil, tive como treinador Kleber (Tornado) e no juniores o Gaúcho e em seguida o Galdino.

Quem te convidou para ir para o São Paulo? Como te ‘acharam’?

Jogando pela equipe de minha cidade, em uma competição estadual, alguns empresários me indicaram para o diretor das categorias de base do São Paulo. Fui para o São Paulo, mas acabei não me adaptando e acabei voltando. Nessa mesma época o hoje falecido Nelson Teixeira, que trabalhava no Vasco, queria me trazer para jogar aqui. Ele chegou até a almoçar na minha casa e quando fui para o São Paulo, ele falou assim: “ele vai rodar e rodar, mas vai parar no Vasco”. Realmente foi o que aconteceu. Infelizmente ele faleceu antes de me ver tornar jogador do Vasco. Mas, tenho certeza que onde ele estiver está muito feliz por eu estar jogando no Vasco.

Teus pais sempre te apoiaram?

Sim. Tenho que agradecer muito aos meus pais, pois sempre me deram todo o apoio, estiveram ao meu lado e me ajudaram em tudo que precisei. Às vezes até brinco com meus amigos aqui falando que acho que minha mãe gosta mais de futebol do que eu (risos). Meu pai já foi jogador profissional em alguns times pequenos e ele sempre procura me passar algumas coisas. Tenho que agradecer muito a eles, que sempre fizeram de tudo pra que eu realizasse meu sonho.

Teu pai jogou bola? Conte-nos melhor essa história.

Sim. Meu pai jogou em alguns times do Espírito Santo e chegou a atuar com o ídolo do Vasco Geovani, no Desportiva-ES. Na época por ele não ter condições financeiras de se manter, resolveu parar de jogar profissionalmente. Algumas pessoas chegam até a me dizer que não jogo nem a metade do que meu pai jogava (risos). Mas agora, graças a Deus, tô realizando um sonho dele, e meu também, jogando no Vasco, que é o seu time do coração.

Com o Geovani? Então você deve ser muito amigo do Andrey, filho dele, ou não?

Sim, somos muito amigos. No alojamento ele e eu fizemos uma grande amizade. Aqui no Vasco tenho grandes amigos, como o próprio Andrey, o Marlone, o Elivelton, o Luciano, o Washinton e tantos outros. São pessoas que vou considerar sempre, uma amizade muito grande.

Você é um segundo volante que sai muito bem para o jogo, uma características presente em um dos grandes ídolos da história recente do Vasco, Juninho Pernambucano. Em algum momento já te compararam com esse jogador? Se sim, o que você acha que tem mais de parecido com ele?

Na realidade eu sou meio de campo de origem, mais estou sendo adaptado como segundo volante. Algumas pessoas já me disseram que lembro um pouco o Juninho Pernambucano, mas não dá para comparar o que temos de parecido, principalmente quando se fala de Juninho Pernambucano, que é um ídolo. Me espelho nele, na sua qualidade do passe, em dar ritmo ao jogo e como ele é um ídolo no Vasco, eu também espero conseguir um dia ser.

Esse processo de se adaptar a posição de segundo volante foi difícil? Qual a maior diferença?

Foi um pouco complicado porque eu nunca tive muito a função de marcar. Então, tive que aprender a marcar um pouco mais e não subir para o ataque em todas as jogadas. Hoje, me sinto mais a vontade para jogar como segundo volante ou como meio de campo. Em qual posição o treinador preferir e me colocar, vou poder ajudar sempre.

Vocês no Vasco costumam ficar após os treinamentos melhorando alguns fundamentos?

Algumas vezes sim. Ficamos treinando alguma deficiência, em que precisamos melhorar. Geralmente a gente procura melhorar em todos os treinamentos no dia-a-dia, sempre procurando aproveitar ao máximo todos os treinos para acertar e melhorar alguns erros que atrapalha o nosso rendimento.

Quais suas características? Em quais fundamentos você acha que ainda pode evoluir como jogador?

Procuro me preocupar em ter sempre uma boa qualidade no passe. Eu saio bem para o jogo e sei dar ritmo ao time. Sei quando é para colocar velocidade em alguns momentos e quando é para cadenciar em outros, quando necessário. Eu procuro evoluir todos os dias em todos os fundamentos para quem sabe um dia me tornar um jogador quase completo.

