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Alfredo Sampaio elogia Romário e Eurico e critica Edmundo e Beto


Sábado, 26/02/2011 - 18:09

Qualquer que seja o resultado da final deste domingo, Alfredo Sampaio já tem o que comemorar. Não é pela boa campanha do Boavista no Campeonato Carioca. No dia 2, seu filho Rodrigo, completa 1 ano e a festa será logo depois da partida deste domingo, no Engenhão.

— Já está marcado há quatro meses. É difícil conseguir datas em casas de festas — disse Alfredo, que se vestirá de Piratas do Caribe para a comemoração.

Na sala de seu apartamento no Leblon, o técnico do Boavista não foge de nenhum assunto. Diz que não gostou da Barra, mas se encontrou no Leblon. Porém enche a boca para dizer "Sou tijucano de coração".

Trabalhando com o filho Neto, ele sabe que a vida não é fácil para o preparador físico.

— Para mim é muito bom. Para ele, eu não sei. Ele acaba carregando o peso de ser meu filho, e as pessoas confundem. Mas para mim é muito bom, ele me ajuda demais.

Como jogador, Alfredo rodou o mundo. Jogou na Venezuela, Equador, Chipre, Estados Unidos e Portugal. Ele se define como um zagueiro comum, mas que sabia economizar o que faturava:

— Se eu ganhava dois, guardava um.

Como técnico, é enérgico e participa ativamente dos treinos e exige o máximo de seus jogadores.

— Não concordo com a história que treino é treino e jogo é jogo. Para mim, tem que se treinar bem para se jogar bem.

Na sua passagem pelo Vasco em 2008, colecionou amigos, inimizades e muitas polêmicas. Ele fala bem de Eurico Miranda, "o primeiro a acreditar em mim", mas detona a dupla Edmundo e Beto.

— O Edmundo passou a vida inteira causando problema para todo mundo. E ninguém falava. Eu me dou o direito de falar. Um cara que por ser ídolo e famoso não pode faltar ao respeito com as pessoas. E ele faltou comigo. Foi num treino que eu o expulsei e ele saiu falando umas bobagens. Se fosse substituir Edmundo, teria que combinar com ele. Para mim não dá! Ele queria bater falta sem treinar, eu não deixava. Quer bater falta, vai bater, desde que treine — afirmou Alfredo, que também teve problemas com outro jogador.

— O Beto, depois de um jogo, achou que iria ser titular e não jogou. Ele pegou carona no problema do Edmundo. Chegou algumas vezes cheirando a bebida. A direção não tomava um posicionamento em relação a isso.

Um quase fim

A tensa passagem pelo Vasco o fez pensar em abandonar o futebol.

— Quando saí de lá pensei dez vezes se iria continuar treinador. Ali me irritou muito essa relação com as pessoas. Pensei em parar porque não tinha paciência. Não ficar conspirando, de tititi. Aquilo me desanimou pra caramba. Até a ida para o Vasco, eu curtia muito. Dei um tempo, uns dois anos, e voltei com o mesmo gás. Houve um amadurecimento, passei a entender melhor as coisas. Não permitirei que o futebol me atinja.

Mas além de polêmico, Alfredo é doce. Enquanto brinca com Rodrigo, rasga elogios a Romário, com quem trabalhou.

— Romário é homem. Se tiver que falar: "eu não gosto de você" ou "você vacilou", ele vai falar. Não vai ficar conspirando por trás. O relacionamento com ele é legal. Outro dia ele ligou me parabenizando. Foi muito legal. Existe um respeito. Não somos amigos, mas existe uma afinidade.

Se Alfredo Sampaio vai vencer o Flamengo e levantar o taça, ninguém pode dizer, mas o troféu Rodrigo ninguém pode tirar deste pai coruja.

Fonte: Extra Online