Tamanho da letra:
|

Romário relembra sua participação na Virada do Século


Terça-feira, 21/12/2010 - 17:59

Em declarações concedidas ao diário Lance!, ed. 20/12/2010, Romário contou histórias de bastidores da "Virada do Século", forma como ficou conhecida a finalíssima da Copa Mercosul de 2000, na qual o Gigante da Colina saiu de um placar adverso de 3 a 0 contra o Palmeiras, no Parque Antártica, para uma vitória por 4 a 3 que lhe valeu o título. Romário marcou 3 dos 4 gols vascaínos na partida.

VICE-CAMPEONATOS SEGUIDOS

"O Vasco já vinha com uma sina de vice-campeão de finais anteriores, já havia até cantos da torcida sobre isso. Não podíamos deixar que aquilo acontecesse de novo. Acredito que isso possa ter preocupado a torcida, a diretoria. Mas isso não passou na cabeça dos jogadores. Tínhamos uma grande equipe. O melhor time do Brasil naquele momento era o Vasco."

(Obs.: Os vice-campeonatos na temporada 2000 haviam sido em número de 3: Mundial de Clubes, contra o Corinthians; Torneio Rio-São Paulo, contra o próprio Palmeiras; e Campeonato Estadual, contra o Flamengo.)

PROVOCAÇÃO DO ADVERSÁRIO NO 1º TEMPO

"Fizemos um primeiro tempo muito ruim, as coisas não estavam dando certo. O time do Palmeiras começou a fazer os gols e, então, passou a nos desrespeitar. Não sou favorável a esse tipo de coisa no futebol, nunca fui. Aquilo nos motivou. Um jogador deles, no fim do primeiro tempo, viu um jogador nosso correndo e lhe disse: 'esquece, já está 3 a 0. Essa nós já ganhamos.'"

O VASCO NUNCA HAVIA DESRESPEITADO NINGUÉM

"Nosso time era muito bom, já tinha passado por situação semelhante, de ter colocado 3 a 0 no placar. E, mesmo assim, nunca desrespeitamos ninguém. Alguns jogadores deles mudaram a forma de jogar. Davam toques de letra, davam passes de efeito. Quando isso acontece, o homem lá de cima olha e diz: 'Espera aí, vamos dar uma oportunidade para o outro lado para ver o que acontece.'"

(Obs.: Só na temporada 2000 o Vasco já havia aberto 3 a 0 no placar contra os seguintes times grandes: Manchester United-ING, pelo Mundial; Cruzeiro e Atlético Mineiro, pelo Brasileiro; e River Plate-ARG, pela própria Copa Mercosul.)

AMBIENTE NO INTERVALO

"Todos estavam de cabeça baixa. Eurico Miranda disse que sabíamos jogar, mas que precisávamos ficar tranquilos para o segundo tempo. Disse que a responsabilidade de tudo era dele e aquilo acalmou a galera. Ainda teve a mexida do Joel, que deu certo. Ele viu o que estava errado e acertou o time, que foi outro no segundo tempo."

SEGUNDO GOL

"Depois que saiu o segundo gol, vimos que o que era quase impossível, na verdade era muito difícil. Quando fizemos o terceiro, percebemos, então, que não era tão complicado assim."

(Obs.: Os 3 primeiros gols do Vasco foram marcados aos 14, 23 e 41 minutos do 2º tempo.)

INCREDULIDADE PALMEIRENSE COM O EMPATE

"Dava para ver, eles não acreditavam que aquilo poderia acontecer. Após o nosso terceiro gol, eles se perguntaram o que era aquilo. Enquanto se questionavam, fizemos o quarto, levamos o título."

MAIOR PARTIDA POR UM CLUBE

"Aquela, sem dúvida, foi a maior partida com a camisa de um clube que joguei. Por todas as circunstâncias: o resultado negativo, na casa do adversário, por termos conseguido reverter aqueles três gols..."

AJUDA DIVINA

"Com certeza, aquela vitória foi fruto de Papai do Céu. As coisas só acontecem do jeito que ele quer. Se ele não quisesse, não adiantaria nada. Talvez se o time do Palmeiras não tivesse nos menosprezado, nos desrespeitado quando marcaram 3 a 0, as coisas poderiam ter sido diferentes. Foi ali que começou a derrota deles."

Fonte: NETVASCO