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Vice jurídico fala sobre possível exclusão do Vasco de acordo com TRT
Quinta-feira, 23/09/2010 - 10:59
Em entrevista ao programa "Só Dá Vasco" da última 3ª-feira, 21/09, o vice-presidente jurídico do Vasco, Nelson de Almeida, comenta a possível exclusão do Vasco do acordo com o Tribunal Regional do Trabalho:
"O que eu posso dizer, de um levantamento feito há uns três meses atrás, 60% dos processos trabalhistas são desse período [01/2001 a 06/2008] do Vasco. É bom lembrar aos vascaínos o seguinte. Vocês se lembram do sonho olímpico que criaram, que qualquer atleta do Vasco, as meninas do vôlei de praia, a Shelda, o cavalo do Rodrigo Pessoa tinha duas Cruz de Malta, uma em cada orelha. De todos os atletas brasileiros que participaram nas Olimpíadas, pelo menos 90% deles ostentavam a Cruz de Malta ou o escudo do Vasco. Foi tudo isso feito através de contrato. Uns com pessoa física, outros com pessoa jurídica. Pois, pasmem, nenhum desses contratos foi cumprido pelo Vasco. Pior, alguns desses contratos foram feitos acordos. Para quem não sabe, na Justiça do Trabalho, acordo não cumprido gera multa de 50 a 100%. O Vasco, só na parte trabalhista, tem na ordem aproximadamente R$ 100 milhões de débito. Foi conseguido, ainda na administração passada, um Ato de Concentração, no qual ficou estabelecido que o Vasco se obrigava a pagar um acordo. O que é o Ato de Concentração? Reuniram todas as ações trabalhistas até aquele momento numa única Vara, na 54ª Junta de Conciliação ou Vara do Trabalho - atualmente tem esse nome. O Vasco se comprometeu a pagar no mínimo R$ 200 mil por mês ou 20%, o que fosse maior na sua receita. Tem recolhimentos de R$ 12 mil. 200 mil, não foi pago nunca. Isso veio, com o tempo, a um desgaste na Justiça de Trabalho, que culminou com a cassação do Ato, que só não foi concretizado porque teve um desembargador que pediu vistas do processo e adiou por 30 dias. Nós estamos tentando refazer esse Ato de Concentração, porque senão realmente seria um caos para o Vasco da Gama, como é para Flamengo, Botafogo e Fluminense. A Justiça do Trabalho está atenta a isso porque é um problema que repercute de forma muito violenta na saúde financeira dos clubes. Nós temos fé que, por uma questão de justiça, vamos conseguir restabelecer esse Ato de Concentração. Temos feito alguns acordos, daqueles créditos menores, com parcelamento. Mas é difícil. É coisa difícil. Eu não sei como o nosso amigo Nelson Rocha, o nosso vice de finanças, consegue fazer tanto malabarismo. Mas está conseguindo."
"É muita gente. É muita ação. Nós temos ações até hoje da queda do alambrado. Nós temos ações fiscais porque o Vasco sempre foi inadimplente. O Vasco fazia REFIS, depois pagava uma prestação e não pagava mais. Isso inclusive repercute na parceria com a Eletrobrás. O grande obstáculo para nós resolvermos o problema com a Eletrobrás vem lá de atrás. Nós vamos vencer. Eu tenho certeza que vamos, porque quem tem vontade de fazer, faz. Mas que as dificuldades são muitas, são. E outras coisas que o tempo vai mostrar. Não adianta chutar cachorro morto. Eu digo para os meus amigos da diretoria o seguinte. Não vamos dar palanque para ninguém. Cachorro morto não se chuta, chama a Comlurb para levar. Vamos seguir o nosso caminho, trabalhar direitinho, que no futuro os vascaínos, os nossos filhos, netos e bisnetos vão dar valor a isso."
Fonte: NETVASCO (transcrição)