Com a derrota, o Vasco, que precisava quebrar a sina de empates, se mantém com os 30 pontos e ocupa, virtualmente, a 14ª posição. O time saiu reclamando da atuação do árbitro, que curiosamente, no primeiro tempo, não havia marcado pênalti para o Guarani, de Jumar em Mazola, no fim do primeiro tempo.
Foi um primeiro tempo no qual o Guarani tomando a iniciativa. Depois, o Vasco cadenciou o jogo, que só ganhou em emoção a partir dos 35 minutos. Os dois times passaram a se lançar mais ao ataque e desperdiçaram oportunidades. E o Bugre saiu de campo reclamando de um pênalti de Jumar em Mazola não marcado pelo árbitro Heber Roberto Lopes.
Logo na escalação, Vagner Mancini deu a senha de como o Bugre entraria em campo. Com Rodrigo Heffner na lateral direita e Apodi no meio, mas caindo por aquele lado, funcionando como um ala, o técnico mostrou que queria o time com jogadas pelas pontas. Pelo lado esquerdo, Mazola caía bem no setor para fazer dupla com Márcio Careca. Nos dez primeiros minutos, a ideia era essa. Bola para as pontas, em velocidade.
Só que o meio-campo do Guarani falhava na armação. Geovani e Paulo Roberto eram anulados, erravam passes. O domínio inicial não se traduzia em chances criadas. Faltava aquele último passe. Bem plantado atrás, o Vasco não só marcava bem como procurava cozinhar o jogo. Cadenciar era a ordem. Mais toque de bola para esfriar o ímpeto do Bugre.
Deu certo. O meio-campo vascaíno começou a tomar conta. Rafael Carioca iniciava bem as jogadas. Zé Roberto voltava pela esquerda para ajudar na armação. Mas na frenre, Eder Luis e Rafael Coelho pareciam fora de sintonia. Felipe Bastos custou a engrenar. Só quando acordou, o time levou perigo. Isso foi aos 28 minutos. O meia tabelou com Fágner. Depois que recebeu, cortou Ailson e bateu de perna direita. A bola foi para fora, mas deu susto em Douglas.
A partir dos 35 minutos, a partida esquentou. Os dois times se lançaram mais ao ataque. No Bugre, Mazola passou a cair mais pelo lado direito. Na primeira jogada por ali, aproveitou bobeira geral da defesa do Vasco. Rodrigo Heffner cobrou lateral rapidamente como um lançamento para o atacante, que correu livre de marcação, mas acabou atropelado por Nilton. A falta, perigosa, acabou desperdiçada na cobrança sem perigo de Márcio Careca, mas o Vasco perdeu o seu volante. No lance, o camisa 5 acabou se contundindo no joelho e não conseguiu voltar. O técnico PC Gusmão pôs Jumar na partida.
E o Vasco por pouco não abriu o placar aos 44 minutos. Em jogada pela esquerda, Max tocou para Titi, que pela meia esquerda arriscou. A bola bateu no travessão. O Guarani contra-atacou no lance mais polêmico do jogo. Novamente pela direita, Mazola arrancou em velocidade e foi empurrado por Jumar dentro da área. O árbitro Heber Roberto Lopes não marcou a penalidade. Os jogadores do Guarani reclamaram.
O time continuou no ataque. A partida cresceu em emoção. Pouco antes do apito final da primeira etapa, o lance mais sensacional: Reinaldo recebeu pela meia esquerda e girou com perigo, de canhota. O chute saiu cruzado e bateu na trave. No rebote, Mazola tocou para o gol com o goleiro Fernando Prass batido na jogada. Só que Dedé, milagrosamente, mergulhou com o pé e salvou o gol, tocando para escanteio. Fim do primeiro tempo, reclamações não faltaram sobre o pênalti não marcado pelo árbitro Heber Roberto Lopes.
- Só ele não viu. Quando o lance é duvidoso, a gente até se segura. Mas num caso desses... E é sempre prejudicando o Guarani - afirmou o técnico Vagner Mancini.
Os dois times voltaram para o segundo tempo com mudanças. No Guarani, Apodi, que começou bem mas depois foi totalmente anulado, saiu para a entrada de Baiano. No Vasco, PC Gusmão tirou o também apagado Rafael Coelho para pôr Carlos Alberto. Que logo mostrou seu cartão de visitas. Com um minuto de jogo, recebeu falta pela esquerda. Max cruzou, o camisa 19 recebeu na entrada da área e bateu com violência, para grande defesa de Douglas, que espalmou para escanteio.
