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Vasco volta no tempo com possibilidade de Felipe na lateral-esquerda


Sábado, 21/08/2010 - 08:05

Foi preciso acontecer um imprevisto para PC Gusmão abrir o jogo e o túnel do tempo em São Januário.

Com dez minutos de treino, o lateral-esquerdo Max reclamou de dores musculares, saiu e o Vasco voltou ao passado. Precisamente para a segunda metade da década de 1990, quando Felipe surgiu para o futebol. PC deslocou o jogador para a ala esquerda, onde começou a carreira, e mudou a formação para o 3-5-2, com Nílton na zaga e Carlos Alberto no ataque. Os titulares fizeram dois gols.

Mas, por enquanto, Felipe na ala é apenas memória recente, porque o técnico deverá manter o time que venceu o Grêmio Prudente, com Carlos Alberto no banco.

O capitão só vestiu o colete dos titulares quando Max já caminhava ao lado do massagista Carlão em direção ao vestiário.

Para o clássico com o Fluminense, o lateral não é dúvida.

Nem o time. Por mais que Felipe tenha agradado como ala, ele ainda não está em plenas condições físicas e é possível que esta formação fique como opção durante o jogo. A não ser que Max seja vetado pela departamento médico.

— Fiz uma avaliação com o Felipe em sua posição de origem, onde ele começou e deu muitas alegrias à torcida do Vasco. E o Max pediu para sair, porque estava cansado. Mas está dentro do grupo. O mais importante é estar com o grupo. E o Carlos Alberto sabe da sua importância — disse PC.

Clube completa 112 anos Ao ouvir as palavras do treinador, é possível entender que o capitão começa no banco: — Coloquei o Felipe para ter opção. Vamos ver domingo...

Assim como PC, o zagueiro Fernando também deixou escapar qual será a escolha final do treinador quando o juiz iniciar o jogo amanhã.

— É uma boa opção. Eu nem tinha pensado nisso e o PC foi feliz em pôr o Felipe em uma posição na qual ele deu alegria para tanta gente. Se ele optar por isto durante o jogo, será ótimo — declarou Fernando.

Felipe foi revelado pelo Vasco em 1996. Ganhou os principais títulos da década com o time e ficou conhecido, no auge da carreira, pelos seus dribles.

Ontem, ele passou com facilidade pelos repórteres e saiu sem dar entrevista. Quase ao mesmo tempo, um funcionário andava pelo estacionamento com as cestas básicas que foram doadas. O clube trabalha para sair da crise financeira e o prazo prometido pela diretoria para o pagamento de salários terminou ontem.

— Este tipo de problema não interfere no time. Sabemos que a diretoria trabalha para resolver — disse PC.

Enquanto tenta levar o time de volta a uma posição de destaque no Brasileiro, que já ocupou tantas vezes, o clube entra em sintonia com as suas raízes. Hoje, o Vasco comemora 112 anos com show do cantor português Roberto Leal em São Januário. Com os salários pagos e a vitória sobre o Fluminense, a comemoração seria completa.

Martinelli no Vitória-BA Se depender do retrospecto, a torcida vai cantar parabéns domingo, porque há mais de dois anos o Fluminense não vence o Vasco. A última vitória foi no 2 a 1 de março de 2008, com gols de Thiago Neves e Washington.

Edmundo diminuiu.

— A festa tem que ser feita pela torcida. E caberá a nós darmos continuidade dentro do campo. Se tivermos que comemorar, será depois do jogo — declarou Fernando.

Quase ao mesmo tempo que o funcionário carregava as cestas básicas, um colega de trabalho levava nas mãos um saco preto com os pertences de Thiago Martinelli. O zagueiro esvaziou o seu armário porque acertou com o Vitória-BA e, segundo ele e seu empresário, Gilmar Rinaldi, treinará hoje e amanhã em São Januário, mas deixará o clube na segunda-feira, após a rescisão de contrato.

Fora dos planos de PC, Martinelli deixa o clube no momento que o volante Nílton poderá entrar na zaga, caso o técnico opte pelo 3-5-2. Carlinhos, que seria o reserva imediato de Max, treinava atrás de um dos gols, junto com Martinelli, e ficou na esperança de voltar ao time. Mas a solução saiu da cabeça do treinador, não do banco. Do outro lado, nas Laranjeiras, Muricy Ramalho elogiava o treinador do Vasco, que ficou entre o orgulho pelo reconhecimento e o respeito a um dos maiores técnicos do país: — Vocês gostaram do time? Ficou bom, não é? Eu trabalho, mas meu caminho é longo para chegar perto do Muricy.

Fonte: O Globo