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Resultados em campo influenciam na disputa política do Vasco
Quinta-feira, 03/02/2011 - 10:48
No ano passado, o Vasco não conquistou um título sequer e fez campanhas medianas nas competições que disputou. Embora não fosse esse o desejo da diretoria cruzmaltina, que sonhava com uma vaga na Libertadores, os resultados não foram considerados ruins já que o clube acabava de voltar da Série B. Porém, as perspectivas para 2011 eram diferentes. Com o time montado e com aquisições pontuais, a expectativa era que a equipe fizesse um bom primeiro semestre. Contudo, os resultados negativos colocam sob pressão os projetos a longo prazo e até a reeleição do presidente Roberto Dinamite.
O projeto inicial em 2011 previa contratações cirúrgicas, que deveriam ser suficientes para a equipe brigar pelo título do Carioca e fazer uma boa campanha na Copa do Brasil. Consolidada a reestruturação e com a assinatura de novos patrocínios (como o da manga da camisa com um banco), o clube tentaria a contratação de um ou dois nomes de peso para a disputa do Brasileiro. Mas os maus resultados no início do estadual, quatro derrotas em quatro jogos, colocam essa estratégia em xeque. O técnico Paulo César Gusmão foi demitido, e Ricardo Gomes assume o time já sob enorme pressão.
Caso o clube não consiga dar uma resposta convincente em campo, será muito mais difícil acertar com nomes de peso no segundo semestre. E a permanência de alguns atletas também se comprometeria. Eder Luis, por exemplo, está emprestado pelo Benfica até o fim de maio e será mais complicado segurar o jogador sem mostrar que o time pode ser uma boa vitrine para o clube português depois negociá-lo. O mesmo acontece com Fellipe Bastos (também do Benfica) e Eduardo Costa (que pertence ao Monaco, da França).
Além da dificuldade dentro de campo, os maus resultados podem criar mais barreiras políticas no clube. Com eleições no meio do ano, o presidente Roberto Dinamite assume que a falta de conquistas dentro de campo pode prejudicá-lo.
- O resultado do campo ajuda e muito. Vamos buscar isso? Vamos. Mas o que eu vou buscar é dar condição aos jogadores. Temos que regularizar o clube. Já ouvi torcedor dizer que era melhor roubar e ter um time forte. Mas essa não é a minha linha. Quero recuperar o Vasco, tanto financeira quanto estruturalmente. Minha missão é reorganizar o clube. Depois, eu saio.
Para os candidatos de oposição, o momento do Vasco é propenso a mudanças no comando do clube. Mesmo assim, lamentam os resultados.
- É determinante. o desempenho em um clube de futebol. Claro que interfere diretamente no resultado. Se você ganha, a torcida e o quadro social acham que acertou a mão. Eu, como todo vascaíno, estou muito triste com o que está acontecendo. Esse ano eleitoral permite mudanças no clube – acredita José Henrique Coelho, um dos possíveis candidatos ao cargo de presidente.
- A situação está péssima, horrorosa. Eu já esperava isso. Eles já levaram o Vasco à Segunda Divisão. Os resultados são sempre importantes em ano de eleição. Eu não queria me candidatar, mas acho que vai ser muito necessário para voltar a fazer do Vasco o que ele sempre foi – declarou Fernando Horta, outro dos prováveis candidatos.
Sem chance de se classificar para a semifinal da Taça Guanabara, o Vasco faz seu quinto jogo no torneio nesta quinta-feira. Enfrenta o Volta Rendonda, a partir das 19h30m (horário de Brasília), em São Januário.
Fonte: GloboEsporte.com