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Confira polêmica entrevista em que Felipe comenta estrutura do Vasco


Sexta-feira, 03/09/2010 - 17:35

Matéria originalmente publicada na edição de setembro da revista ESPN

Qual foi o maior susto quando chegou ao Catar?

Tem um prato típico com arroz e carneiro que eles geralmente comem em ocasiões especiais. Foi um impacto muito grande ver todo mundo comendo com a mão. Outra coisa foi que eu comprei um computador pra minha esposa logo na chegada e ela me deu um beijo estalinho [na boca] na loja, mas isso é proibido. Começaram a gritar com a gente em árabe. Demos risada porque não entendíamos nada.

Os cinco anos que passou no Al-Sadd foram do tipo “não vejo a hora de voltar” ou dava para continuar?

Ah, o Catar é maravilhoso. Você pode sair e deixar o carro aberto que ele vai continuar lá. Fora que tem uma comunidade de brasileiros grande. Eu fazia mais festa em casa do que no Rio! A sexta-feira lá é o nosso domingo e sempre tinha churrasco.

O Pedrinho saiu pela porta dos fundos do Vasco, praticamente sem jogar. Ainda assim, ele incentivou a sua volta.

Ele é um cara que está no meu grupo seleto de melhores amigos desde os seis anos de idade. Não o trataram da maneira mais correta no Vasco, né? Ele foi sacaneado aqui e ainda assim falava: “Você tem de voltar pra lá, tem de ser lá”. E me ligava sempre, mais chato que repórter!

Já deu pra sentir a diferença entre a “era Eurico Miranda” e a “era Roberto Dinamite”?

Tive alguns problemas com o Eurico, mas o que eu posso dizer é que ele era muito bom pro Vasco, fazia tudo pelo time. A estrutura, infelizmente, continua a mesma desde quando eu comecei aqui: sala de musculação, vestiário. Mas eu vim pra cá sabendo que pode haver algum atraso de salário porque o futebol carioca infelizmente está assim.

Por causa do tempo que passou no Oriente Médio, é provável que isso não afete você.

Eu posso dizer que, se atrasar um salário, eu tenho como segurar a onda porque o pé de meia está feito.

Como estão os dribles? Continua com aquele característico?

Sim, é meu jeito de jogar. Até porque meu repertório não é assim tão grande. Vai ter todo o trabalho de readaptação ao futebol brasileiro porque lá no Catar o nível da qualidade técnica é bem... baixo. O jogo é muito corrido. Eles tocam a bola em você e é “se vira”.

Você será para o Vasco o que o Petkovic foi para o Flamengo em 2009?

A minha missão é ajudar a resgatar a torcida que andava meio desacreditada, não estava comparecendo. Foi isso que a diretoria me passou. A responsabilidade que eu tenho é maior

Fonte: ESPN.com.br