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Política: Oposição publica resumo da reunião do Conselho Deliberativo


Sábado, 01/01/2011 - 16:34

Nota publicada pelo site do Casaca, principal grupo de oposição da política vascaína:

"Resumo da Reunião do Conselho Deliberativo

Chegamos finalmente à última reunião do ano no Conselho Deliberativo.

Inicialmente o presidente em exercício do Conselho, Sr. Alcides Martins, pôs em votação a leitura ou não da ata referente à reunião anterior. Em maioria, a situação votou no sentido de que não fosse lida. Ato contínuo disse ao presidente que desejava ler o documento abaixo:

ILMO. SR. PRESIDENTE DO CONSELHO DELIBERATIVO DO
CLUB DE REGATAS VASCO DA GAMA

Os signatários do presente, todos membros natos e/ou eleitos desse Conselho, expressamente manifestam aqui sua discordância em relação aos termos em que foi redigida a ata da reunião extraordinária realizada no dia 25 de novembro de 2010.

Na referida ata, ora submetida à aprovação deste Conselho, foi omitida a intervenção do Benemérito ITAMAR RIBEIRO DE CARVALHO, na qual, o referido Conselheiro, citando especificamente os artigo 79, 81, II e 82 do nosso Estatuto, manifestou-se no sentido de que a matéria que seria discutida naquela reunião, por envolver autorização para empréstimo de um bem do fundo social, na hipótese, o Estádio de São Januário, somente poderia se realizar, na forma expressa nos artigos mencionados, mediante a presença do número mínimo de Conselheiros que se refere o artigo 82, ou seja, 151 (cento e cinquenta e um) Conselheiros, o que vale dizer, a decisão necessitaria do denominado “quorum especial”, fato que, sequer, foi referido por V.Sa.

À vista do exposto, solicitam os signatários a inclusão da expressa manifestação do Conselheiro ITAMAR RIBEIRO DE CARVALHO na ata da reunião extraordinária de 25 de novembro de 2010, sob pena de, caso não atendida esta solicitação, todos os signatários votarão pela não aprovação da mencionada ata.

Atenciosamente ………

O documento foi assinado por dez conselheiros em duas vias.

O Sr. Alcides Martins, acreditem, não deixou que eu lesse e em meio ao meu pedido junto à mesa ordenou ao secretário que lesse a proposta orçamentária. Fiquei em frente a ele, próximo à mesa por vários minutos sendo vaiado, enquanto o secretário não parava de ler a respeito da matéria do dia. O presidente tentava me ameaçar, como se a conduta não fosse adequada. Disse que era para eu depois entregar o documento ao Conselho, que não iria receber o mesmo, que o assunto estava encerrado, mas fui indagando da atitude antidemocrática dele, da forma como agia acima do que lhe era permitido, enfim, e depois de uns cinco minutos ele aceitou receber o documento.

Saí, em seguida para o meu lugar sendo novamente vaiado e ainda ouvindo insultos das mais variadas ordens. Nem sabiam do que se tratava e já escolhiam a afronta, o xingamento, a vaia.

Pediu a palavra o Sr. Nelson Rocha, vice de finanças do Vasco que pretendeu defender a aprovação do orçamento numa fala tida por ele próprio como enfadonha, em alguns momentos, aos olhos de alguns, até entrar no passado e dizer que fora surpreendido com uma dívida de 1 milhão de reais do nadador Luís Lima e de 2 milhões do iatista Torben Grael. Admitiu um erro no orçamento apresentado e o justificou como algo advindo de algum tipo de problema interno pouco importante e dirimido em sua própria fala.

Em seguida, Nelson Rocha passou a falar que a década de 50 do Vasco (chamou de bons tempos ou algo assim) havia sido muito boa e tal, no que indaguei de meu lugar ter sido a década de 90 também um espetáculo. Ele falou da década de 50 referindo-se ao time da Copa de 50 (sem perceber que estava falando na realidade da década de 40), lembrou de dois títulos brasileiros na década de 90, o Brasileiro de 1997 e 2000 no que foi novamente interrompido por mim que lembrei de 1992, 93, 94, 98, 99. Ele disse que o resultado daquilo foi estarmos na situação financeira atual. Voltou a citar o caso de Torben Grael no que interrompi dizendo em tom mais alto ter sido responsabilidade de quem deixou de pagar o acordo, após junho de 2008 e encerrei depois dizendo que ele iria me ouvir em seguida.

