Jadson Viera é brasileiro, tem 28 anos, e nasceu em Santana do Livramento, no Rio de Grande do Sul. Mas o seu sotaque já está bem longe de ser canarinho. Em sua apresentação, na tarde desta quinta-feira, em São Januário, o zagueiro, contratado pelo Vasco ao Lanús, da Argentina, até o fim de 2011, arrastou o portunhol durante toda a coletiva de imprensa.
O defensor embola o idioma por ter passado os últimos anos longe do país. A partir dos 14 anos, ele começou a rodar pelo futebol uruguaio, mexicano e argentino.
- Foram 14 anos fora. Tenho que me adaptar até ao português. Mas o Brasil é a minha casa - afirmou o jogador, que iniciou a carreira no Danúbio.
Além do time uruguaio, Viera tem passagens pelo Atlante, do México, e pelo Lanús, da Argentina, donos dos seus direitos. De acordo com a diretoria vascaína, a expectativa é que o jogador seja inscrito na CBF em duas semanas. Abaixo, confira os principais trechos da entrevista do novo reforço vascaíno.
O que ocorreu em sua negociação com o Vasco?
A negociação começou há um tempo. Depois de tudo acertado, o técnico do Lanús não queria me liberar. Tive uma conversa franca com ele, com o presidente e com o pessoal do Vasco. Cheguei ao meio-termo para todos e acertei a minha vinda com o Vasco. Eu queria vir para cá para ter essa chance no Vasco. A balança pesou por ser a minha primeira passagem no futebol brasileiro.
Quais as referências que você teve do Vasco?
São as melhores. Conversei com o Igor (volante revelado no Vasco no início de 2003), que já tinha jogado aqui no Vasco, e ele só falou coisas boas. Só falta trabalhar, conhecer os meus companheiros e fazer o melhor como eu fiz até agora.
No Uruguai ou na Argentina, as pessoas chegaram a achar que você não era brasileiro?
Lá na Argentina todo mundo pensava que eu era uruguaio. Quando eu falo em espanhol sai melhor do que em português. Mas sou brasileiro, nasci no Brasil e minha carreira acabou indo para esse destino.
Como você iniciou a carreira? Por que não começou no futebol brasileiro?
Eu morava em Santana Livramento, que era fronteira com o Uruguai, e fui chamado para atuar nas categorias de base do Rivera. Em seguida, o Danúbio me levou me levou para atuar na base e acabei ficando por lá mesmo.
Você fez uma artroscopia recentemente. Como você está fisicamente?
Já estava treinando normalmente com o grupo do Lanús. Vou falar com o preparador físico e espero estar bem em uma semana.
Já no domingo, o Vasco vai ter um clássico contra o Flamengo. Pretende assistir ao jogo pela televisão ou até mesmo do estádio?
Vou tentar ir ao estádio, mas ainda não sei. É um clássico, essa palavra diz tudo. Quatro, cinco dias antes, todos já estão vivendo o jogo com intensidade. Temos que seguir essa linha de trabalho, de respeito. Cada um de nós vai ter que dar 100% para o Vasco seguir com essa boa campanha no Brasileiro.
É casado e tem filhos?
Sou casado. A minha esposa (Valeria) está esperando o primeiro filho. Amanhã (sexta-feira) vou saber o sexo e a criança vai nascer em janeiro.
A sua esposa aceitou a transferência para o Brasil?
Ela é uruguaia e aceitou a minha decisão. Sempre fiquei fora do país com ela. Agora, nós vamos morar aqui no Brasil.
E o filho vai nascer no Brasil ou no Uruguai?
Essa é a discussão, mas acho que essa eu perdi. O nosso filho vai ser uruguaio.
Fonte: GloboEsporte.com