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Confira entrevista com o preparador físico Rodrigo Poletto


Domingo, 20/02/2011 - 06:41

A conversa de hoje foi com o recém-chegado preparador físico Rodrigo Poletto, que faz parte da comissão técnica do treinador Ricardo Gomes.

Foram abordados diversos assuntos, entre eles: trajetória pessoal, detalhes sobre o trabalho de um preparador físico, atual momento em São Januário, entre outros.

Confira o bate-papo completo abaixo:


Primeiro, apresente-se aos leitores. Conte um pouco sobre a pessoa Rodrigo Poletto.

Sou Rodrigo Poletto, tenho 38 anos, natural de Caxias do Sul-RS. Formado em Licenciatura Plena em Educação Física na UCS (Universidade de Caxias do Sul), com especialização em Treinamento Desportivo pela UNOPAR (Universidade Norte do Paraná) e mestrado em Ciência do Treinamento pela Universidad de Matanzas-CUBA. Estou muito feliz de estar compartilhando informações da minha carreira com todos os torcedores do Vasco da Gama.

Fale um pouco sobre a sua função. O que exatamente faz um preparador físico?

O trabalho do preparador físico atual integrante de uma equipe interdisciplinar é: fazer a periodizaçao do treinamento, a elaboraçao das cargas de trabalho, o desenvolvimento das capacidades físicas em conjunto com técnicas e táticas, elaborar em conjunto com demais profissionais a programação de viagens, estratégias de recuperação, elaboração de treinos para atletas nas mais diferentes situações específicas e coletivas. Atuar sempre integrando todas as áreas ligadas ao futebol, como: fisiologia, fisioterapia, psicologia, técnica, médica, administrativa etc.

Como você entrou no mercado do esporte? Esse sempre foi o seu objetivo?

Sim, desde que comecei o curso de Educaçao Física, sempre fiz todos os cursos complementares em preparação física. Comecei a trabalhar logo com categorias de base em todas as idades, isso me deu o aprendizado prático aliado à teoria científica.

Há algum outro profissional da sua área que você admire?

Sim. Tive a oportunidade de trabalhar com vários da minha área e isso me ajudou muito no crescimento profissional, agradeço sempre a todos. Tenho uma admiração muito grande pelo Darlan Scheider, que além de otimo profissional, tambem é um grande amigo.

Você chegou ao Vasco agora, mas já está no ramo há algum tempo. Onde começou sua carreira? Por onde passou até hoje?

Iniciei minha carreira no E.C. Juventude, em 1995, atuando nas categorias de base até chegar ao profissional no ano de 2000. Participei das duas maiores campanhas desse clube na série A: em 2002, com o técinco Ricardo Gomes, e em 2004, com o tecnico Ivo Wortman. Em 2005, fui para o Dinamo de Moscou da Russia, voltei ao Juventude em 2006, fui para a Seleção do Panamá com o técnico Alexandre Guimarães em 2007, voltei no fim de 2008 novamente ao Juventude, fui para o Paysandu em 2009 com o técnico Edson Gaúcho, onde fomos campeões estaduais, voltei mais uma vez ao Juventude em 2010 e agora o Vasco da Gama em 2011.

Você já trabalhou em lugares tradicionalmente frios, como o Sul do Brasil e a Russia. Como está a adaptação ao forte calor carioca?

Trabalhei na América Central no Panamá também, onde o clima é bastante quente o ano todo. E também na Região Norte do País, em Belém. Portanto sou de fácil adaptação aos extremos: tanto calor, como frio (risos).

Como foi destaque em matéria do Diário Lance!, você é muito ligado às redes sociais. Comente a importância dessas ferramentas no seu trabalho aos leitores do Blog #RdC.

Comecei a utilizar de forma mais intensa a partir de 2005, por motivo de distância de familiares e amigos. Comecei a procurar redes socias para me aproximar e estar em contato constante com todos. Depois utilizei com atletas e demais integrantes de comissões técnicas e amigos do futebol. Através disso, comecei a intercambiar experiências e trocar informações relacionadas ao trabalho. Isso tem me ajudado muito em minha carreira.

