Tamanho da letra:
Desde 2008, média de permanência dos técnicos é de 2 meses e meio
Domingo, 06/02/2011 - 15:21
Uma das principais leis que regulam o futebol é a do resultado, especialmente em times grandes, onde existe muita pressão da torcida. E normalmente quando a coisa vai mal, a corda arrebenta do lado do técnico. No Vasco não é diferente. Como o time não tem vivido bons anos, as mudanças no comando têm sido constantes. Ricardo Gomes, apresentado na quarta-feira, é o nono da era Roberto Dinamite.
O discurso dos dirigentes é de que sempre prezam pela continuidade, mas nem sempre isto acontece na prática.
- É sinal de que as coisas não estão indo bem. O ideal seria continuar com um mesmo treinador por um logo período - afirmou o goleiro Fernando Prass.
Só em 2008, ano em que o clube foi para a Série B, foram três nomes diferentes: Antônio Lopes, Tita e Renato Gaúcho. Após a queda, assumiu Dorival Júnior, que virou uma exceção. Foi o único neste período a conseguir ficar uma temporada inteira no cargo.
Em 2010, Dorival não chegou a um acordo com a diretoria sobre sua renovação de contrato e deixou o clube. No seu lugar entrou Vagner Mancini, que não conseguiu nem chegar até o fim do Carioca. A demissão aconteceu depois de uma derrota para o Americano em São Januário. Deu lugar a Gaúcho, que começou como interino e ficou por dez jogos.
O comandante seguinte foi Celso Roth, que teve uma passagem meteórica na Colina: apenas cinco partidas. Mas neste caso não houve demissão. Na parada para Copa do Mundo, o treinador surpreendeu a todos do Vasco e aceitou uma proposta do Internacional. Seria a vez de Paulo César Gusmão voltar ao clube. Ele ajudou o time a se livrar do rebaixamento no Brasileiro, mas não resistiu ao pior início do Vasco em Cariocas - quatro derrotas nas quatro primeiras rodadas, três delas para times de menor expressão.
O diretor de futebol Rodrigo Caetano disse que foi complicado para ele e para diretoria decidir interromper a passagem de PC no clube.
- Interromper o trabalho é doloroso, nós acreditávamos na nossa preparação. São bons profissionais que saíram. Não era do interesse de ninguém que as mudanças ocorressem - disse o diretor de futebol Rodrigo Caetano.
Agora é a vez de Ricardo Gomes tentar recolocar a equipe no caminho das vitórias e, que sabe, ter mais sorte e durabilidade do que seus antecessores.
TÉCNICOS NA ERA DINAMITE ANTES DE RICARDO GOMES
Antônio Lopes
27 jogos - 10 vitórias, 7 empates, 10 derrotas
Contratado pelo então presidente Eurico Miranda, Antônio Lopes chegou ao clube em abril de 2008 para sua sexta passagem à frente da equipe do Vasco. Ele entrou no lugar de Alfredo Sampaio, demitido depois de uma derrota para o Volta Redonda pela Taça Rio. Naquela competição, o time acabou eliminado na semifinal após perder para o Fluminense nos pênaltis. No Brasileiro, após péssimos resultados, o Delegado foi demitido pelo já eleito Roberto Dinamite.
Tita
Nove jogos - duas vitórias, um empate e seis derrotas.
Sucessor de Antônio Lopes, Tita já estreou levando uma goleada por 5 a 0 para o Vitória, no Barradão. A validade do treinador foi curta na Colina, apenas nove jogos, com um aproveitamento muito baixo. Na Sul-Americana, a equipe foi eliminada pelo Palmeiras na primeira rodada. Ele não resistiu aos maus resultados e foi demitido. Tita já havia treinado o Vasco no ano 2000.
Renato Gaúcho
13 jogos - quatro vitórias, dois empates e sete derrotas.
O ex-atacante, que havia comandado o Vasco entre 2006 e 2007, chegou ao clube para tentar salvar o time do rebaixamento. Não conseguiu. Ele comandou o time em 13 jogos no Campeonato Brasileiro e não teve bom aproveitamento - cerca de 35%. Acabou carregando o fardo de ser o técnico da queda. A última partida foi uma melancólica derrota por 2 a 0 para o Vitória, em pleno São Januário.
Dorival Júnior
64 jogos - 40 vitórias, 16 empates e oito derrotas.
Contratado no início de 2009 com a missão de recolocar o Vasco na elite do futebol nacional, Dorival foi o último técnico a conseguir completar um ano inteiro na Colina. No Carioca e na Copa do Brasil o título não veio, mas a conquista da Série B tornou vitoriosa sua passagem. O aproveitamento geral foi bom: cerca de 70% dos pontos. Saiu antes de p2010 começar porque não chegou a um acordo para a renovação.
Vagner Mancini
19 jogos - dez vitórias, cinco empates e quatro derrotas
Depois de um bom início de Campeonato Carioca, que incluiu um 6 a 0 em cima do Botafogo, o Vasco perdeu para o próprio Glorioso na final da Taça Guanabara. Mancini acabou demitido na Taça Rio depois de dois tropeços seguidos contra equipes de menor porte (Olaria e Americano).
Gaúcho
dez jogos - seis vitórias, um empate e três derrotas.
No início, ele era considerado interino. Depois, acabou efetivado. Mas, assim como outros, ficou pouco tempo, apenas dez partidas. O desempenho até que não foi ruim se comparado a alguns dos antecessores, mas pesou contra ele o pouco peso e experiência na equipe profissional. Neste período que ficou no comando, Gaúcho foi eliminado na Copa do Brasil diante do Vitória.
Celso Roth
Cinco jogos - uma vitória, um empate e três derrotas.
Com uma passagem relâmpago, o treinador bateu recorde: ficou apenas cinco jogos. Mas, ao contrário de todos os outros, ele não foi demitido. Durante a parada para Copa do Mundo, recebeu uma proposta do Internacional. Os dirigentes vascaínos souberam que ele havia aceitado ir para o Colorado através do site oficial do clube gaúcho. O treinador deixou o Vasco na penúltima posição do Campeonato Brasileiro.
PC Gusmão
39 jogos - 14 vitórias, 14 empates e 11 derrotas.
Credenciado pelo bom trabalho que fazia no vice-líder Ceará, PC chegou ao Vasco com a missão inicial de livrar o time do rebaixamento. Conseguiu. Depois de uma reação, começou-se a pensar em Libertadores, mas o time acabou ficando em uma posição intermediária. Ganhou um voto de confiança para iniciar 2011, mas ele não resistiu depois das três derrotas para times de menor expressão nas três primeiras rodadas da Taça Guanabara. Levou cartão vermelho.
Fonte: GloboEsporte.com