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Fernando comenta o uso de pulseira do equilíbrio


Quinta-feira, 06/01/2011 - 09:47

Quatro meses após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibir publicidade atribuindo propriedades terapêuticas à pulseira ‘bioquântica’ — conhecida como pulseira do equilíbrio — dezenas de sites de venda ainda anunciam efeitos ‘milagrosos’ do acessório na Internet. A Anvisa convoca a população a denunciar propaganda enganosa, que será imediatamente tirada do ar. As empresas podem ter que pagar multa de R$ 2 mil até R$ 1,5 milhão.

No Rio, vendedores fazem até teste para supostamente comprovar a eficácia do adorno, que traria mais concentração, equilíbrio e força. Embora a filial australiana da fabricante Power Balance tenha divulgado nota admitindo não ter comprovação científica dos resultados, por aqui as vendas seguem a todo vapor.

Conforme determinação da Anvisa de 3 de setembro, embora a comercialização seja liberada, está suspensa a propaganda dos efeitos nos meios de comunicação. O órgão vetou a publicidade por haver orientações de uso terapêutico não comprovado. Sites que descumprem a determinação podem ser denunciados no tel. 0800-6429782.

Distribuidora oficial da Power Balance no Brasil, a On The Beach alega que sua publicidade está de acordo com as normas da Anvisa e que está tomando medidas judiciais contra sites que veiculam propaganda enganosa. Ainda segundo a On The Beach, a Power Balance não afirma que os produtos da marca não funcionam, sendo a nota divulgada na terça-feira um caso restrito à Austrália.

A polêmica não reduziu o interesse do público. Ana Maria da Cruz vende até 20 pulseiras semelhantes por dia no camelódromo da Uruguaiana. “Acho que agora vou vender mais ainda”, diz. Dono de loja de joias no Centro, Antonio Horácio diariamente comercializa 15. “Tem gente que compra e recorta o holograma para colocar em pingentes”, conta, mostrando relógio que traz o selo no mostrador.

Jogador aprova. Especialista diz que efeito é psicológico

O zagueiro Fernando, do Vasco, usa desde 2008. “No período que fiquei sem usar, sofri grave lesão. Ano passado voltei a usar e passei a temporada sem lesões”, garante. Funcionários de loja que vende a pulseira, Douglas Muniz, 36, e Elias Carvalho, 69, testam o produto para céticos. “Quando forçamos os braços para a frente, a pessoa desequilibra. Com a pulseira, não”, diz Douglas.

A pesquisadora Sandra Baron, doutora em Saúde Coletiva da UFF atribui o resultado a efeito psicológico, de autossugestão. “A pessoa acredita que terá mais equilíbrio, então ela busca atitudes que proporcionem isso”, diz. “Acredito que a pulseira seja baseada em magnetoterapia. Mas não há provas de que a pulseira funcione”, comenta o fisioterapeuta da Academia Evidence Renato Valença.

Fonte: O Dia Online