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Felipe rejeita fama de 'marrento' e fala sobre o clássico deste domingo


Domingo, 01/08/2010 - 17:11

Com a mesma facilidade que driblou os adversários ao longo de sua carreira, Felipe protagonizou polêmicas em sua trajetória. O jeito caladão e o estilo ousado dentro de campo muitas vezes deram a impressão nos torcedores, normalmente dos rivais, de que o jogador era o clássico "marrento".

O meia, no entanto, não acredita que esta avaliação é fiel com a realidade. Ele garante que as pessoas que o conhecem sabem de sua humildade e simplicidade.

- Por onde eu passei, sempre fui uma pessoa muito simples. Quem me conhece sabe do carinho que tenho com as pessoas, com quem engraxa a chuteira ao presidente. Sempre tentei ser transparente. Tenho amigos no Flamengo, são pessoas que eu trabalhei dois anos. Tenho um carinho grande por eles, mas agora eu defendo o Vasco com carinho e dedicação.

Felipe fará sua reestreia com a camisa do Vasco neste domingo, às 18h30m (de Brasília), no clássico com o Flamengo, no Maracanã. Em entrevista ao GLOBOESPORTE.COM, o meia relembrou sua saída polêmica do arquirrival, quando, após fazer um golaço de cobertura na última rodada do Brasileirão de 2004, na goleada do Fla sobre o Cruzeiro por 6 a 2, tirou a camisa e a jogou para o alto.

Ele comentou também sobre a ansiedade de voltar a jogar no Maracanã lotado e falou sobre o respeito que há entre as equipes.

Antes do acerto com o Vasco, houve uma negociação com o Flamengo. Como foi a decisão de voltar ao clube que o revelou?

Quem conversou foi o meu empresário Rodrigo Pitta. Ele me apresentou algumas propostas e eu decidi pelo Vasco. Fui eu que decidi.

No seu último jogo pelo Flamengo, houve uma grande polêmica quando, depois de marcar um golaço por cobertura, você tirou a camisa e atirou. Muitos rubro-negros encararam como uma ofensa, uma falta de respeito. Seis anos depois, acredita que ainda há uma mágoa na Gávea com o Felipe?

Tem várias maneiras de interpretar. Quem gosta de mim vai ver de uma maneira, e quem não gosta, de outra. Estou bastante calejado para assimilar estas coisas. Não é muito característica minha fazer gol, aí eu faço um daqueles, o mais bonito que já fiz na carreira, e ainda por cima salvando o Flamengo do rebaixamento. Foi um desabafo, uma comemoração. Mas, infelizmente, em todos os setores da imprensa há pessoas que não gostam, não sei o motivo. Não me conhecem e interpretaram de uma maneira. Isso faz parte. Qualquer pessoa que joga a camisa para o alto, ela cai no chão. No mundo do futebol, muitas pessoas fizeram isso.

Na época foi dito que você havia entrado em campo "mordido" por causa de uma brincadeira do goleiro Julio César. O que houve de verdade? Foi algum tipo de aposta?

Não teve nenhuma aposta com o Julio César. Minha função é jogar futebol e fazer o melhor pelo meu time. Eu precisava tirar o Flamengo do rebaixamento. Se cai, era o nome do Felipe que ia ficar marcado, não do Joãozinho, do Marquinho. Nós íamos ficar marcados, eu e o Julio César, as pessoas que tinham mais responsabilidade na equipe.

Apesar da experiência e de já ter jogado muitos jogos importantes, existe uma ansiedade especial para o jogo deste domingo? Já sonhou com a partida?

Ansiedade tem que existir, porque ela faz parte da motivação. Se isso não passar pela pessoa, não tem que jogar futebol. Isso faz parte do atleta horas antes do clássico, mas quando a bola rola você esquece, acabamos ficando totalmente concentrados no jogo.

Clássico contra o maior rival e Maracanã cheio. É a estreia ideal?

Eu preferia ter jogado alguns jogos antes para poder adquirir ritmo, porque um clássico como esse te exige muito. O Maracanã é grande e o Flamengo tem uma bela equipe. Seria ideal eu ter jogado duas ou três partidas, mas infelizmente isso não foi possível. Vou procurar suprir isso com bastante vontade e com a ajuda dos companheiros.

Quem teme mais o rival, Flamengo ou Vasco?

A preocupação acontece de ambas as partes. Tanto o Vasco está preocupado com o Flamengo, como o Flamengo está preocupado com o Vasco. É claro que nos reforçamos, tem jogadores de qualidade chegando. Nosso time vem fazendo um trabalho legal desde que a Copa acabou. O Vasco melhorou com o trabalho do professor PC. A preocupação existe. Em um clássico nem sempre a técnica prevalece, é um campeonato à parte, mas esperamos fazer uma bela apresentação. O ritmo vai faltar, mas vamos tentar suprir isso com muita vontade.

Fonte: GloboEsporte.com