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Vascaíno é o principal torcedor do Mazembe no Brasil
Quarta-feira, 15/12/2010 - 10:18
Enquanto milhares de colorados choravam ontem no Rio Grande do Sul pela derrota na semifinal do Mundial de Clubes, um grupo de publicitários e advogados comemorava no Rio a classificação do Mazembe para a final da competição.
Todos eles têm ligação com o clube da província de Katanga. Os publicitários criaram há cerca de um ano um mascote para o Mazembe. Já os advogados atuam na recém-criada Câmara de Comércio Brasil-República Democrática do Congo.
"Espero que essa vitória dê mais visibilidade ao país, que tem muita gente séria e trabalhadora. A possibilidade de negócios lá é imensa", comemorou o advogado Paulo Sérgio Alves de Oliveira.
Diretor de relações internacionais da câmara, ele era o mais empolgado com a atuação dos jogadores do Mazembe durante o jogo contra o Inter. No segundo gol do time, Oliveira deu um salto da cadeira que até assustou os demais torcedores.
Vascaíno, o carioca já assistiu a duas partidas do Mazembe em Lubumbashi, cidade que é sede da equipe.
Numa sala de reunião no centro do Rio, Oliveira ensinava aos outros as coreografias e o canto dos torcedores.
"Eles cantam "Ê Mazembe, Ê Mazembe, Ê Mazembe", de forma ritmada, batendo as mãos na lateral dos joelhos e jogando-as para o ar", contava o advogado, sem conseguir empolgar os seus companheiros que também apoiavam o time congolês.
Oliveira é uma espécie de representante informal do clube africano no Brasil. Foi dele a ideia de criar um mascote para o time.
Idealizado pela agência de publicidade Publicis, o boneco, que veste uma camisa parecida com a do Botafogo, foi aprovado pelo presidente do clube, Moises Katumbi, e será usado no país para ajudar a financiar a construção de um hospital na cidade.
Além do mascote, um jacaré de papo amarelo apelidado de "Maze" [pronuncia-se mazi], a agência brasileira criou um lema para o time: "A alegria está em jogo".
"Além de ter trabalhado com o clube, sou gremista e o prazer fica ainda maior", brincou Celso Batalha, diretor da agência.
Apesar da pobreza do país, o time é bancado pelo cartola Katumbi, que mistura futebol com política. Ele é governador do Estado e um dos homens mais ricos do país.
O Mazembe tem atletas de vários países da África, como Zâmbia, Zimbábue, Camarões e República Centro-Africana. O país esteve em guerra civil entre 1998 e 2003. Hoje sofre com banditismo e ação de gangues armadas.
Proprietário de uma mina de cobalto e de transportadoras no país, Katumbi pagou a viagem de cerca de 600 torcedores do Mazembe até os Emirados Árabes Unidos, incluindo uma banda que roubou a cena nos estádios e foi contratada pelos organizadores do campeonato para animar as outras partidas deste Mundial de Clubes.
Fonte: Folha de São Paulo