Tamanho da letra:
|

Fabi, do Vôlei, diz que foi pelo Vasco que chegou a Seleção


Sábado, 13/11/2010 - 06:20

Quando se fala na posição de líbero no Brasil sempre se pensa em dois nomes: é Serginho no masculino e Fabi no feminino. Uma das mais experientes dentro da Seleção Brasileira no Mundial Feminino de Vôlei, a jogadora de apenas 1,69 m se agiganta na quadra fazendo defesas importantes para o time verde e amarelo.

Mas se engana quem pensa que Fabi sempre se preocupou apenas em salvar bolas durante a carreira no esporte. "Eu era atacante, peguei Seleção de base em 1996, mas rapidamente fui cortada. Acho que o técnico viu e pensou: 'ela é menor do que eu imaginei, não dá'. Eu era atacante de ponta, mas sabia que não ia dar. Na época eu não tinha noção, mas hoje eu tenho consciência que eu não conseguiria seguir no vôlei se fosse como atacante".

A jogadora disse que a mudança para líbero veio logo no primeiro ano da nova regra: em 1998, quando ela tinha 18 anos. "Quando surgiu a regra do líbero, eu tinha como habilidade defender e passar. Aí um treinador meu das categorias de base disse: porque você não tenta ser líbero, você pode ter uma vida longa, já que seu grande sonho é jogar vôlei. Já que com o tamanho que eu tinha nenhum time ia querer, porque sou muito baixinha", disse.

"Em 98 fui para o Macaé, um time que a Isabel montou. Voltei para o Flamengo (onde joguei nas categorias de base), fui titular no Vasco em 2000 e em 2001 cheguei na Seleção. Graças a Deus as coisas foram acontecendo. Minha história é legal, não é melhor nem pior que ninguém, mas gosto de contar", completou Fabi.

Apesar de estar muito feliz com a escolha, a camisa 14 da Seleção admite que ainda sente vontade de atacar umas bolas de vez em quando.

"Lógico que sinto falta de atacar, mas acho que hoje faço o que eu mais gosto. Se tivesse 1,90 m e me perguntassem: 'você gostaria de atacar?'. Eu responderia: 'não, eu gosto de fazer o que eu faço'. Mas sempre brinco na praia de atacar. De vez em quando dá para brincar. Sinto falta porque é bom fazer ponto. Depois eu faço uma defesa e tudo fica bom de novo. Eu procuro me sentir útil naquilo que eu faço".

A jogadora tem consciência de que é uma referência quando o assunto é líbero dentro da Seleção Brasileira. Com a regra de que é permitido mais um líbero no banco de reservas, Fabi ganhou a concorrência da jovem Camila Brait. Mas não pense que há rixa por conta disso. A experiente jogadora trata a companheira de posição como se fosse uma irmã mais nova.

"Eu acho que estar aqui é uma superação a cada ano, procuro sempre estar fazendo o meu melhor. Fiquei um ciclo inteiro na Seleção. Trabalhei com pessoas que vou levar para minha vida toda. Mas acho que aquilo que eu mais prezo, é poder passar adiante o que aprendi. Ver que as pessoas se inspiram, as crianças se identificam com o líbero pelo tamanho. A gente tem que ter a consciência que representa um País e todo mundo que veste a camisa da Seleção é referência para as pessoas. Então a gente procura estar sempre dando bons exemplos, fazer o melhor para que os outros olhem e se espelhem".

Amante do futebol, Fabi evita comparar o líbero com o goleiro no futebol, mesmo ambos tendo que ter como função principal evitar que um ponto ou um gol seja marcado. Para ela, os líberos ainda estão longe de alcançar status do nível de um Marcos ou Rogério Ceni.

"Acho que o líbero está ganhando reconhecimento. Tem que trabalhar bastante para se recuperar. Mas acho que se comparar ao goleiro é meio ingrato, porque quando o goleiro erra é mega evidente. Se erramos uma defesa também é um pouco ruim. Mas tomara que a gente consiga que o líbero tenha um reconhecimento grande, como o do Ceni e o do Marcos".

Fonte: Terra