Carlos Alberto é um dos jogadores mais aplicados do Vasco. Sempre chega cedo a São Januário e é um dos últimos a deixar o vestiário. Mas o capitão vem sofrendo com as lesões nesta temporada. Das 48 vezes que o Vasco entrou em campo, ele esteve presente em 18 (37,5%). Os cinco problemas físicos - nenhum no mesmo local - fizeram o meia desfalcar a equipe em momentos importantes. E o camisa 19 faz diferença. Com ele, o time tem um aproveitamento de 68,5%. Quando está ausente, o número cai para 59%. Em muitas das 18 partidas, Carlos Alberto atuou no sacrifício.
O último dos cinco problemas médicos aconteceu no último sábado, contra o Ceará, no Castelão. Carlos Alberto teve um leve estiramento na coxa direita e precisará perder os próximos dois jogos do Vasco, contra Atlético-MG e Palmeiras. Pelo menos é a previsão otimista dos médicos. Mas o sofrimento do atleta vem desde o início da temporada.
A primeira lesão foi logo em janeiro. Em um clássico contra o Botafogo, ele machucou o músculo adutor da coxa esquerda e ficou dez dias fora. No mês seguinte, Carlos Alberto levou um pisão no pé direito durante um treino e voltou para o departamento médico, onde ficou duas semanas.
Em março, foi detectado que o jogador tinha uma lesão por estresse na fíbula da perna esquerda. Após 20 dias de tratamento, enfrentou o Fluminense na última rodada da Taça Rio. Na ocasião, começou no banco de reservas e precisou entrar logo no início porque Jeferson se machucou. O capitão ficou em campo mais tempo do que o planejado, e, depois do esforço extra, precisou ficar mais 15 dias se recuperando. Retornou contra o Flamengo, na semifinal da Taça Rio. Voltou a ser titular contra o Corinthians-PR, pela Copa do Brasil, três dias após a eliminação no Estadual.
Nas últimas partidas do Vasco na Copa do Brasil, contra o Vitória, Carlos Alberto já estava atuando sentindo dores no joelho direito, mas, por causa da importância da competição, continuou. Depois da eliminação, veio o período mais longo de inatividade: três meses no total. Neste tempo, ele não atuou nas sete primeiras rodadas do Brasileiro, antes da Copa, por causa da tendinite no joelho direito. Recuperou-se durante a disputa do Mundial da África do Sul, mas teve que ficar mais quatro jogos fora porque a janela de transferências internacionais ainda não havia sido aberta. O retorno foi contra o Flamengo, dia 1º de agosto. No total, atuou em cinco dos 18 confrontos da equipe no Brasileiro. Dos nove meses do ano, Carlos Alberto passou praticamente cinco se recuperando de problemas físicos.
De acordo com um dos médicos do Vasco, Alexandre Campello, Carlos Alberto não tem um problema crônico que o impeça de jogar muito tempo sem se machucar. Para ele, além da casualidade, umas das possíveis explicações para o número de lesões acima da média é o estilo de jogo de muito contato físico com os marcadores.
- Ele não tem um problema específico. Quem acompanha, observa, sabe disso. Não tem nenhuma deficiência. A absoluta maioria (lesões) é de origem traumática. É um jogador que gosta do choque, usa muito o corpo para se proteger. Ele se prevalece disso, porque sempre sai ganhando na força. Mas a conta acaba sendo paga. Ele tem um nível de força muscular muito grande. Na sala de musculação, levanta todas as placas. É uma casualidade. Não tem nada a ver com a formação do atleta - declarou o médico.
Alexandre Campello disse que o departamento médico faz um trabalho contínuo para tentar prevenir lesões. Ele contou que umas das principais preocupações é saber se há nos atletas o equilíbrio entre os músculos das pernas.
- Hoje o que fazemos de prevenção é tentar manter o equilíbrio muscular dos jogadores. Estamos sempre avaliando, é sempre analisado pelo fisiologista também. Alguns atletas podem ter desequilíbrio, e isso pode causar lesão. Orientamos a preparação física para que alguns jogadores tenham cuidados especiais.
Fonte: GloboEsporte.com