Enviar por e-mail
Éder Luís fala sobre infância na roça e início de carreira
Domingo, 24/10/2010 - 07:21
O rio de Eder Luis corre em Minas Gerais. Enquanto tenta se adaptar à Cidade Maravilhosa, ele conta história de pescador.
Foi o que sobrou da pesca, seu passatempo preferido em Uberlândia, cidade natal. Se a antes ele andava com vara, linha e anzol nas mãos, hoje usa os pés para encher a rede de gols. Assim, ele fisgou a vaga de titular no ataque do Vasco e a simpatia da torcida, que confia na sua velocidade para o time abrir rápido o placar contra o Flamengo, hoje, às 18h30m, no Engenhão.
— Eu já peguei mandi de dois quilos. Pode acreditar — conta.
Zé Roberto torce o tornozelo
O mandi é um peixe de porte médio, com cerca de 40 centímetros, conhecido como bagre.
Era como os zagueiros ruins eram chamados em sua terra, onde gostava de andar descalço e cuidar da roça. O jeito brejeiro rendeu o apelido de Chico Bento, personagem das histórias em quadrinhos de Mauricio de Souza: — Foi o Marcelo Oliveira, técnico dos juniores do AtléticoMG, que me deu este apelido.
Ele entrou no vestiário antes de um clássico com o Cruzeiro e me chamou de Chico Bento, por causa do meu sotaque.
Todos riram. Serviu para descontrair o time...
Cercado de água por todos os lados, Eder Luis não pesca mais. Lamenta a falta de uma margem tranquila para jogar a sua linha. O máximo de semelhança com a tranquilidade de Uberlândia encontrou em um condomínio na Barra da Tijuca, onde tem quintal e pode pisar descalço na grama com os filhos. Prazer semelhante ao de caminhar no milharal com o seu pai. Ou de plantar soja e andar de trator na roça.
— Gostava muito de ajudar meu pai na roça quando era criança. Tinha aqueles tratores e eu fingia que trabalhava para não ir à escola — disse.
Em campo, Eder Luis não enrola como fazia na roça. Veloz, chegou à artilharia do Vasco no Campeonato Brasileiro, com oito gols. Bom mineiro, chegou discretamente e foi comendo pelas beiradas do campo até desbancar dois centroavantes, Nunes e Rafael Coelho.
— Cheguei meio desconfiado, como se não tivesse vindo ao Vasco para resolver o problema dos gols. E eles estão saindo. O Zé Roberto me ajuda e eles estão saindo, né? — questionou, antes de Zé Roberto torcer o tornozelo direito, ontem, no treino, e virar dúvida para o jogo de hoje.
Fellipe Bastos, com uma virose, também preocupa.
Em 19 jogos, fez oito e a média de 0,42 por partida. Do elenco atual, é o artilheiro da temporada, porque Dodô, com 11, e Élton, com nove, já deixaram São Januário. As suas arrancadas foram comparadas as de Euller, o filho do vento, também mineiro e ex-jogador do Vasco. Mas Eder aprendeu a ser veloz em outro terreno.
— Corria atrás de passarinhos...
— lembrou.
Ele começou no Comercial e logo deu um salto para o AtléticoMG, onde voou para a Alemanha e conquistou títulos internacionais nas categorias de base. No profissional, foi campeão mineiro e da Série B antes de se transferir para o São Paulo campeão brasileiro em 2008.
No melhor time do Brasil, faltou paciência com Eder e ele alçou voos maiores e parou em Portugal, no Benfica.
— Lisboa é tranquilo. Conheci os castelos, mas passei a maior parte do tempo jogando — declarou.
Emprestado ao Vasco até o meio do ano, Eder Luis terá que voltar a Portugal se o clube não conseguir a prorrogação de seu empréstimo.
— Eu tenho contrato com o Benfica, mas quero continuar aqui. Se depender de mim, vou fazer um grande esforço para ficar quando chegar a hora, da mesma maneira que a diretoria do Vasco fará. Mas tudo tem seu tempo — disse.
O Vasco tem a prioridade na compra do jogador, mas não há valor estipulado. Caso continue a marcar gols e ser o destaque do Vasco no Brasileiro, sua cotação deverá subir. O que é um dilema. Afinal, ao mesmo tempo que ajuda o Vasco com seus gols, ele se valoriza e fica mais distante do clube, que dificilmente terá dinheiro para cobrir uma boa oferta da Europa. Ou convencer os portugueses a ampliarem o seu vínculo pelo menos até o fim de 2011, para que o jogador possa disputar mais uma edição do Brasileiro.
David Braz de volta ao Fla Por enquanto, Eder está preocupado apenas na arrancada.
Dele e do Vasco rumo a ambições maiores, mas quase impossíveis de alcançar caso o time tropece hoje. O objetivo de Eder é ser rápido: — A maioria dos jogadores baixos são velozes. O Maradona, o Romário... O Romário tinha uma arrancada espetacular.
Mas nem tenho a pretensão de ser como ele. Calma, né. Fazer o que ele fez não é fácil.
Vai demorar...
No Flamengo, o zagueiro David Braz volta ao time depois de cumprir suspensão na vitória de 3 a 0 sobre o Internacional.
No ataque, Diego Maurício ganhou a vaga de Diogo e vai formar a dupla com Deivid.
