Tamanho da letra:
Coelho fala sobre lançamento de sua candidatura à presidência do Vasco
Sábado, 12/02/2011 - 16:46
Declarações do candidato à presidência do Vasco José Henrique Coelho à Rádio Manchete:
CANDIDATURA
"Essa iniciativa, que tomei com o apoio de vários vascaínos - conselheiros, beneméritos e grande beneméritos -, é em torno dessa frustração que todos nós vivemos hoje, com a quebra das promessas da companha de 2006 e de 2008, com a falta dos resultados prometidos e situações que nos dão um aspecto de gravidade maior, porque dois anos e meio depois, ainda tivemos esse péssimo início de temporada, que dá a impressão que realmente a falta de comando e a falta de planejamento são reinantes. Deve haver uma intervenção. O processo eleitoral é um bom momento para os vascaínos discutirem isso. Essa iniciativa vem justamente para poder trabalhar, dentro do quadro social, as propostas que eu pretendo implementá-las em duas etapas. Uma para o futebol e uma em área administrativa, até porque sabemos todos dos problemas administrativos que o Vasco vem passando há mais tempo. Não justifica isso inteiramente, até porque outros clubes também têm crises, mas têm gerido o seu futebol com mais competência do que aqueles que tomaram conta do futebol do Vasco."
MEDIDAS NO FUTEBOL
"Hoje, todos nós temos conhecimento que a opção da diretoria foi praticamente gerar uma monopólio na negociação do financiamento do futebol, com um empresário com prioridades, abrindo mão de negociar com outros empresários que às vezes têm, na sua carteira de atletas, jogadores que interessariam ao Vasco ou propostas que interessariam ao Vasco. Uma das medidas vai ser retomar essa negociação multilateral para buscar o que seria melhor para o Vasco e não depender apenas de uma carteira de um único empresário. Um outro aspecto é falar para fora, mas falar para dentro do clube, que a prioridade é o investimento no time. Isso se faz também com a economia de recursos e definição política interna. Todo o recurso da campanha de sócios tem que ser voltado para manter o time de futebol. Antigamente se usava essa ideia que os sócios pagam a administração e as outras verbas fazem o futebol andar. Não. Nós entendemos que o sócio que paga ao clube hoje pensa em ajudar o clube para que o futebol do clube seja forte. Esse é o primeiro ponto."
"Sabemos também que o nosso programa de sócios foi feito num contrato muito mal negociado. Garanto isso porque em parecer do Conselho Fiscal adiantou-se que 49% das receitas recebidas não ficam com o clube, ficam com a administração dos recursos e com impostos. Esse contrato tem que ser revisto, porque quando eu estive à frente da negociação do programa de sócios que posteriormente a diretoria e o presidente romperam o contrato, que gerou inclusive mais um processo na Justiça, o Vasco pagaria apenas 4% pela administração do processo. De 49, a gente passa para 4 e o dinheiro entraria diretamente no Vasco. Ou seja, controle total do Vasco. Isso vai ser uma das coisas que eu vou tentar renegociar com a empresa que hoje administra, porque o Vasco e a própria empresa perdem recursos que, para o clube, são fundamentais."
"Ainda dentro disso, do futebol, o primeiro investimento é no time, no time e no time. E temos que criar um espaço para reiniciar o pensamento de um CT. Essa diretoria, quando eu saí, avisei isso, e hoje fazem dois anos que apresentei a minha renúncia ao presidente, por discordar das decisões que ele estava tomando, e até da falta de decisões. Uma delas foi o CT, que se não é um CT maravilhoso, mas era um CT que nos atendia naquele momento. O completo abandono da mesa de negociação nos colocou em risco, no ano seguinte, de termos o despejo decretado - felizmente, isso não aconteceu - antes do final do Brasileiro. No ano passado, ficamos o ano inteiro sem centro de treinamento. O estádio é sacrificado, o campo é sacrificado, o elenco é sacrificado, e a qualidade tende a cair. São as duas prioridades: time de futebol e centro de treinamento para todos os recursos."
ADMINISTRATIVAMENTE
"Na área administrativa, eu queria falar duas coisas. Uma, o clube vem com um processo de obsolescência administrativa já longo. O nosso estatuto vem de 79. Nós também temos um problema hoje, que é administrativo, herdado da decisão judicial que fez a eleição passada ser ao meio do ano. Apresentei hoje que é uma primeira medida, tomada no primeiro dia, de encaminhar ao Conselho Deliberativo a redução deste nosso mandato de três anos para dois anos e meio, para que as eleições no clube voltem a ser realizadas ao final do ano, no mês de dezembro ou novembro, a ser decidido no Conselho Deliberativo. Mas essa é uma medida administrativa de ordem política e prática, que vai ser implementada e encaminhada ao conselho no primeiro dia."
"A segunda é reforçar que o dinheiro do clube é dinheiro de todos os vascaínos. O Vasco é uma grande Sociedade Anônima. São vascaínos de Manaus, de Porto Alegre, do Mato Grosso, do Rio de Janeiro, que botam dinheiro no clube. Aquilo tem que ser gerido com uma grande responsabilidade. Em mais um mandato, isso não foi visto. Contratou-se parentes do presidente, filha do vice-presidente jurídico, contratos rompidos que montam a prejuízos superiores a R$ 4,5 milhões. Não são valores pequenos. A transparência do controle do dinheiro tem que crescer. Para isso, vamos indicar uma mudança do procedimento do Conselho Fiscal, aumentando o número de conselheiros, descolando a eleição do Conselho Fiscal da eleição do presidente, porque hoje, na verdade, quando você vota, quase que é o Conselho Fiscal do presidente. Não pode ser isso. Tem que ser o Conselho Fiscal do clube, que vai ter independência do presidente, inclusive para cobrar dele. Neste ano temos, pela primeira vez no clube, um Conselho Fiscal do maior gabarito, presidido pelo seu Hércules Figueiredo, que fez isso apesar de ser indicado pela chapa. Ele manteve os seus princípios acima da ideologia da chapa pela qual ele também foi eleito. E cobrar e apresentar - isso é um ato do presidente - balanços trimestrais ao Conselho Deliberativo, com parecer do Conselho Fiscal, o que vai dar ao clube, a partir de então, aquela transparência que a gente prometia e que, infelizmente, essa diretoria optou por só usar na campanha. Todos sabem que eu participei, como presidente do MUV, na condução desse processo todo da eleição de 2008. A frustração que me abateu há dois anos atrás era enorme, porque aquele trinômio credibilidade, competência e transparência foi sendo abandonado a partir do segundo dia da posse. Eu resisti bravamente, internamente tentando manter a coisa de pé. Quando eu estava me dando por vencido, resolvi sair por conta da dívida que eu tinha com todos os vascaínos pela campanha, que foi a campanha, eu acho que mais longa de um clube futebol, para eleições limpas, como foi a de 2008."
Fonte: NETVASCO (transcrição)