Acha que pode chegar ao time profissional ainda nesse ano de 2011? Se sim, o que fará para se firmar?

Meu objetivo é esse. Espero chegar ao time profissional nesse ano de 2011. Estou trabalhando para isso, buscando me empenhar ao máximo nos treinos e nos jogos para buscar essa oportunidade de chegar ao time profissional. Chegando lá, se Deus quiser, vou procurar evoluir a cada dia, me empenhar sempre ao máximo e procurar mostrar a minha qualidade para me firmar e poder ter uma carreira com muitas alegrias.

Qual seu maior objetivo no futebol? Gostaria de fazer história num clube como o Vasco ou seguiria o sonho de ir para a Europa numa oportunidade? Qual é o clube dos seus sonhos?

O meu objetivo é ter uma carreira vitoriosa, uma carreira com muitas alegrias. Penso sempre em fazer uma historia no Vasco, me tornar um ídolo aqui e poder da muitas alegrias a toda a torcida vascaína. Acho que todo jogador tem o sonho de jogar na Europa. Não tenho um clube especifico em que queria jogar na Europa, pois primeiramente quero ter uma carreira vitoriosa no meu país.

Quem é o Arthur fora dos gramados?

Sou um cara tranqüilo, procuro ter a amizade de todos. Um cara que dá muito valor as pessoas que são muito importantes em minha vida, como os meus familiares, os amigos e a minha namorada. Também sou uma pessoa que coloca Deus em primeiro lugar sempre na vida.

A sua namorada te ajuda muito?

Ela é muito importante para mim, pois está sempre me ajudando em todos os momentos, em que mais preciso. Sempre deu muita força para mim e está aqui até hoje. Tenho que agradecer muito a ela, assim como minha família e amigos, pois são todos muito especiais para mim.

Qual jogador do futebol brasileiro e do futebol mundial você gosta de ver jogar? Qual é o seu maior ídolo na vida e no futebol?

Gosto muito de ver Ronaldinho Gaucho jogando. Meu maior ídolo na vida e no futebol é o meu pai, que me ensinou muitas coisas. Aprendo muito com ele.

Como você avalia sua participação nas últimas competições que a equipe de juniores disputou? Qual sua expectativa para o Estadual da categoria?

Avalio como uma participação positiva. No Campeonato Carioca de 2010, em que conquistamos o titulo, pude contribuir sendo o jogador com maior número de jogos pela nossa equipe. No Campeonato Brasileiro sub-20 deixei um pouco a desejar, mas nossa equipe fez uma boa campanha. Já na Taça São Paulo deste ano eu estava bem juntamente com toda a equipe, mas por uma infelicidade fomos eliminados. Agora, no estadual deste ano, estamos em busca do bi-campeonato e tenho certeza que temos tudo para conseguir conquistar esse objetivo.

O que o Vasco representa para você?

É uma equipe de nome, de grande expressão mundial e que estou tendo a chance de mostrar o meu futebol. Então, agradeço muito ao Vasco por essa oportunidade em minha vida.

Por fim, deixe uma mensagem para a torcida vascaína.

A torcida vascaína pode esperar sempre muito empenho e determinação. Sem ela o Vasco poderia não ser o que é hoje, ou seja, um clube de muita tradição e expressão mundial. Darei sempre o meu melhor, o meu máximo, com o objetivo de poder buscar sempre o maior número de títulos para o Vasco. Espero fazer dessa torcida muito feliz.

Arthur em ação
Arthur em ação
Arthur em ação
Arthur em ação
Arthur em ação
Arthur em ação
Ao lado da Família: Julia (Irmã), Valdemir (Pai), Arthur e Maralice (Mãe)
Ao lado da Família: Julia (Irmã), Valdemir (Pai), Arthur e Maralice (Mãe)
Arthur ao lado da namorada Gabriela
Arthur ao lado da namorada Gabriela
Perfil de Arthur
Perfil de Arthur


Fonte: Blog O Sentimento Não Para