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Roberto Dinamite tem xará de 25 anos que joga na Macedônia


Domingo, 16/01/2011 - 19:08

O nome é uma homenagem do pai a um de seus jogadores preferidos, mas o Roberto Dinamite amazonense nunca jogou no Vasco. Aos 25 anos, ele é considerado hoje um ídolo do futebol na Macedônia, ao lado da Croácia, duas das repúblicas formadas após o fim da Iugoslávia. Meio de campo do Rabotnicki, maior clube daquele país, desde 2008, Roberto Dinamite está de férias em Manaus desde dezembro de 2010 e falou ao Portal D24AM sobre sua trajetória profissional.

Incentivado pelo pai desde os quatro anos de idade, Roberto começou na base do São Raimundo, conseguiu uma vaga no Grêmio Porto Alegrense, voltou para o São Raimundo, desta vez como profissional e seguiu para o Nacional. Hoje joga no Rabotnicki, que participou duas vezes da Liga Europa, antiga Copa da Uefa, e negocia contratação pelo Stuttgart, da Alemanha. “A transferência já está 90% certa”, segundo ele.

Com a pausa do campeonato europeu por conta do inverno, Dinamite aproveita as férias no Brasil para curtir a família, a noiva e os amigos e afirma que voltará ao país pronto para levar o time ao tricampeonato nacional.

O pai, Ocival Prado da Silva, 54, mal conseguia explicar a felicidade de ter um filho jogando na Europa e fazendo sucesso. “É uma bênção muito grande”, falou. Ocival, que tem uma escolinha de futebol no bairro Santa Luzia, diz que abriu mão de muitas atividades para fazer o filho se tornar um grande jogador.

O jogador conta que a maior dificuldade na época da mudança foi o frio, já que ele contava com o auxílio constante de um tradutor. Alegou também que a maior diferença entre o futebol amazonense e o europeu é a perfeição da técnica. "Lá eles não brincam, como fazemos aqui. É puro treino, pura técnica. É muito mais profissional", disse.

Fama

Dinamite afirma que se grande sonho era, além de jogar em um bom time, ser reconhecido pelas pessoas na rua. Há dois anos no país, ele já fez comerciais para uma empresa telefônica e um shopping. “É muito legal sair na rua e ver seu rosto em um outdoor, ser cumprimentado pelas pessoas”, comentou.

O jogador contou, inclusive, sobre a época em que não tinha carro e tentou andar de ônibus no país. “Quando eu entrei, o motorista nem conseguiu sair, de tanta gente que me cercou. Tive que ligar para o diretor do clube, que fala português, para me tirar de lá”.

Santa Luzia

Envolvido com o futebol desde jovem, Ocival da Silva mantém uma escolinha de futebol no bairro Santa Luzia, na zona centro-oeste de Manaus. Cerca de 70 crianças, entre meninos e meninas, têm aulas gratuitas de futebol aos domingos e às segundas-feiras. Os alunos têm entre sete e 16 anos de idade. Já as alunas procuram a escolinha um pouco mais tarde. “Elas tem entre 12 e 30 anos”, disse Ocival.

Segundo ele, o objetivo da escolinha é incentivar jovens talentosos que não têm grandes oportunidades, mas têm grande potencial. O local é mantido através de doações de amigos e empresários e Dinamite afirma que negocia com o presidente e os diretores do time croata uma contribuição maior para o clube e as crianças. “O mínimo que eu posso fazer é também dar oportunidade a essas crianças”, afirmou.

Quem tiver interesse em participar da escolinha ou mesmo fazer doações pode obter mais informações através do telefone 8842-8576.


Roberto Dinamite


Fonte: D24AM


Saiba mais sobre o Roberto Dinamite amazonense que joga na Macedônia:

Dinamite na Macedônia

Filho de um fã do do maior ídolo cruzmaltino, o amazonense Roberto Silva, do Rabotnicki, carrega o apelido do presidente do Vasco.

jogadoresdobrasil.com: Como surgiu o apelido ‘Dinamite’?

Roberto Silva: Foi através do meu pai, que é vascaíno e fã do Roberto Dinamite. Antes de eu nascer, ele disse para a minha mãe: “No dia em que eu tiver um filho homem, o nome dele vai ser Carlos Roberto, assim como o Roberto Dinamite”. Em Manaus, todos me conhecem como Roberto Dinamite.

jogadoresdobrasil.com: Na Macedônia, você já esteve no Vardar Skopje e hoje faz parte do Rabotnicki. Já aprendeu a falar o macedônio, que é o idioma oficial do país?

Roberto Silva: Eu me viro sozinho hoje. Sei falar o básico. Preciso de tradutor caso eu tenha uma reunião com diretores sobre contratos.

jogadoresdobrasil.com: Conte como foi a história do vídeo que você preparou para enviar ao Vardar Skopje e que foi uma porta para sua entrada no clube.

Roberto Silva: Começou com um alemão que era meu empresário, quando eu tinha 17 anos. Ele entrou em contato comigo e perguntou se eu tinha um vídeo. Respondi que não e ele mandou que eu preparasse um com urgência, pois precisava mandar para o Vardar, que estava precisando de um meia. Então, fui atrás do Careca e do César, que fizeram meu vídeo. O Vardar gostou e me contratou por dois anos.

jogadoresdobrasil.com: Você costuma se reunir com os brasileiros do Rabotnicki quando não estão no clube?

Roberto Silva: Sim. Hoje tenho como amigos aqui o Fábio e o Zé Carlos. Sou mais apegado aos brasileiros. Somos como irmãos.

jogadoresdobrasil.com: Quando o time vive uma fase ruim na Macedônia, é comum a torcida protestar durante os treinamentos, como costuma acontecer no Brasil?

Roberto Silva: Quando estive no Vardar, isso era comum acontecer, pelo fato de ser um time de grande torcida. Mas no Rabotnicki, ainda não aconteceu. Até porque, graças a Deus, não passamos por uma fase ruim.

jogadoresdobrasil.com: Você ganhou do Rabotnicki o prêmio de melhor estrangeiro do clube na temporada 08-09. Isso causou ciúme em algum outro jogador?

Roberto Silva: Não, não. Aqui nós temos um bom grupo de atletas profissionais.


jogadoresdobrasil.com: Foi o presidente do clube quem escolheu você?

Roberto Silva: Sim, juntamente com diretores, o técnico e o capitão do time.

jogadoresdobrasil.com: Seu contrato termina no fim deste ano. A intenção é permanecer no Rabotnicki ou tentar uma transferência para outro país?

Roberto Silva: Tenho algo em vista. Se isso acontecer, pretendo sair. Caso as coisas não deem certo, vou permanecer no clube.

jogadoresdobrasil.com: Qual seria essa possibilidade?

Roberto Silva: No começo do ano, era para eu ter ido para o Xerez, da Espanha, mas eles queriam ‘valor zero’ em transferência (o atleta não iria receber nada pela transferência; apenas os salários, prêmios e ‘bichos’). Então, o negócio não foi fechado. Como eu tenho agora o término do meu contrato, um empresário chamado Llanoss está vendo uma possível transferência minha para o Albacete, da Espanha.

Fonte: Jogadores do Brasil