Finalizou, pouco depois a sua fala usando o termo heterodoxia para tentar resolver uma situação dificílima do Vasco ainda em 2011. Criatividade será segundo Nelson Rocha a forma do Vasco se manter viável e com os compromissos em dia no próximo ano, algo que mesmo diante de sua grande capacidade e perspicácia não foi possível no decorrer de 2010, embora grande esforço tenha sido feito para que uma semana antes das eleições de outubro, por exemplo, os salários fossem postos em dia, fruto de um trabalho dos mais dedicados do atual vice de finanças.

Aí foi a minha vez de subir à tribuna. Iniciei minha fala dizendo que se o Vasco tivesse agido com ortodoxia e continuado a pagar impostos e acordos, tal situação não estaria da forma como se encontra e, inclusive, citei o vice-jurídico dizendo ser este sabedor do cumprimento de acordo do Vasco com os atletas e posterior descumprimento. Fui rápido e conciso lembrando saber que Nelson Rocha não era o responsável pela vice-presidência de finanças até meados de 2009 deixando-lhe o benefício da dúvida quanto ao seu não conhecimento no que se refere ao descumprimento de uma série de acordos firmados pela diretoria anterior e desrespeitados pela atual.

Em seguida falou o benemérito Sr. Itamar Carvalho sobre a questão da Timemania e um acordo feito pelo Vasco nos anos 80 a respeito de parcelamento o INSS (se não estou enganado) e tentou ainda questionar se a ata (no início da reunião) foi ou não posta em votação uma vez que a única manifestação do Conselho fora no sentido de que esta não fosse lida. O presidente do Conselho Deliberativo, em exercício, afirmou que o assunto seria discutido depois.

Chegou a vez do Sr.Hércules Figueiredo, presidente do Conselho Fiscal, falar e este criticou os signatários do orçamento apresentado. Disse ele que aquilo era uma mancha no currículo de contabilistas tão competentes (algo assim), falou que a situação do Vasco só seria resolvida em uma ou duas décadas, tal a gravidade desta. Que a heterodoxia deveria prever também gastos, a partir de ações e custos, falou da coroa em cima do escudo vascaíno dizendo não precisar o Vasco se fantasiar de Real Madrid, pois a beleza e imponência do nosso escudo, muito melhor nos identifica, reclamou da forma como eram distribuídos ingressos e camisas a quem as poderia comprar para ajudar o Vasco, lembrou ainda que o Sindeclubes servira como uma espécie de terceirizado, digamos assim, para ações do Vasco no sentido de receber dinheiro da Eletrobrás através de terceiros, alertando para custos oriundos disso, afirmou que no caso do Remo uma série de despesas não foram orçadas e que estas em face da própria prática do esporte ocorrerão e disse, ainda ter a sensação de que a diretoria imaginava o Conselho Fiscal como uma divisão de pingue-pongue do clube, ou algo neste sentido.

Pediu para fazer uso da palavra o secretário do Conselho Deliberativo. Este a tomou para afirmar que a atual gestão recebera, de fato, uma herança maldita. Foi interrompido em meio ao discurso por mim e outros conselheiros que não aceitamos a retomada do tema visto que tal questão era meramente subjetiva e não atendia aos propósitos do que se discutia. Tinha, no caso, a possibilidade de intervir o presidente em exercício do Conselho Deliberativo visto que o tema em discussão não era este e a menção feita por mim, àquela altura ainda não desenvolvida por Nelson Rocha em sua segunda fala, encerrava ali a questão entre os dois que discutiam o tema. O problema dessa nova retomada, senhores, era, além do óbvio desvio do assunto a ser discutido naquele momento (orçamento 2011) o fato de que o dizer do secretário não teria contraponto algum pois não havia mais inscritos entre os conselheiros presentes. Curiosamente o presidente em exercício do Conselho Deliberativo não se opôs a fala, mas passou a tecer novas ameaças a mim, enquanto eu pontuava não haver conhecimento de causa por parte do secretário a respeito daquilo que falava. O nome herança maldita é por si só ofensivo à administração ou administrações anteriores e o muito deixado em termos de estrutura, atletas da base, patrimônio conservado, dívidas equacionadas e uma posição institucional cimeira do Club de Regatas Vasco da Gama no cenário esportivo e social. Uma discussão séria sobre o tema necessitaria de uma reunião, ou a convocação de várias delas para discutir o tema. Ouvindo-se todas as partes e usando-se do bom senso. A tentativa naquele momento por melhor intencionado que fosse o secretário em apenas passar ao público presente suas idéias e conclusões a respeito, já se mostrara viciada na primeira frase pelo qualitativo maldito e daí foi rechaçada pela minoria oposicionista.

