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Vice de esportes olímpicos comenta polêmica sobre cessão de SJ para rúgbi


Quinta-feira, 07/10/2010 - 14:41

Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Organizador dos Jogos Rio-2016, pediu pressa, mas o acordo entre a entidade e o Vasco para que o estádio de São Januário seja sede do rúgbi nas Olimpíadas tem mesmo chances de ser quebrado. As duas partes anunciaram a escolha do local em julho deste ano, mas Eurico Miranda, ex-presidente do clube e atual presidente do Conselho de Beneméritos, afirma que ninguém o consultou sobre o assunto e diz que fará de tudo para que o esporte seja disputado em outro lugar.

José Pinto Monteiro, vice-presidente de esportes olímpicos e responsabilidade social do clube, afirma que a questão toda é por conta de um erro de comunicação. No evento que marcou a assinatura do contrato entre COB e Vasco, estavam presentes membros de todos os setores do clube, menos do Conselho de Beneméritos. A tradição manda que o presidente deve distribuir um comunicado a todos em decisões deste porte, o que não ocorreu.

Monteiro, no entanto, afirma que o presidente Roberto Dinamite distribuirá uma declaração a todos os setores vascaínos nesta quinta-feira para resolver a questão.

- O correto seria que um antes mês da assinatura ele tivesse circulado um comunicado. Mas a equipe de comunicação deve ter falhado ou esquecido, e não enviou essa proposta para os conselhos do clube, beneméritos, deliberativo, assembléia... Como essas pessoas estavam presentes no evento da assinatura, menos o Conselho de Beneméritos, ficou como se o rito tivesse sido cumprido. Não houve um desacato. Seria correto se o presidente tivesse feito isso, mas foi um problema de comunicação. Ele (Eurico) não é o dono do mundo. O presidente estava em Brasília, mas vai enviar o documento a todos nesta quinta.

Eurico, no entanto, quer que o clube comprove as vantagens que o acordo para que São Januário seja sede olímpica trará para o clube. Ele reclama que a diretoria não apresentou nenhum relatório e cobra esclarecimentos.

- Se depender de mim, não vai ter (rúgbi em 2016). Eu sou presidente do Conselho de Beneméritos. O Estatuto do Vasco diz que o conselho é guardião do patrimônio do clube. Eu tenho que tomar conhecimento do que está sendo feito, não sei se tem vantagem, prejuízo. Até agora não me mostraram nada. Espero que apresentem. Tem que ter muita vantagem. Um estádio que foi considerado o sétimo mais bonito do mundo virar estádio de rúgbi? Por que não pode ter beneficio para o futebol? Eu vou me posicionar contra. Tem uma série de coisas que precisam ser levadas. O Vasco vai ficar sem jogar quanto tempo lá? Quais vão ser as transformações, modificações? Quem vai fiscalizar isso? Essas coisas precisam ser analisadas. Em principio, sou contra. Isso tem que submetido ao Conselho de Beneméritos e depois passa pelo Conselho Deliberativo. Eu vou tentar impedir.

Monteiro diz que a chance de veto realmente existe, mas acredita que, caso o acordo não seja mais posto em prática, o maior prejudicado será o clube.

- Chance de veto sempre tem. Se houver o veto, não é o veto contra o presidente ou contra uma falha de comunicação. É contra o Vasco. Quem pode querer vetar isso? Eu acho que foi um problema na comunicação interna. Vamos resolver isso.

Nuzman, por sua vez, espera receber essa aprovação o mais rápido possível. Ela ainda será levada à Prefeitura, que também precisa autorizar a utilização do terreno. Um novo contrato será assinado, dando ao Comitê Rio-2016 o controle total da instalação. O prazo dado ao Vasco termina no fim deste mês. Em dezembro, o Comitê Olímpico Internacional (COI) fará uma visita-técnica ao Rio de Janeiro e exigirá o nome da sede.

- O COI está nos cobrando - disse Nuzman.

O tempo que o Vasco ficaria sem poder usar sua casa é incerto. Dependeria do período previsto para as obras, que serão financiadas por meio de um fundo público. As instalações precisariam de ajustes para receber o esporte, calouro em Olimpíadas. O clube, no entanto, não gastaria nada.

Fonte: GloboEsporte.com