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C. Alberto faz tatuagem que simboliza sentimento para 2011: ressureição


Quinta-feira, 13/01/2011 - 18:00

Carlos Alberto já avisou: 2010 está definitivamente no passado. Animado com sua condição física e com a chance de realizar uma pré-temporada, o capitão vascaíno espera fazer deste ano um marco para retomada de sua carreira após sofrer com seguidas lesões e consequentes períodos de inatividade. Para simbolizar este sentimento, o jogador está fazendo aos poucos em seu braço direito a tatuagem de uma fênix, que na mitologia grega é um pássaro que ressurge das próprias cinzas.

O jogador espera mostrar que está mais vivo do que nunca e disposto a liderar o time da Colina na tentativa de encerrar o jejum de títulos.

- Quando pensam que eu estou muito fraco, é aí que realmente estou forte - afirmou.

Em entrevista, o meia comentou sobre sua forma física, a preocupação com a reação dos familiares com as insinuações sobre suas longas ausências da equipe e sobre a construção da sua relação com o Vasco. Ele avisa que defender a Seleção Brasileira e disputar a Copa de 2014 estão nos seus planos.

Confira a entrevista completa com o camisa 19 do Vasco:

Esta será sua terceira temporada no Vasco. A primeira foi para levar o time para a elite, e a segunda para restabelecer o clube. O que esperar de 2011?

Este terceiro ano tem que ser o ano das conquistas. Já passamos muitas dificuldades. A Série B foi uma coisa arriscada, pois não tínhamos um time formado para jogar. Grandes jogadores poderiam ter vindo, mas se acovardaram, não quiseram. Não posso criticar. Eu assumi a responsabilidade com os outros e graças a Deus deu tudo certo, estávamos muito fechados. Em 2010, planejamos conquistas e até chegamos em fases finais, mas não foi o ano que queríamos. Também não foi (o que queríamos) na questão de saúde dos jogadores. Mas isso não foi um problema só do Vasco. Agora, desejo a todos os atletas uma preparação boa para que todos estejam no melhor.

Você aparenta estar bem e feliz como há muito não se via. Qual a importância de começar este ano com uma preparação forte para tentar deixar as lesões que atrapalharam em 2010 no passado?

Às vezes, quem não pratica esporte de alta performance não sabe o que uma lesão faz no nosso interior. Você gostar do que faz e ficar impossibilitado disso deixa triste. Agora estou bem, estou feliz, estou magrinho e fazendo tudo para tentar diminuir a margem de um acidente. Mas essa palavra já diz, é uma coisa que ninguém premedita. Se eu conseguir isso, vou ter um ano bom.

O que incomoda mais: a dor física ou ouvir que você não dá ao clube o retorno que poderia porque fica muito tempo fora do time?

Isso não é o meu normal (ficar fora muito tempo). Em 2009, participei diretamente da conquista da Série B. Quando estou bem, com o mínimo de condições de jogar, vou para valer. O que mais me incomoda não é eu ouvir, são as pessoas da minha família que não estão preparadas para escutar certas coisas. Vejo minha mulher, meu filho, mãe, pai... eles não estão preparados. Eu estou. Isso às vezes revolta um pouco, mas tenho que saber que isso só vai acabar no dia em que eu parar realmente de jogar futebol. Eu me vejo como um guerreiro, um vencedor, um menino que deixou de ser menino para ser um homem forte. Quando eu arrebentar de novo, vai ser bom, vai ser maior do que os problemas por que passei. Eu sou assim. Jesus Cristo teve que carregar uma cruz e não agradou a todos. Estou trabalhando para ser a cada dia melhor.

É por isso que o braço ganhou uma tatuagem nova, de uma fênix?

Ainda está ganhando. Conforme as coisas vão acontecendo, a fênix vai ganhando corpo. Daqui a pouco vão surgir umas asinhas aqui. A história da fênix é que ela ressurge das cinzas, dos escombros, depois de ser derrubada. É mais ou menos isso. Quando pensam que eu estou muito fraco, é aí que realmente estou forte, montando uma nova estratégia para chegar na frente e "bum!".

Então, 2011 será o ano da sua retomada?

O primeiro passo para ter um ano próspero é esquecer 2010. Começo 2011 com toda a energia, agradecendo a Deus por ter uma família com saúde. Eu me agarro às coisas boas. Depois, é meter a cara no trabalho. Isso é muito importante. A única coisa que cai do céu é chuva. Deus só não abençoa vagabundo, e isso eu não sou. Sou honesto e trabalhador. Este vai ter que ser meu ano de qualquer maneira. Vamos chegar neste título o mais rápido possível.

Qual é, na prática, seu papel de líder deste elenco?

Meu papel é de equilibrar. Problemas financeiros não são exclusivos do Vasco. Outras equipes sofrem, mas aqui as pessoas são bem intencionadas. Vai passar, como sempre passou. Se está ruim assim, se pararmos vai ficar pior.

Seleção Brasileira ainda é um sonho palpável? Há alguma frustração nesse sentido?

Não sou uma pessoa que me sinto frustrado, não. O que eu fiz foi bem feito, e o que eu errei tenho que assumir. Sou bem resolvido. Quando se fazem planos, é porque acreditamos. Realmente sonho com a Seleção Brasileira, acredito que tenho potencial e o perfil que o treinador quer. Tenho pouca idade ainda (26 anos), e experiência eu já tenho, já joguei em vários clubes e tenho títulos. Se eu falo que quero alguma coisa, é porque estou trabalhando para isso.

Depois de tudo o que você já viveu no Vasco, o que ele representa para você?

Eu não consigo nem mensurar. São tantos momentos bons quer eu tive, estou tendo e ainda vou ter... As pessoas aqui se preocupam comigo, me tratam de uma forma especial. É muito mais prazeroso estar em um lugar assim. Não é a melhor estrutura do mundo, mas tenho coisas aqui que talvez eu não teria em um Real Madrid, por exemplo. Valorizo muito estas coisas. Vou ter um sentimento de gratidão eterna por esse clube.

Qual pode ser a importância da torcida vascaína para o sucesso do time?

Um jogo que não me sai da cabeça é a derrota para o Americano na estreia do Carioca de 2009, quando estávamos voltando da pré-temporada. A torcida não vaiou ninguém, só aplaudiu. Sabiam que teríamos um ano difícil, um ano de Série B e que alguns jogadores precisavam de paz. Os torcedores do Vasco jogam muito junto. Eles nos entendem e acho que por isso vai dar certo.






Fonte: GloboEsporte.com