O volante Nélson, contratado pelo Vasco em 1995, após se destacar no Botafogo, conquistou na sua passagem pelo clube da Colina três títulos (Campeonato Brasileiro, Libertadores e Carioca). O jogador que passou logo após por outros times de menor investimento, hoje é treinador de escolinhas de futebol.
O ex-atleta que estreou com sua equipe Pré-mirim na Copa Vasco neste domingo e venceu por 6 a 0 o Império do Gol revela que a experiência está sendo totalmente diferente, mas retrata um grande passo para alcançar voos mais altos nessa nova empreitada:
“Deus me deu muita paciência depois que parei já que eu era muito nervoso. Saio daqui sempre rouco, mas muito feliz pelo desempenho dos garotos. Estou aprendendo porque quero seguir a minha carreira. Já fiz dois cursos e a minha pretensão é essa, fazer um laboratório aqui e conquistar o meu espaço.”
Nelson explica que a relação com jogadores profissionais se torna cada dia mais complicada devido a alguns fatores:
“Passamos ensinamentos para os garotos, porém para os profissionais é necessário determinar algumas coisas já que eles se acham, são mais experientes e é claro, se o jogador não quiser o treinador não vai para frente. Isso eu posso falar com propriedade. É preciso fazer uma boa política e ter o grupo na mão. Por isso, que o Vanderley, Muricy e o Joel são o que são.”
O ex-jogador afirmou que já viveu situação semelhante, porém destacou a relação com o técnico Joel Santana como uma das mais perfeitas:
“Seria antiético falar sobre isso e citar A, B ou C, mas já vivi uma situação que o treinador queria ser o manda-chuva quando tinha que ser uma pessoa do grupo, da paz, da tranqüilidade. Quando o Joel chegou ao Botafogo, eles estava lá embaixo. Mas com aquele estilo malandro trouxe o grupo para ele e conquistou o título estadual. Esse ano ele representou o que é ter o grupo nas mãos. Hoje, ele está na boa porque sabe lidar com os jogadores.”
Nelson revelou que o futebol mudou bastante e o nível atual não se compara ao de gerações passadas:
“Desde 2000, o Romário fala que o nível está por baixo. Hoje, você tira um ou outro, como por exemplo, o Neymar. Falo sempre que fui um privilegiado por pegar uma boa década. Durante o meu período teve uma grande safra.”
Com relação ao número excessivo de atletas lesionados, Nelson afirmou que a sequência de jogos vem prejudicando o estado físico dos jogadores:
“Treinamento não é uma causa específica para as lesões. Os jogadores não têm tempo para descansar. Às vezes quando um vôo atrasa, os atletas ficam esperando cinco ou seis horas no aeroporto. É necessário descansar e ter uma boa alimentação, mas hoje, infelizmente isso não é seguido à risca.”
Apesar de ocupar apenas a 12ª posição com 38 pontos, Nelson revela que vê pontos positivos no trabalho de Paulo César Gusmão à frente da equipe no Campeonato Brasileiro:
“Sou vascaíno e adorei a chegada do PC (Gusmão). Ele é da casa e tem profissionais competentes ao seu lado com o Acácio, Gauchão, Luizinho, Jorge Luiz... São pessoas que tem raízes aqui e conhecem essa história. O Vasco estava precisando disso.”
Nelson revelou que sonha em fazer parte da comissão técnica do Vasco e projeta comandar o clube em um futuro bem próximo:
“Esse é o meu sonho. Quero pegar uma categoria de base primeiramente e depois assumir o time profissional. Minha hora vai chegar pode escrever isso. Vou ser treinador do Vasco”
Nelson atuou no Vasco por quatro temporadas realizando 97 jogos e marcando nove gols.
Fonte: Superesportes