Tamanho da letra:
|

PC Gusmão faz mea culpa sobre nervosismo à beira do campo


Sexta-feira, 29/10/2010 - 11:16

No caminho do Vasco tem um rubro-negro. Mais um. Depois de Atlético-PR e Flamengo, amanhã é a vez do Vitória.

No encontro de velhos conhecidos, o comando do time que veste as cores que despertam o lado furioso do técnico PC Gusmão estará nas mãos de Antônio Lopes. O jogo na Bahia vale três pontos e o posto de quem berra mais à beira do campo. Como nos tempos que levou o time à conquista do Brasileiro e Libertadores, o hoje treinador do Vitória costuma ganhar no grito os seus jogadores e os adversários.

Tanto que já deu voz de prisão para um rival.

O delegado Antônio Lopes chegou em São Januário e tratou de pôr ordem em 1996. Só que em vez de mandar prender, pediu para soltarem o rebelde.

Aos 18 anos, Felipe brigava com tudo e todos até encontrar naquele senhor de fala ríspida, caricata e inconfundível, a mão que o lançaria para o futebol. Era exigido dele bom comportamento e disciplina.

Felipe obedecia, mas ficava com os ouvidos doendo.

— Já ouvi muito os gritos do Lopes, que me ajudaram muito.

Se o estádio estiver vazio, a torcida vai ouvir também, porque ele enche o saco, mas, por um lado, é bom — disse Felipe.

Os altos decibéis irritaram muito Felipe. Mas o fato que entrou para história aconteceu com outro lateral do Vasco: Maricá. O lateral direito ficou com as orelhas ardendo com os gritos do delegado, quer perdeu muitos cabelos e quase ganhou uma rouquidão permanente ao berrar: — Volta Maricá! Volta! Escutei muito ele gritar isto para o Maricá — lembrou Felipe.

Nos últimos jogos, PC tem lembrado o estilo de Lopes, ainda que seus gritos não ajudem.

— O PC é impulsivo. Sei que isto não é bom para a carreira.

Se ele é expulso, vamos sentir a falta dele. Tem que contar até dez, fazer ioga, respirar fundo...

PC ouviu o recado. A gritaria insensata, que pode render muitos jogos de suspensão, acabou infrutífera e virou vexame depois do zagueiro Dedé reconhecer o erro que o fez ser expulso e pedir desculpas.

Ontem, foi PC fez o mea-culpa: — Faz parte da minha personalidade, principalmente contra o Flamengo. Tenho que evoluir e aprender. Podem ter certeza que eu vou melhorar — declarou o treinador, que confirmou a entrada de Jádson na zaga e despistou sobre a volta de Fellipe Bastos.

Fonte: O Globo