Para o Ceará, o resultado da rodada não foi negativo, apesar da derrota. O time que, teoricamente, começou o Brasileiro pensando em não ser rebaixado, carimbou, sem sustos, sua vaga para a Sul-Americana do ano que vem. O Vozão terminou o torneio nacional com 47 pontos, em 12º.
Apesar do jogo valer uma vaga na Copa Sul-Americana, desde o início a impressão em São Januário era de um total fim de festa. Até um “Papai Noel” apareceu em campo para saudar os jogadores do Vasco. Porém, o “bom velhinho” ficou devendo um bom presente para o torcedor cruzmaltino. Afinal, o ano termina sem muito o que comemorar.
O técnico PC Gusmão resolveu utilizar a última partida do Brasileiro para ver jogadores jovens em campo e também para dar ritmo a alguns mais experientes que retornam de contusão. Com isso, a escalação cruzmaltina foi uma verdadeira surpresa. Jumar, que retorna de lesão, e os jovens Caíque e Bruno Paulo ganharam uma chance. O resultado foi muita correria e disposição, mas a falta de entrosamento e de experiência não permitiam que isso se transforma-se em gols.
Na ausência de grande parte dos jogadores consagrados (Zé Roberto, Carlos Alberto e Felipe não atuaram), coube a Dedé o papel de principal destaque do time. A qualquer desarme do jogador, a torcida ia ao delírio e comemorava muito. Até chute para a arquibancada do zagueiro era motivo de festa. Magno Alves, do Ceará, sofria com a marcação do atleta.
Com toda essa idolatria, é fácil imaginar a festa na Colina quando, aos 31, o zagueiro subiu mais que toda a defesa cearense e fez 1 a 0 para o Vasco. “É o melhor zagueiro do Brasil”, gritavam os torcedores. Pouco habituado a balançar as redes adversárias, o zagueiro nem sabia como comemorar.
Antes do gol, porém, a torcida do Vasco tinha tomado um grande susto. A defesa cruzmaltina se atrapalhou e Marcelo Nicácio ficou sozinho na frente do gol. Mas o atacante não conseguiu desviar o chute de Fernando Prass, que fez grande defesa.
Na volta para o segundo tempo, as duas equipes deixaram bem claro as diferentes motivações para a partida. Praticamente classificado para a Sul-Americana, o Ceará não via muitos motivos para correr. Já o Vasco, além de ainda precisar carimbar o passaporte para a competição, queria terminar o ano bem. Por isso, tratou de partir para cima.
Logo aos 2, após bate e rebate na área, Bruno Paulo aproveitou o rebote e mandou para o fundo das redes, fazendo seu primeiro gol com a camisa cruzmaltina em um jogo oficial. Pouco depois, Eder Luis quase marca um golaço ao arriscar de longe. A bola passou tirando tinta do travessão. Fagner arriscou da entrada da área, mas chutou para fora. Assim como durante todo o Brasileiro, as jogadas entre Eder e Fagner eram a principal arma vascaína.
Com o resultado na mão, o Vasco diminuiu a pressão. Mas nem assim o Ceará se arriscou ao ataque. E Heleno ainda facilitou a vida cruzmaltina ao fazer falta dura em Allan e ser expulso. Com um a mais, o Gigante da Colina se lançou ao ataque. E quase fez o terceiro com Eder Luis, que recebeu na pequena área, mas bateu fraco.
Max também teve excelente chance, após boa jogada de Jonathan. Mas o lateral chutou de bico e permitiu a defesa de Michel Bastos. Nos últimos minutos, as duas equipes apenas trocaram passes no meio-campo, em total clima de fim de festa. Nas arquibancadas, a torcida mandou um recado:
”Não é mole não, ano que vem quero gritar é campeão”.
VASCO 2 X 0 CEARÁ
Competição: Campeonato Brasileiro
Estádio: São Januário, Rio de Janeiro (RJ)
Data/Hora: 05/12/2010 - 17h (horário brasileiro de verão)
Árbitro: Wilson Luiz Seneme (SP/Fifa)
Assistentes: Márcia Caetano (RO/Fifa) e Luis Alberto Kallenberger (SC)
Cartões amarelos: Jumar, Allan (VAS); Erivelton, Nicácio, Boiadeiro (CEA)
Cartões vermelhos: Heleno 28'/2ºT (CEA)
Renda e Público: Não divulgados
Gols: Dedé (cabeça) 31'/1ºT (VAS), Bruno Paulo 1'/2ºT (VAS)
VASCO: Fernando Prass; Fagner, Dedé, Douglas e Ramon (Max 34'/2ºT); Jumar, Rômulo, Allan e Caíque (Fumagalli 16'/2ºT); Bruno Paulo (Jonathan 25'/2ºT) e Eder Luis. Técnico: Paulo César Gusmão.
CEARÁ: Michel Alves; Boiadeiro, Fabrício, Erivelton e Michel; Eusébio, Heleno, Júnior Cearense (Camilo, intervalo) e Reina (Luizinho, 20'/2ºT); Magno Alves e Marcelo Nicácio (Kempes, 17'/2ºT). Técnico: Dimas Filgueiras.
Col. | Jogador | Média | Col. no ano | Média no ano |
1º | Dedé | 9.2632 | 3º | 7.0329 |
2º | Fernando Prass | 7.8162 | 1º | 7.3067 |
3º | Fagner | 7.5016 | 4º | 6.9831 |
4º | Éder Luís | 7.4097 | 2º | 7.1643 |
5º | Ramon | 7.1106 | 8º | 6.5856 |
6º | Bruno Paulo | 6.5903 | * | 5.7786 |
7º | Romulo | 6.1558 | 11º | 6.0626 |
8º | Douglas | 5.9860 | * | 5.4185 |
9º | Allan | 5.9798 | 25º | 5.5102 |
10º | Jumar | 5.7757 | 28º | 5.2833 |
11º | Fumagalli | 5.6075 | 29º | 5.2237 |
12º | Max | 5.6012 | 12º | 5.9644 |
13º | Jonathan | 5.4735 | 19º | 5.7191 |
14º | Caíque | 5.1028 | * | 4.3340 |