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O ano de 2011 – tal qual seus antecessores mais recentes – não começou animador para o torcedor vascaíno. Sucessivas derrotas no campeonato estadual derrubaram o técnico Paulo César Gusmão e fizeram com que se ampliasse o medo de que o clube encerre mais uma temporada sem conquistas.

Em meio a todo este tormento, uma alegria para o torcedor vascaíno pode vir das categorias de base: a consagração do meio-campista Marlone, que fez uma ótima Copa São Paulo, com o time do Vasco que caiu prematuramente na segunda fase da competição.

Marlone fez dois gols na Copinha – um deles, contra o América-RN, digno de merecer uma placa no Estádio José Liberatti, que recebeu o confronto – e foi decisivo para que o Clube da Colina obtivesse 100% de aproveitamento na primeira fase do certame.

Do Norte

Jonathan Marlone é nascido em Augustinópolis, cidade de Tocantins, na região conhecida como Bico de Papagaio. Como ocorre com a maioria dos garotos do futebol nacional, era um daqueles meninos apaixonados pelo esporte e que detinha uma técnica que o levou a ser convidado para testes em clubes de maior expressão.

Um deles, ocorrido em 2005, foi realizado no Cruzeiro, de Belo Horizonte. A empreitada em terras mineiras acabou não dando certo e o destino de Marlone foi o Vasco. Em São Januário, o tocantinense viveu – ou melhor, tem vivido – uma formação completa, que excede o futebol. Marlone estudou na escola que o Gigante da Colina destina a seus garotos de todos os esportes – e teve como um dos seus companheiros de turma o astro Philippe Coutinho, que atualmente defende a Internazionale.

Diferentemente do colega mais famoso, Marlone não rumou para a Europa. Sua trajetória em São Januário tem sido caracterizada pela cautela: ao invés de promoções apressadas, o atleta cumpre os passos para a sua profissionalização de maneira sadia, sem ser chamado para apagar incêndios no time principal cruzmaltino.

Tanto é que sua primeira – e por enquanto única – aparição no grupo profissional do Vasco se deu por convocação de Dorival Júnior, técnico que comandou a equipe em 2009. Marlone atuou como titular em um amistoso contra a seleção da Nicarágua, vencido pelo Vasco por 3x0. Posteriormente, retornou às categorias de base. Está cotado para integrar-se em definitivo ao time profissional do Vasco em 2011. A instabilidade em São Januário pode ser um catalisador do processo – e esperemos que isto não acabe vitimando o futebol do jovem atleta.

O russo

O futebol de Marlone é o de um meio-campista clássico: toques qualificados na bola, lançamentos, arremates de fora da área e também dribles, como os executados contra o América-RN, que constituíram um dos mais belos gols da edição 2011 da Copa São Paulo.

Mas o meio não é o único setor onde Marlone atua. Por muitas vezes no passado, já jogou como lateral – nos dois lados do campo – em partidas do Vasco nas competições estaduais das categorias de base. Em entrevistas, o atleta declarou que prefere o meio-campo, mas pode figurar na lateral para auxiliar no decorrer de uma partida. A sua confirmação como meio-campista se deu mesmo em 2009.

Antes da Copinha, Marlone já havia mostrado qualidade em outras competições pelo Vasco, tanto em torneios estaduais quanto no Campeonato Brasileiro Sub-20, concluído no final do ano passado. No torneio, Marlone foi o principal atleta de um Vasco que fez boa campanha e chegou às semifinais do torneio – perdeu para o Cruzeiro, que acabaria levantando a taça.

Em São Januário, Marlone é também conhecido como Russo – alusão óbvia aos seus cabelos e pele claros. Seja como Russo ou Marlone, como lateral ou meio-campista, que Marlone consiga colaborar para que os vascaínos tenham, ao contrário do que o começo do ano vem indicando, um 2011 mais brilhante.

Fonte: Olheiros.net