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Eurico Miranda relembra queda do alambrado em 2000
Sábado, 01/01/2011 - 07:45
No dia 30/12/2000, uma confusão entre torcedores provocou a queda de parte do alambrado da arquibancada de São Januário durante a final da Taça João Havelange, em que se defrontavam Vasco e São Caetano. Não houve mortos, mas cerca de 160 pessoas se feriram no episódio, que completou 10 anos.
Em declarações ao diário Lance! (ed. 30/12/2010), Eurico Miranda, então 2º vice-presidente geral e vice-presidente de futebol vascaíno (passaria a ser presidente nos primeiros dias de janeiro) relembrou o incidente. Eurico negou ter havido superlotação no estádio no dia do jogo:
"O caso foi no local onde concentra a Força Jovem. Nada a ver com superlotação. Surgiu uma confusão, que era a coisa mais normal acontecer, e o pessoal desceu pra cima do alambrado", declarou o ex-presidente.
Outro ponto polêmico abordado por Eurico foi sobre o reinício do jogo. Ele voltou a negar que tenha pedido a retomada da partida em meio ao atendimento aos feridos:
"A primeira pessoa a entrar no campo foi eu. Falei: 'O jogo no momento não me importa. O que importa é o atendimento aos feridos.' Foi feito todo atendimento. A partir do momento que todo atendimento tinha sido feito, eu passei a ter uma preocupação de evacuar o campo", disse o atual presidente do Conselho de Beneméritos do Vasco.
Finalmente, Eurico explicou - e deixou claro que "reagiu pouco" - porque chamou de "frouxo" e "incompetente" o então governador Anthony Garotinho, que deu ordem para que a partida não fosse reiniciada apesar da decisão do comandante da Defesa Civil favorável à continuação do jogo:
"Veio o comandante da Defesa Civil e disse: 'O governador deu a ordem que terá o jogo.' Quando eu saía do campo, veio uma contraordem mandando suspender. Se ele tivesse suspendido, tudo bem. O que ele não pode, é mandar um emissário para me passar uma coisa e cinco minutos depois mudar. Eu tenho 66 anos, nunca agredi ninguém, por incrível que pareça. Eu revido a agressão. Eu tenho o defeito que as pessoas me agridem com uma estilingada e eu devolvo um obus. Cada um tem o direito de analisar como quiser. Com a responsabilidade que eu tinha, de representar a minha instituição, depois de tudo aquilo que passamos, depois de toda aquela odisséia. Se eu for me analisar, eu acho que eu reagi pouco. Não era eu que estava sendo atingido, era a instituição", disse Eurico ao Lance!.
Já o então governador Anthony Garotinho, por sua vez, contou, também em declarações ao diário Lance! (ed. 30/12/2010), como tomou a decisão de não autorizar o reinício da partida. Garotinho negou ter sofrido pressão da TV Globo (que teria sua grade de programação prejudicada caso o jogo fosse reiniciado) para tal:
"Eu estava em casa, no Palácio Laranjeiras, onde morava quando era governador. Eu assistia ao jogo quando vi aquela tragédia do alambrado caindo. Fiquei muito ansioso. Pensei que precisava parar o jogo. E havia aquela pressão do Eurico Miranda para o jogo recomeçar. Vi o coronel Paulo, que era o chefe da Defesa Civil, sendo pressionado. Quando vi que o jogo iria reiniciar, liguei para o coronel e disse: 'Você não pode recomeçar o jogo.' Havia pressão terrível do Vasco para continuar a partida. Eu falei: 'Não tem jeito. Não vai recomeçar e é ordem minha.' Não tive pressão da Globo. A ordem para continuar foi do secretário. Eu dei apenas um telefonema para o jogo ser cancelado. Aquilo era uma loucura. Aqueles soldados formando uma parede humana. Se o povo partisse para cima, seria uma tragédia. Não havia a menor condição.
Após Eurico chamá-lo de "frouxo" e "incompetente" ao vivo na TV, Garotinho processou o dirigente vascaíno, ganhando R$ 650 mil de indenização. O então governador revela o que fez com o dinheiro:
"O Eurico não é mole. Mandei processá-lo. O Eurico foi para a televisão. Me chamou de frouxo, de covarde. Eu lembro disso porque eu processei ele. Ganhei uma indenização de R$ 650 mil que eu reformei a minha casa e comprei uns carros que eu queria dar de presente para a Rosinha [Rosinha Garotinho, primeira-dama, e que seria eleita governadora em 2002]. Depois eu tive com ele. Não tenho amizade, mas não tenho ódio nem rancor", disse o ex-governador ao Lance!.
A partida interrompida foi declarada nula pelo STJD, que decidiu pela realização de novo jogo no dia 18/01/2001 no Maracanã, que na época estava em obras e teve que ser preparado às pressas para receber a finalíssima. O Vasco venceu o São Caetano por 3 a 1 e ficou com o título.