Após alteração de voz e confusão a respeito fui até o final do salão buscar um copo de água. Qual não foi minha surpresa quando ouço enquanto passo um termo dito por “euricófabos” frustrados, despeitados ou invejosos. Indaguei quem seria o autor da pérola. Levantou-se pronto para brigar um sujeito conhecido por muitos como maluco, mas que na minha ótica é apenas um “sem noção.” Quando o identifiquei devolvi a alcunha mais do que cabida no caso específico dele, embora respeite por princípio todos os ex-presidentes do Vasco por entender que tais fizeram algo pelo clube e não merecem serem dados por mortos, mesmo aqueles que não presidem nenhum poder do clube. Alguém próximo, pertencente ao grupo situacionista, sugeriu que eu batesse neste outro colega de Conselho. Pelo visto alguns membros eleitos do egrégio Conselho Deliberativo do Club de Regatas Vasco da Gama pensam estarem num colégio em pleno ensino fundamental.

Andei mais um pouco e me vi meio que cercado por um pequeno grupo vindo atrás de mim. Próximos, Guilherme Baptista e José Pedro Mota, conselheiros eleitos pela chapa de oposição. Um clima hostil em volta serenado por Cristiano Kohler, a quem chamei de Cristiano e expliquei como havia começado toda a polêmica da noite, ou seja, na forma ditatorial e insensível do presidente em exercício do Conselho Deliberativo ao início da reunião. Aquilo criara um clima belicoso, particularmente contra mim e me dava duas alternativas. Ou eu abaixava a cabeça tal qual faz o “novo Vasco” diante dos problemas que criou, cria e não enfrenta, ou enfrentava a situação desfavorável criada por eles próprios a fim de que o meu direito de simplesmente ler um documento fosse satisfeito e a verdade sobre a situação do Vasco não fosse falseada com argumentações infelizes e desprovidas de conhecimento de quem se punha na tribuna a defender um orçamento não aprovado por unanimidade pelo Conselho Fiscal, com histórico neste mesmo ano de não aprovação das contas; ou ainda na mesa tratando de algo que desconhece usando um jargão maldito, infeliz, político e pouco afeito à discussão tema do debate daquela reunião.

Em meio ao tumulto, ouço de outro situacionista que eu deveria respeitar para ser respeitado. Não é fantástico? Uma inversão de valores das mais caricatas.

Eu sou cerceado em meu direito de ler um documento referente à ata, em relação a algo omitido por conta e risco do secretário do Conselho e de seu presidente numa reunião anterior e que fundamentava a própria reunião, tornando mal dita a história contada sobre a aprovação do Rugbi para as Olimpíadas de 2016; testemunho dizeres descabidos, sou vaiado por quem desconhece o que pleiteio e não se interessa em saber do que se trata; testemunho dizeres estapafúrdios do vice de finanças quanto a execuções sofridas pelo Vasco, como se tais tivessem simplesmente sido jogadas para frente sem qualquer acordo, amaldiçoando sua resolução no caso concreto, observo o próprio vice de finanças do clube tratar erroneamente a história do Vasco no futebol falando da terceira melhor década do clube como se primeira fosse, tropeçando no início e fim de um decênio e se esquecendo simplesmente de sete das nove conquistas do Vasco nos anos noventa, além de jogar tudo nas costas do pobre ex-presidente Calçada justificando o atual estado financeiro do Vasco como fruto de tais conquistas; ouço ainda um início de discurso do secretário do Conselho qualificando jocosamente o que foi deixado pelas administrações anteriores do Vasco para esta que aí está, sabendo de antemão que não haverá réplica por maior que seja a bobagem dita a respeito de um tema que nada tem a ver com a discussão para a qual fomos chamados a participar, e na cabeça do tal situacionista deveria eu respeitar tudo isso, sob pena de ser taxado de não respeitoso, a princípio. É dose para mamute!

