Eles foram detidos com outros dez suspeitos na operação que cumpriu 12 de 19 mandados de prisão preventiva expedidos pela Justiça. Entre os presos, estão o filho da secretária de Esporte e Educação de Itaboraí, na região metropolitana, e um policial militar. Também estão entre os detidos dois líderes de torcidas do Vasco e do Flamengo. Os detidos são acusados de lesão corporal, rixa, ameaça, formação de quadrilha, homicídio e tentativa de homicídio. A polícia afirma que mais 40 são envolvidos.
Nogueira diz que ele é vítima e não suspeito. Na 5ª Delegacia de Polícia (Mem de Sá), onde ele e os demais presos foram apresentados à imprensa, ele estava com a perna direita engessada porque sofreu um atentado no mês de agosto, alguns dias depois do jogo Vasco e Flamengo. Homens de dentro de um carro atiraram contra ele e a namorada, em frente à casa dela, em São Gonçalo, na região metropolitana do Rio. Nogueira foi atingido na perna e ela não teve ferimentos porque ele se jogou sobre ela. Ele afirma que é o segundo atentado do qual é vítima. Em março, em um ataque supostamente de flamenguistas contra um grupo de vascaínos em São Gonçalo, em março.
- Sofri duas tentativas de homicídios e eu é que sou preso. Aqui não tem nenhum santo não, se eles [torcedores rivais] vem no nosso encontro, o que vamos fazer?
O vascaíno e os outros vascaínos presos alegam inocência e disseram que não marcam brigas pela internet. Eles alegam que os grupos de torcedores flamenguistas sempre vão até o ponto de encontro da torcida do Vasco – uma praça do bairro Barreto, em São Gonçalo –, antes dos jogos, porque sabem que encontraram os rivais no local. Nesses encontros, as brigas sempre ocorrem.
- Eles [flamenguistas] poderiam usar outro caminho [para ir até os jogos], mas sempre vem onde nós estamos. Não tem nenhum baleado nem morto na torcida deles, mas na nossa tem. Já tiveram várias mortes e só eu sofri duas tentativas de homicídio.
Silva lembrou do caso do vascaíno Antonio Marcos Alves de Oliveira, de 31 anos, foi brutalmente espancado por torcedores do Fluminense, segundo a polícia. Ele foi encontrado dia 22 de agosto, perto da Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão, na zona norte do Rio, mesmo bairro onde fica o estádio São Januário, casa do Vasco, vestindo a camisa do time e com sinais de espancamento. Fiquei sabendo que foi um encontro de torcidas [Vasco e Fluminense].
O policial militar Luís Carlos Barbosa Lima Júnior, conhecido como Multilock, soldado do batalhão de choque, também foi preso. Ele alega que torce pelo Flamengo, mas que não pertence a nenhuma torcida organizada. Quando têm brigas, ele alega que interfere, mas que faz isso para defender o lugar onde mora, em São Gonçalo.
- Nunca vou aos jogos, só a trabalho. Estão dizendo que faço escolta de torcida, o que é mentira. Nem tenho tempo para isso porque tenho um restaurante.
Dales, apontado como líder da TJF, não quis responder às acusações dos demais presos e alegou ser integrante da torcida organizada há pouco tempo.
Luan Rosa da Silva, que também é flamenguista, é filho da secretária de Esporte e Educação de Itaboraí, também nega a participação em brigas. Disse acreditar que foi preso porque viram seu carro perto de uma briga em uma ocasião.
- Só fui uma vez na vida no Maracanã, quando eu era criança.
Fonte: R7