Vasco: Fernando Prass, Fágner, Dedé, Cesinha e Diogo; Rômulo, Rafael Carioca, Fellipe Bastos (Allan) e Felipe; Nunes (Zé Rober to) e Éder Luís. Flamengo: Marcelo Lomba, Leonardo Moura, David, Welinton e Juan; Maldonado, Willians, Kléberson e Renato; Deivid e Diego Maurício. Juiz: Gutemberg de Paula Fonseca (RJ)
TRANSMISSÃO: PFC e rádios Globo e CBN
Fonte: O Globo
Foi o que sobrou da pesca, seu passatempo preferido em Uberlândia, cidade natal. Se a antes ele andava com vara, linha e anzol nas mãos, hoje usa os pés para encher a rede de gols. Assim, ele fisgou a vaga de titular no ataque do Vasco e a simpatia da torcida, que confia na sua velocidade para o time abrir rápido o placar contra o Flamengo, hoje, às 18h30m, no Engenhão.
— Eu já peguei mandi de dois quilos. Pode acreditar — conta.
Zé Roberto torce o tornozelo
O mandi é um peixe de porte médio, com cerca de 40 centímetros, conhecido como bagre.
Era como os zagueiros ruins eram chamados em sua terra, onde gostava de andar descalço e cuidar da roça. O jeito brejeiro rendeu o apelido de Chico Bento, personagem das histórias em quadrinhos de Mauricio de Souza: — Foi o Marcelo Oliveira, técnico dos juniores do AtléticoMG, que me deu este apelido.
Ele entrou no vestiário antes de um clássico com o Cruzeiro e me chamou de Chico Bento, por causa do meu sotaque.
Todos riram. Serviu para descontrair o time...
Cercado de água por todos os lados, Eder Luis não pesca mais. Lamenta a falta de uma margem tranquila para jogar a sua linha. O máximo de semelhança com a tranquilidade de Uberlândia encontrou em um condomínio na Barra da Tijuca, onde tem quintal e pode pisar descalço na grama com os filhos. Prazer semelhante ao de caminhar no milharal com o seu pai. Ou de plantar soja e andar de trator na roça.
— Gostava muito de ajudar meu pai na roça quando era criança. Tinha aqueles tratores e eu fingia que trabalhava para não ir à escola — disse.
Em campo, Eder Luis não enrola como fazia na roça. Veloz, chegou à artilharia do Vasco no Campeonato Brasileiro, com oito gols. Bom mineiro, chegou discretamente e foi comendo pelas beiradas do campo até desbancar dois centroavantes, Nunes e Rafael Coelho.
— Cheguei meio desconfiado, como se não tivesse vindo ao Vasco para resolver o problema dos gols. E eles estão saindo. O Zé Roberto me ajuda e eles estão saindo, né? — questionou, antes de Zé Roberto torcer o tornozelo direito, ontem, no treino, e virar dúvida para o jogo de hoje.
Fellipe Bastos, com uma virose, também preocupa.
Em 19 jogos, fez oito e a média de 0,42 por partida. Do elenco atual, é o artilheiro da temporada, porque Dodô, com 11, e Élton, com nove, já deixaram São Januário. As suas arrancadas foram comparadas as de Euller, o filho do vento, também mineiro e ex-jogador do Vasco. Mas Eder aprendeu a ser veloz em outro terreno.
— Corria atrás de passarinhos...
— lembrou.
Ele começou no Comercial e logo deu um salto para o AtléticoMG, onde voou para a Alemanha e conquistou títulos internacionais nas categorias de base. No profissional, foi campeão mineiro e da Série B antes de se transferir para o São Paulo campeão brasileiro em 2008.
No melhor time do Brasil, faltou paciência com Eder e ele alçou voos maiores e parou em Portugal, no Benfica.
— Lisboa é tranquilo. Conheci os castelos, mas passei a maior parte do tempo jogando — declarou.
Emprestado ao Vasco até o meio do ano, Eder Luis terá que voltar a Portugal se o clube não conseguir a prorrogação de seu empréstimo.
— Eu tenho contrato com o Benfica, mas quero continuar aqui. Se depender de mim, vou fazer um grande esforço para ficar quando chegar a hora, da mesma maneira que a diretoria do Vasco fará. Mas tudo tem seu tempo — disse.
O Vasco tem a prioridade na compra do jogador, mas não há valor estipulado. Caso continue a marcar gols e ser o destaque do Vasco no Brasileiro, sua cotação deverá subir. O que é um dilema. Afinal, ao mesmo tempo que ajuda o Vasco com seus gols, ele se valoriza e fica mais distante do clube, que dificilmente terá dinheiro para cobrir uma boa oferta da Europa. Ou convencer os portugueses a ampliarem o seu vínculo pelo menos até o fim de 2011, para que o jogador possa disputar mais uma edição do Brasileiro.
David Braz de volta ao Fla Por enquanto, Eder está preocupado apenas na arrancada.
Dele e do Vasco rumo a ambições maiores, mas quase impossíveis de alcançar caso o time tropece hoje. O objetivo de Eder é ser rápido: — A maioria dos jogadores baixos são velozes. O Maradona, o Romário... O Romário tinha uma arrancada espetacular.
Mas nem tenho a pretensão de ser como ele. Calma, né. Fazer o que ele fez não é fácil.
Vai demorar...
No Flamengo, o zagueiro David Braz volta ao time depois de cumprir suspensão na vitória de 3 a 0 sobre o Internacional.
No ataque, Diego Maurício ganhou a vaga de Diogo e vai formar a dupla com Deivid.
Vasco: Fernando Prass, Fágner, Dedé, Cesinha e Diogo; Rômulo, Rafael Carioca, Fellipe Bastos (Allan) e Felipe; Nunes (Zé Rober to) e Éder Luís. Flamengo: Marcelo Lomba, Leonardo Moura, David, Welinton e Juan; Maldonado, Willians, Kléberson e Renato; Deivid e Diego Maurício. Juiz: Gutemberg de Paula Fonseca (RJ)
TRANSMISSÃO: PFC e rádios Globo e CBN
Fonte: O Globo