Continuando a reunião foi chamado, então, novamente o Sr. Nelson Rocha e disse ele não ser verdade que o Vasco estava com impostos em dia quando a diretoria anterior saiu e a prova disso era a Timemania. O Sr. Hércules Figueiredo citou o exemplo da dívida a ser paga referente a Miguel Vaz, ex-contador do clube (demitido por não querer concordar com um ajuste de balanço que transformaria uma dívida de 190 milhões do clube em 377 milhões no ano de 2009). Falou que o Vasco pagaria 600 mil de indenização, mais 400 mil de fundo de garantia, num acordo de muitos meses. Nelson Rocha disse, finalizando, ser uma falácia tal afirmação de que os impostos estavam em dia. Antes (nesta explanação ou na outra dada inicialmente) havia justificado que não tinha como pagar impostos uma vez que o dinheiro chegado ao clube já tinha destino certo sem que o Vasco pudesse tê-lo à mão para fazer suas opções de gestão. Disse ainda não lembrar de outras coisas mencionadas. Muito esquecido.

Em seguida foi cordial com o conselheiro Itamar Carvalho e inicialmente cordial com o Sr Hércules Figueiredo. Afável, começou dizendo não ter o Conselho Fiscal entendido algumas coisas apresentadas naquele orçamento dizendo que sempre esteve pronto a receber o Conselho Fiscal para dirimir quaisquer dúvidas. Um exemplo de presteza. Justificou a não apresentação de qualquer valor no orçamento do futsal declarando ser aquilo apenas 0,3% da receita do clube (que certamente vai constar no próprio orçamento após o remendo). Aos poucos passou a se sentir mais seguro e começou a se fortalecer no discurso aumentando o tom de voz meticulosamente até afirmar que dormia muito bem e fazer um tipo de elogio de si próprio como alguém que trabalha e luta pelo Vasco por amor ao clube, um compromisso que abraçou com toda dedicação e desprendimento.

Do meu lugar disse enquanto triunfalmente o prestativo, abnegado e por vezes esquecido, Sr. Nelson Rocha descia da tribuna, que ele se utilizara do Vasco a fim de fazer campanha para deputado federal, inclusive propagandeando seus “feitos” se auto intitulando engenheiro das finanças do Vasco, quando na verdade mostrou-se baseado no parecer do Conselho Fiscal o engenheiro das contas reprovadas. Altivo, célere e de nariz empinado veio ele com uns cinco ou seis atrás dizer para que repetisse o que havia dito. O fiz da mesma maneira esperando pela grande ação subsequente do bravo vascaíno e ele disse que eu não era ninguém no que me vi obrigado, naquele cenário, a rebater da mesma forma. Afinal quem é o Sr.Nelson Rocha em termos de Vasco? Um pequeno grupo iniciou, então, um processo de cobranças em relação à minha fala e um deles imaginando estar diante de um espelho chamou-me de safado. É, de fato, uma safadeza não deixar que o maravilhoso mundo da turma da oportunidade de prata seja contestado ou criticado.

Repetindo, outra vez, Sr. Nelson Rocha. O Vasco foi utilizado na sua campanha para deputado federal.

Alguém poderia indagar a mim a respeito do uso de tal fala se essa caberia ou não ser expressada. A princípio não. Um direito que cabe a ele é utilizar-se do que achar apropriado no sentido de nortear ou ajudar em sua campanha. A forma como se denominou diante do público teve o rechaço deste, dada a pífia votação atingida pelo candidato, mas a questão se encerra aí. O uso, entretanto, do clube foi nítido e não cabe agora um novo discurso em meio a uma defesa de algo conflitante com a decisão do Conselho Fiscal no sentido de sua vascainidade ser o único sustentáculo de sua suposta abnegação pela causa. Tivesse Nelson Rocha tranquilo a respeito de sua atitude em campanha simplesmente não se incomodaria com o que escutou. Poderia dizer: “Falei de Vasco, usei o Vasco, porque me vi no direito de fazê-lo”. Quando, entretanto, há o incômodo e o teatral desafio à repetição do que fora dito denota apenas que não está bem sedimentada em si a justeza de tal uso, pois eu não questionei e sim afirmei o que fora feito de forma nítida e clara por ele desde o início do ano, num “outdoor” em frente a São Januário, até o pleito passando por santinhos, mensagens e afins com o Vasco servindo de pano de fundo para a campanha.

