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Site oficial publica resposta de jornalista a dirigente do Vasco


Terça-feira, 19/10/2010 - 14:03

No último dia 4, publicamos o e-mail do vice-presidente de Relações Especializadas do Vasco, João Ernesto da Costa Ferreira, ao repórter Pedro Motta Gueiros, do jornal "O Globo". O jornalista havia escrito uma matéria sobre o documentário "Mário Filho, o criador das multidões", de Oscar Maron Filho. Segundo o texto, Jaguaré, goleiro campeão de 1929, teria sido, um dia, "...barrado nos portões de São Januário por ser negro".

Confira abaixo a resposta do jornalista Pedro Motta Gueiros:

Caro João Ernesto,

Quando falei de Jaguaré tinha apenas a intenção de mostrar o fascínio que os personagens de Mário Filho exerciam sobre o autor do documentário.

Embora Oscar Maron tenha me dito uma coisa e ter escrito outra a você, sou eu mesmo o responsável pela confusão. A obrigação de checar as informações e corrigi-las é toda do jornalista.

Pessoal e profissionalmente, não tenho problema em pedir desculpas.

Ao contrário do que foi publicado na matéria do dia 23 de setembro, Jaguaré não foi barrado em São Januário por ser negro e sim retirado da Tribuna, já como ex-jogador, depois de um mal entendido na portaria, segundo consta da obra de Mário Filho.

Por conhecer e admirar a história do Vasco, confesso que estranhei a passagem que me foi narrada por Maron.

Lembro-me de ter insistido na questão entre tantas outras que fiz naquela tarde agradável em seu apartamento no Leblon.

Não calculava estar atingindo o orgulho e o patrimônio moral vascaíno.

Quando tive realmente a intenção de falar da instituição e de sua importância, o fiz na reportagem “Quando a plateia é o maior espetáculo”, edição de 15 de novembro de 2009 de O Globo.

Lamento pelo erro e pelos seus desdobramentos.

Não tenho autoridade nem elementos para questionar a tradição do clube.

Sou apenas um repórter sujeito a acertos, erros e às conseqüências deles.

Por vias diferentes, entendo que caminhamos juntos no sentido de preservar nossas instituições, a tolerância e a democracia.

Não é uma questão pessoal como imaginam aqueles tomados pela paixão.

A história mostra que o Vasco jamais aceitou a posição de vítima. Pelo contrário.

O Vasco é responsável por algumas das páginas mais bonitas da transformação de um esporte britânico e elitista numa manifestação genuinamente popular e brasileira.

João Ernesto, o seu rigor com a história e com a memória do Vasco, merece toda minha atenção e respeito.

Pela tradição que tem, não tenho dúvidas de que o Vasco estará de portas
abertas para receber meus esclarecimentos.

Cordialmente,
Pedro Motta Gueiros.


Fonte: Site oficial do Vasco