Se o Vasco ficou mais agressivo com Carlos Alberto, o Bugre buscava mais velocidade com Baiano pela direita. Mas o jogador mostrava o mesmo defeito de Apodi: carregava demais a bola. Quem começou a levar perigo foi Paulo Roberto, pela esquerda. O meia teve chances de abrir o placar, e obrigou o goleiro Fernando Prass a fazer grande defesa, com o pé.
Felipe Bastos sumiu da partida. O Bugre começou a dominar o meio-campo e a encurralar o Vasco, mas esbarrava na grande atuação de Dedé. O zagueiro era soberano nas jogadas. Uma falta bem cobrada por Baiano na meia esquerda levou perigo. Fernando Prass fez outra grande defesa.
PC Gusmão trocou de Felipe. Tirou o Bastos e pôs o velho conhecido da torcida, campeão brasileiro, da Libertadores... O toque de bola melhorou, mas o time ficou mais lento. Mancini mexeu também no Guarani. Trocou Geovane por Fabiano e Reinaldo por Ricardo Xavier. E o atacante acabou sendo o protagonista do pênalti que decidiu a partida.
Aos 33 minutos, em bola dividida na área, Dedé, que estava por trás de Ricardo Xavier, acertou a bola. O atacante do Bugre caiu, e o árbitro Heber Roberto Lopes, que não havia marcado um pênalti claro no primeiro tempo, acabou querendo compensar o erro. Dois minutos depois, Baiano, que mal tomou distância, cobrou à esquerda, sem chances para Fernando Prass. O Vasco ficou tenso, e não conseguiu reagir. Melhor para o Bugre, que saiu com a vitória.
GUARANI 1 X 0 VASCO
Estádio: Brinco de Ouro, Campinas (SP)
Data: 25/09/2010 - sábado
Hora: 18h30min
Árbitro: Héber Roberto Lopes (PR-FIFA)
Assistentes: Ivan Carlos Bohn (PR) e José Amilton Pontarolo (PR)
Público: 5.594 pagantes
Renda: R$ 69.984
Cartões amarelos: Nilton, Dedé, Zé Roberto (VAS)
Cartões vermelhos: -
GOL: Baiano 35'/2ºT (GUA);
GUARANI: Douglas; Rodrigo Heffner, Fabão e Ailson; Márcio Careca, Renan, Apodi (Baiano, intervalo), Paulo Roberto e Geovani (Fabiano 24/2º); Mazola e Reinaldo (Ricardo Xavier 31/2º). Técnico: Vágner Mancini.
VASCO: Fernando Prass; Fagner, Dedé, Titi, Max; Rafael Carioca, Nilton (Jumar 43/2º), Fellipe Bastos (Felipe 21/2º) e Zé Roberto; Éder Luis e Rafael Coelho (Carlos Alberto, intervalo). Técnico: Paulo César Gusmão.
Estatísticas de Guarani 1x0 Vasco | Estatísticas de Guarani 1x0 Vasco | Estatísticas de Guarani 1x0 Vasco |
Col. | Jogador | Média | Col. no ano | Média no ano |
1º | Dedé | 7.8425 | 6º | 6.7565 |
2º | Fernando Prass | 7.0748 | 1º | 7.3334 |
3º | Fagner | 6.4173 | 4º | 6.9516 |
4º | Éder Luís | 6.2037 | 3º | 7.0301 |
5º | Fellipe Bastos | 5.8337 | * | 6.5000 |
6º | Rafael Carioca | 5.2746 | 16º | 5.7406 |
7º | Zé Roberto | 4.6811 | 8º | 6.5596 |
8º | Felipe | 4.6014 | * | 5.9091 |
9º | Max | 4.5679 | * | 5.7428 |
10º | Titi | 4.4675 | 15º | 5.7557 |
11º | Nilton | 4.2372 | 19º | 5.6569 |
12º | Carlos Alberto | 4.1929 | 2º | 7.0449 |
13º | Jumar | 3.9026 | 24º | 5.0233 |
14º | Rafael Coelho | 2.2835 | 26º | 4.4322 |
Fonte: GloboEsporte.com (texto, vídeo), NETVASCO (ficha), Site oficial do Vasco (fotos), O Globo online (foto), Site do Guarani (foto), UOL (estatísticas)