Podemos citar, por exemplo, Eurico Miranda. Em suas campanhas disse que iria ser deputado do Vasco e trabalhar para o Vasco em Brasília. Eleito algumas vezes, não eleito em outras, nunca teve um número tão pouco representativo de votantes como ocorreu com Nelson Rocha. Participando do Vasco em função executiva ou não. Há lastro, história, respeito adquirido, conquistas e defesa do clube em seu currículo, capazes de fazer com que a mesma pergunta feita para ele tivesse como resposta simplesmente o seguinte, exemplificando mais uma vez: Falei de Vasco, usei o nome do Vasco e baseei minha campanha no Vasco. E daí? O Vasco é meu objetivo. Sempre foi e sempre será.

Partiu-se, em seguida, para a votação ganha pelo voto político provavelmente, ou então por uma consideração de que o Conselho Fiscal, de fato, representa uma espécie de divisão de pingue-pongue do Vasco. Por maioria. Mais de uma dezena de votos contra e algumas abstenções.

Era chegada a hora do Sr. Luso Soares da Costa, vice-presidente administrativo do clube vir a fazer sua explanação. Iniciou falando sobre seu histórico no Vasco, sua ligação com o Prof. Castro Filho (Manuel Castro Filho presidente do clube no biênio 1944/45), além de um resumo da sua trajetória profissional e ligação com ao Club de Regatas Vasco da Gama por muitas décadas. Discursou afirmando ser o clima de ódio visto hoje por dois grupos divergentes, algo maléfico para o clube no que concordamos e já de antemão mostramos a solução perfeita. Eurico Miranda participa da administração do Vasco representando-o como fez por mais de 20 anos, nos quais o clube obteve 14 campeonatos, desde estaduais, 47 taças ao todo só no futebol profissional, 178 títulos, desde os estaduais em esportes olímpicos e pan-americanos, mais 275 títulos na base e pronto. Os problemas serão, a partir disso, sanados.

Continuando, Luso falou sobre a história das gravações dizendo ter tomado a melhor decisão quanto à apresentação delas ao Conselho de Beneméritos, elogiou Eurico Miranda no que tange a ter cumprido o acordado com ele referente às próprias gravações, explicou o motivo de algumas cisões ocorridas ao longo do atual mandato, disse ter agido motivado a não se tornar um omisso em relação a coisas que via erradas no Vasco, afirmou sonhar com um grande abraço entre Eurico e Calçada naquele salão selando nova paz, bem como outras reconciliações. Afirmou ainda ter se posicionado referente a questões estatutárias quanto à candidatura de Nelson Rocha a um cargo público. Meio resignado, um pouco triste, ainda se dizendo esperançoso num futuro melhor para o Vasco se disse apto naquele momento à renúncia desejando a resolução de todos os problemas pelos quais o clube atravessa neste momento.

Concluindo, a reunião de ontem demonstrou claramente que o local de discussão, Conselho Deliberativo, passou a ser apenas de conflito entre duas correntes políticas do Vasco.

O clube caminha a passos largos para uma situação irreversível. Maquiar a verdade usando o passado, escondendo os próprios erros, fruto do ódio e da política do contra quanto a tudo que era realizado no Vasco até a assunção da nova diretoria ao poder, em nada ajuda no reerguimento da instituição. Não nos parece pelo discurso do Sr. Nelson Rocha que qualquer estratégia passe sem raspar em justificativas pueris a respeito das dificuldades encontradas fruto real da péssima transição feita dentro do clube, opções equivocadas de gestão, além é claro da sistemática incapacidade de humildemente pedir ajuda diante das dificuldades, seja por vaidade, de novo o ódio, ou ignorância quanto à capacidade alheia. A queda infelizmente não ensinou muita coisa a quem diz comandar o Vasco. A recusa de ajuda quando da iminência dela, idem.

Diante deste quadro, eleições são aguardadas para o primeiro semestre de 2011, a fim de que seja freado o processo de apequenamento do Vasco iniciado com a queda para a segunda divisão e aceitação do clube em viver um papel subalterno no âmbito esportivo estadual e nacional.

Ah, ia me esquecendo. O Roberto pediu a palavra no final. Não fiquei lá para ouvir. Deve ter anunciado que achou algum título ganho pelo Vasco a ser reconhecido pela CBF que ninguém conhecia…

Feliz Ano Novo a todos os vascaínos de berço.

Sérgio Frias
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Fonte: Casaca