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Descobridor de Diogo, Gaúcho fala sobre o jovem lateral-esquerdo
Segunda-feira, 25/10/2010 - 14:16
O Vasco empatou em 1 a 1 com o Flamengo. Ao contrário do que se poderia imaginar, p menino Diogo, de apenas 18 anos, não tremeu e, pelo contrário, teve boa atuação no clássico, a ponto de receber elogios de seu adversário, Léo Moura.
Em entrevista à Super Rádio Brasil, Gaúcho, técnico dos juniores, fala sobre o jovem lateral e como ele foi descoberto:
- O Diogo é um atleta que eu vi na taça São Paulo, jogando pelo Vila Nova, de Goiás e indiquei a contratação dele para o Vasco. O Vasco fez uma parceria com um clube lá de Goiânia. É um garoto, tinha 17 anos de idade na época. Veio, chegou aqui ao Vasco e eu vi, naquele jogo que eu vi contra o Juventus, numa partida que eu vi, Vila Nova e Juventus, ele se destacou muito no jogo e eu achei que era um atleta que tinha condições de vestir a camisa do Vasco. Graças a Deus, as coisas aconteceram. Na Taça São Paulo desse ano, 2010. O Vila Nova de Goiânia. Eu fui assistir ao jogo para ver um zagueiro do Juventus e no jogo, eu percebi esse garoto, chamou muito a atenção, falei: ‘Eu vou levar é o lateral!’ (risos). No jogo ele apareceu muito: Muita velocidade, muita rapidez. Me interessou, eu pedi a contratação dele. O pessoal do Vasco correu e trouxe o atleta.
Gaúcho chegou a conversar com PC sobre o garoto?
- O Diogo não chegou a jogar nem no júnior. Não jogou quase partida nenhuma. Jogou amistosos no júnior. No sub-23, eu coloquei ele para jogar. O primeiro jogo que ele entrou no sub-23 foi comigo lá contra o Atlético-MG. Jogamos lá em Minas e ele foi muito bem no jogo. E depois, na segunda partida contra o Corinthians. Aí, todo mundo observou, todo mundo viu o jogador. É um jogador que muita personalidade. Apesar de ser um jovem, tem muita personalidade, é destemido. Um jogador de futebol funciona em cima disso. O jogador tem que acreditar muito nele, ter potencial, que é o que ele tem. Ele se colocou sempre como um jogador bem maduro para jogar. E isso não quer dizer idade, porque a emoção que você sente com 17 anos é a mesma emoção que você sente com 37. Você aprende alguns caminhos, mas o emocional é o mesmo. Não adianta dizer que ‘ah, tem experiência, não tem experiência’. Isso é personalidade. Quem tem, tem, vai lá e joga. Ele tem esse lado forte. É um menino destemido, é um menino que confia muito nele, e tem uma capacidade física muito boa. Estamos, inclusive, tentando fazer um trabalho na parte física para dar mais corpo para ele, porque ele é um jovem em formação. Mas ele tem uma dinâmica de jogo muito forte. É um jogador que tem muito futuro grande pela frente.
Bola que Diogo salvou foi o passaporte para ir bem no resto do jogo?
- Eu estava observando. Eu trabalho no jogo. Sou também auxiliar do Paulo [PC Gusmão]. Observei, desde o início, ele com muita personalidade no jogo, saindo pelo lado. É que os jogadores demoraram um pouquinho a perceber a passagem dele pelo lado esquerdo. O Vasco deveria até ter explorado mais isso no começo do jogo. Ele estava com uma boa desenvoltura ali pelo lado esquerdo. Depois que o Felipe encostou mais do lado dele e começou a jogar mais com ele, o Vasco fez boas jogadas pelo lado esquerdo. Mas é um jogador que tem muita personalidade. É um jogador que vai jogar tranquilamente. É um menino tranquilo, é um menino muito centrado. O Vasco tem uma grande geração, vários jogadores com potencial. Não é só a necessidade que o Vasco vive de colocar, é porque o Vasco tem jogadores em condições de jogar. Acho que o Vasco tem, para o futuro, uma safra muito boa.
Sobre o Flamengo ter desistido de explorar a inexperiência de Diogo:
- Verdade. Ele foi bem, todo mundo observou isso. No final do primeiro tempo, o Diego [Maurício, do Flamengo] estava lá pelo lado dele, jogou lá pelo lado esquerdo, tentando surpreender lá pelo lado esquerdo, mas ele se colocou mito bem dentro do campo, saiu com facilidade pelos lados. Claro que sentiu no final do jogo. É uma coisa que nós esperávamos já. É um jogador que nunca tinha jogado um clássico desses. Le sentiu um pouco na parte física, no finalzinho. Mas isso é normal. O primeiro jogo mexe muito com o emocional, mas acho que o Paulo acertou em colocar o garoto. É um garoto de muita personalidade. O Paulo deu moral para ele, botou ele como um jogador importante dentro do grupo, falou com ele no intervalo. Felipe também deu uma ajuda muito grande. Os jogadores experientes procuraram ajudar o garoto. É um menino com um futuro muito grande.
Como está a cabeça de Diogo em relação ao sucesso imediato?
- O Vasco leva uma vantagem na formação dos atletas. É o meu caso. Eu joguei no principal do Vasco com 17 anos. O Roberto também, o Wilsinho, Sidney, Galdino, Márcio, Carlos Germano. Todos jogaram com 17, 18 anos no principal do Vasco. Nós temos um dia-a-dia completo com eles. Isso é passado diariamente. Acho que o jogador de futebol não tem que jogar um jogo, ele tem que ter uma carreira. Ele não tem que jogar dois anos, ele tem que jogar dez, quinze. Isso a gente tenta passar para eles o tempo todo, dar essa confiança, essa segurança. O atleta que quer escutar, que quer vencer, ele vai pelo caminho certo. Agora, quando o cara não tem uma cabeça boa, o problema é dele, mas no Vasco não vai ficar. As coisas funcionam lá com muita verdade, com muita sinceridade e o mais importante, com pessoas que passaram aquilo ali. Procuramos o tempo todos dar a esses atletas o máximo de confiança. O caminho é uma coisa boa, uma coisa só, uma coisa sadia, que vai fazer o futuro deles e da família deles. A coisa funciona mais ou menos assim.
Fonte: Supervasco