Confira vídeos da queda do alambrado e do título do Vasco:
Fonte: NETVASCO, Youtube
Em declarações ao diário Lance! (ed. 30/12/2010), Eurico Miranda, então 2º vice-presidente geral e vice-presidente de futebol vascaíno (passaria a ser presidente nos primeiros dias de janeiro) relembrou o incidente. Eurico negou ter havido superlotação no estádio no dia do jogo:
"O caso foi no local onde concentra a Força Jovem. Nada a ver com superlotação. Surgiu uma confusão, que era a coisa mais normal acontecer, e o pessoal desceu pra cima do alambrado", declarou o ex-presidente.
Outro ponto polêmico abordado por Eurico foi sobre o reinício do jogo. Ele voltou a negar que tenha pedido a retomada da partida em meio ao atendimento aos feridos:
"A primeira pessoa a entrar no campo foi eu. Falei: 'O jogo no momento não me importa. O que importa é o atendimento aos feridos.' Foi feito todo atendimento. A partir do momento que todo atendimento tinha sido feito, eu passei a ter uma preocupação de evacuar o campo", disse o atual presidente do Conselho de Beneméritos do Vasco.
Finalmente, Eurico explicou - e deixou claro que "reagiu pouco" - porque chamou de "frouxo" e "incompetente" o então governador Anthony Garotinho, que deu ordem para que a partida não fosse reiniciada apesar da decisão do comandante da Defesa Civil favorável à continuação do jogo:
"Veio o comandante da Defesa Civil e disse: 'O governador deu a ordem que terá o jogo.' Quando eu saía do campo, veio uma contraordem mandando suspender. Se ele tivesse suspendido, tudo bem. O que ele não pode, é mandar um emissário para me passar uma coisa e cinco minutos depois mudar. Eu tenho 66 anos, nunca agredi ninguém, por incrível que pareça. Eu revido a agressão. Eu tenho o defeito que as pessoas me agridem com uma estilingada e eu devolvo um obus. Cada um tem o direito de analisar como quiser. Com a responsabilidade que eu tinha, de representar a minha instituição, depois de tudo aquilo que passamos, depois de toda aquela odisséia. Se eu for me analisar, eu acho que eu reagi pouco. Não era eu que estava sendo atingido, era a instituição", disse Eurico ao Lance!.
Já o então governador Anthony Garotinho, por sua vez, contou, também em declarações ao diário Lance! (ed. 30/12/2010), como tomou a decisão de não autorizar o reinício da partida. Garotinho negou ter sofrido pressão da TV Globo (que teria sua grade de programação prejudicada caso o jogo fosse reiniciado) para tal:
"Eu estava em casa, no Palácio Laranjeiras, onde morava quando era governador. Eu assistia ao jogo quando vi aquela tragédia do alambrado caindo. Fiquei muito ansioso. Pensei que precisava parar o jogo. E havia aquela pressão do Eurico Miranda para o jogo recomeçar. Vi o coronel Paulo, que era o chefe da Defesa Civil, sendo pressionado. Quando vi que o jogo iria reiniciar, liguei para o coronel e disse: 'Você não pode recomeçar o jogo.' Havia pressão terrível do Vasco para continuar a partida. Eu falei: 'Não tem jeito. Não vai recomeçar e é ordem minha.' Não tive pressão da Globo. A ordem para continuar foi do secretário. Eu dei apenas um telefonema para o jogo ser cancelado. Aquilo era uma loucura. Aqueles soldados formando uma parede humana. Se o povo partisse para cima, seria uma tragédia. Não havia a menor condição.
Após Eurico chamá-lo de "frouxo" e "incompetente" ao vivo na TV, Garotinho processou o dirigente vascaíno, ganhando R$ 650 mil de indenização. O então governador revela o que fez com o dinheiro:
"O Eurico não é mole. Mandei processá-lo. O Eurico foi para a televisão. Me chamou de frouxo, de covarde. Eu lembro disso porque eu processei ele. Ganhei uma indenização de R$ 650 mil que eu reformei a minha casa e comprei uns carros que eu queria dar de presente para a Rosinha [Rosinha Garotinho, primeira-dama, e que seria eleita governadora em 2002]. Depois eu tive com ele. Não tenho amizade, mas não tenho ódio nem rancor", disse o ex-governador ao Lance!.
A partida interrompida foi declarada nula pelo STJD, que decidiu pela realização de novo jogo no dia 18/01/2001 no Maracanã, que na época estava em obras e teve que ser preparado às pressas para receber a finalíssima. O Vasco venceu o São Caetano por 3 a 1 e ficou com o título.
Confira vídeos da queda do alambrado e do título do Vasco:
Fonte: NETVASCO, Youtube