Já encarou algum caso de atleta fazendo o famoso ''corpo mole'' nos treinamentos?

Hoje em dia, os atletas estão muito mais orientados e cientes da importância de estarem em um nível de performance elevado, portanto através do respeito e diálogo com todos, esses maus exemplos estão terminando. Já tive casos onde precisei chamar a atenção de uma forma mais dura e até tirar o atleta de treinamento, mas procuro conversar e orientar cada um, pois esta é a minha função como professor.

O que representa para você trabalhar em um grande clube como o Vasco?

Com certeza é uma oportunidade profissional excelente. Trabalhar em um clube da grandeza do Vasco da Gama é uma responsabilidade imensa, onde vou procurar retribuir com total dedicação e respeito à instituição e seus torcedores.

Como foi a recepção na Colina? Já está entrosado ao novo ambiente? Os jogadores estão se adequando bem ao seu modo de trabalho?

A recepção foi muito boa, contei com a integração de todos os demais funcionários e atletas em um ambiente muito positivo. Através da troca de informações com demais membros da comissão do clube, ficou mais fácil atuar de forma efetiva e dar sequência ao trabalho que tinha sido iniciado. Portanto os atletas assimilaram rapidamente nossa forma de trabalhar.

Você chegou ao Vasco junto com o treinador Ricardo Gomes. Tinha alguma ligação com ele? Já trabalharam juntos?

Eu, Ricardo Gomes e Cristóvão Borges trabalhamos juntos em 2002 no E.C. Juventude na melhor campanha do clube na série A. Tivemos uma grande harmonia de trabalho, uma amizade forte e agora surgiu essa oportunidade para voltarmos a trabalhar juntos.

Qual está sendo a importância desse longo período sem jogos para o início do seu trabalho em São Januário?

Esse tempo está sendo ótimo para ajustarmos todos os detalhes, implantar nossa filosofia de trabalho. Particularmente importante para que eu possa conhecer individualmente cada atleta e poder contribuir para o aumento da performance individual e coletiva, sem esquecer da base muito bem elaborada no inicio do ano.

Você conhece o Jorge Sotter (antigo preparador físico do Vasco)? A base do trabalho deixada por ele foi boa?

Conheço o Jorge Sotter, é um excelente profissional. Fiquei muito tranquilo por saber que ele fez a base física do início do ano, portanto poderia dar sequência nesse trabalho atuando de forma intensa sem ter qualquer prejuízo.

Os torcedores estão ansiosos para ver os novos reforços em campo: Elton, Leandro, Bernardo e Chaparro. Como está a situação física de cada um deles?

O Elton e o Bernando estão treinando normalmente com o restante do grupo e a partir de agora estão à disposiçao do técnico. O Leandro está passando por um período de reforço e equilíbrio muscular, ficando à disposição para o início do returno dependendo da sua evolução individual. O Chaparro está treinando fisicamente para elevar sua condição e ficar em um nível homogêneo com o restante do grupo.

Muitos jogadores sofreram com seguidas lesões ano passado, não só no Vasco, mas em todo o futebol brasileiro. Há algum trabalho físico que possa diminuir isso?

Procuramos fazer um trabalho interdisciplinar atuando em todas as áreas para elevar a performance dos atletas, a sintonia de todos os profissionais ajuda a minimizar as lesões. Porém sabemos que o calendário do futebol brasileiro, sem uma pré-temporada com tempo suficiente para desenvolvimento da condição esportiva do atleta e jogos em número excessivos, favorece o surgimento das lesões musculares, articulares e traumáticas.

Para finalizar, deixe seu recado para a imensa torcida do Vasco em todo o Brasil.

Gostaria de dizer que o apoio, a vibração e a torcida são fundamentais. Somente com a união de todos em busca do mesmo objetivo é que chegaremos ao sucesso. Grande abraço a todos os torcedores vascaínos!

Siga a conta de Rodrigo Poletto no Twitter: @rodrigopoletto
Visite o Blog do novo preparador físico do Vasco: www.rodrigopoletto.blogspot.com

Fonte: Blog Repórter da Colina