Tamanho da letra:
Rafael Carioca será jogador de linha com mais jogos pelo Vasco no ano
Domingo, 08/08/2010 - 11:23
Rafael sempre foi um estrangeiro. O Rio ficava na memória toda vez que alguém o chamava.
Carioca virou sobrenome sem que ele tivesse sequer disputado o Campeonato Estadual.
Até que o Vasco o resgatou da fria que era morar na Rússia. O futebol foi o passaporte que abriu as portas e os cofres da Europa, de onde tirou dinheiro e experiência.
Mas o amor pelo filho, nascido em março, falou mais alto e ele voltou à terra natal. Do início da carreira no Grêmio, até a experiência no Spartak, de Moscou, ele nunca se sentiu em casa. Ao contrário de hoje, quando entrar em campo com a camisa do Vasco pela 33 avez, contra o Vitória, às 18h30m, em São Januário, para ser o jogador com mais jogos pelo time na temporada.
O empate era com Philippe Coutinho. Ambos têm 32 jogos, mas a revelação fez o caminho inverso ao de Carioca e voou para a Europa, onde joga no Inter de Milão. Na linha, é o jogador com mais partidas e só perde para o goleiro Fernando Prass, com 41.
— É importante alcançar esta marca. Principalmente pelo PC Gusmão, que deixa eu jogar na minha posição de origem, que é primeiro volante. Jogar de terceiro era prejudicial para mim — disse Carioca.
O discurso é direto, sem meias palavras, o que dá a impressão de que Carioca é ... marrento, o que seria uma redundância.
Foi assim que Vágner Mancini pensou quando o treinava no Grêmio. Mas a primeira impressão foi embora quando se reencontraram no Vasco, no primeiro semestre.
— Não me considero estrela, mas também não me intimido. Ninguém aqui no Vasco é melhor do que ninguém. Minha personalidade é de quem cobra, mas também sei abaixar a cabeça — declarou.
Rafael foi uma contratação complicada. Vendido ao Spartak por cerca de C 4 milhões, foi emprestado ao Vasco até o fim do ano. Na ida para a Europa, em 2008, disse que pensava na família. Mesmo impulso que o trouxe de volta ao Rio, onde vai comemorar o Dia dos Pais pela primeira vez.
— Queria que meu filho, Rian, nascesse aqui, junto da família. Ele sempre me dá força quando chego em casa e encontro a felicidade — disse.
Futuro incerto Rafael Carioca foi titular com os quatro técnicos do Vasco no ano: Mancini, Gaúcho, Celso Roth e Paulo César Gusmão. O jogador recebeu quatro cartões amarelos e nunca foi expulso.
Contusões também não atrapalharam, assim como a chegada de estrelas ao time.
— Antecipar a jogada ajuda a evitar as lesões. E nunca senti que poderia ficar de fora do time — afirmou o jogador.
Quando o Vasco não decolou e permaneceu preso à zona de rebaixamento do Brasileiro, Rafael Carioca diz que não bateu arrependimento por ter voltado. O filho tinha saúde, a família estava feliz, e ele, no fundo, sabia que o momento era passageiro. Como a sua permanência no Vasco pode ser. O contrato acaba no fim ano e Rafael Carioca corre um sério risco de voltar a ser um estrangeiro.
— A vontade é ficar no Brasil. Mas, quando abrir a janela de transferência para o exterior, não terei como prever — disse.
Fonte: O Globo