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Valdir Bigode diz que falta tranquilidade aos atacantes do Vasco


Segunda-feira, 20/09/2010 - 15:04

Contra o Inter, o Vasco jogou bem e criou várias oportunidades de gol, mas acabou derrotado pelos gaúchos por 1 a 0.

Valdir Bigode, em entrevista à Rádio Brasil, Valdir Bigode,artilheiro do Vasco na década de 90, fala sobre essa deficiência do ataque do Gigante da Colina e sobre o clássico Vasco x Botafogo desta quarta-feira:

“Estou vendo esse jogo com muito bons olhos, porque o Botafogo está muito bem. O Vasco não se encontra bem, mas tem feito bons jogos. No último jogo, diga-se de passagem, perdeu, mas fez um bom jogo. Esperava até que o Vasco pudesse vencer naquele primeiro tempo, pelo volume de jogo. Acho que vai ser um grande jogo, mais um grande jogo entre Vasco e Botafogo.”

Está faltando no Vasco um jogador como Valdir, que empurre a bola para dentro?

“Na verdade, eu sou passado, já, mas com certeza, está precisando de um jogador para no momento da finalização, ter um pouco mais de tranqüilidade. Como eu disse, no último jogo, contra o Internacional, o Vasco chutou muitas vezes no primeiro tempo e não conseguiu transformar esses chutes em gols. Acredito que falta um pouco de tranqüilidade. Eu acho que essa rapaziada que está no Vasco vai acertar direitinho e vai fazer o Vasco melhorar e melhorar também na tabela.”

O que, para Valdir, deixa um time mais nervoso? Defesa ou ataque?

“Acho que as duas coisas. Para um time grande, tem que estar funcionando bem as duas coisas. Até a zaga às vezes, levar um ou outro é normal. Agora, o maior problema é você criar as oportunidades e não fazê-las. Você estar jogando e não aparece uma oportunidade é uma coisa. Agora, se tem, vários chutes, várias oportunidades, cruzamentos, você cabeceia a bola e a bola não entra, aí é mais complicado. Aí a zaga, o meio-campo, até o treinador fica preocupado, porque você está treinando, as jogadas estão acontecendo e a bola não entra, tem que ter um pouco mais de tranqüilidade para poder finalizar bem e fazer os gols.”

O que, para Valdir, falta a Zé Roberto para ser esse matador?

“Na verdade, o Zé Roberto é um grande jogador, mas o Zé Roberto não é um jogador nato da posição, aquele cara que está acostumado a finalizar, a fazer muitos gols. Ele faz uns gols, ele joga bem, dá bons passes, corre bastante, mas ele não é o cara ali da frente para finalizar bem e fazer os gols. Isso é tarefa para atacante nato, que com certeza treina mais isso, mais finalização, e que também tem essa missão, não só numa partida ou outra, mas na sua carreira. O Zé Roberto é um jogador diferente, é um jogador de meia, que chega, faz um gol uma vez ou outra, dá mais passes, trabalha mais a bola. Ele tem que fazer gols, mas não é a tarefa principal dele.”

Prós e contras da perda da invencibilidade do Vasco pós-copa e de PC Gusmão:

“Primeiro, perder nunca é bom, mas quando existe uma pressão em cima de uma equipe que está invicta há um certo tempo ou de um treinador que está toda a competição invicto, acho uma derrota como foi ontem, fora de casa, 1 a 0, não vou dizer que faz bem, mas ela não é ruim. Ela quebra a tensão, quebra aquela ansiedade, aquele nervosismo, uma expectativa grande, uma responsabilidade que se joga em cima dos atletas, do treinador. Nunca é bom perder, mas é momento de se dar uma freada e o pessoal ver que eles têm direito de perder um jogo ou outro. Acho que tem os prós e os contras.”

Casamento ideal tem que ser um atacante de lado de campo e um finalizador?

“Com certeza. Cada um tem a sua tarefa dentro de campo. O zagueiro corta, o cabeça-de-área tira e joga para o meio-de-campo. O meio-de-campo prepara, às vezes joga para um ponta, como um jogador que é o Éder Luis, para um finalizador nato. Por isso, não coloquei nenhuma responsabilidade em cima do Zé Roberto, embora ele a tenha. É um jogador mais velho, mais experiente, mais rodado, mas não é o cara da posição. Nesse jogo de ontem, o Vasco teve vários chutes a gol, várias oportunidades e não caiu no pé de um cara que tenha essa função nata, que é de finalizar. Às vezes o cara nem precisa correr tanto, criar jogadas, driblar. Ele precisa cabecear e finalizar, como acontece em alguns times no futebol brasileiro. O Vasco não está tendo esse cara. Tem o Éder Luis que cria jogadas, é muito rápido, faz tabelas, mas às vezes ele não consegue fazer esse papel, como o Zé Roberto também não está conseguindo.”

Fonte: Supervasco