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Gaúcho fala sobre renovação no time do Vasco


Terça-feira, 20/07/2010 - 12:44

Jonathan, Rômulo, Allan, Carlinhos. O torcedor vascaíno tem que ir se acostumando com esses nomes. Depois de nove anos, o Vasco conquistou o Campeonato Estadual da categoria júnior e vários jogadores foram promovidos pelo técnico Paulo César Gusmão para o time profissional, inclusive com status de titular. Para entender a boa fase cruzmaltina, o site Justicadesportiva.com.br foi atrás de Gaúcho, que iniciou todo esse trabalho, para tentar desvendar os segredos do sucesso.

Em entrevista exclusiva, Gaúcho, que chegou a dirigir o time profissional no início da temporada, não se mostrou surpreso com os bons resultados e chega a comparar esta atual geração a duas outras vitoriosas do clube: a dos anos 70 e 90, que renderam títulos importantes para a história vascaína.

Site JD – Como analisa esta promoção de vários jogadores campeões recentemente na categoria júnior para o profissional do Vasco?

Gaúcho – “Já fazia parte do planejamento esta promoção para a categoria profissional. Este grupo joga junto há dois anos, desde que cheguei ao Vasco para trabalhar com o Galdino. Fizemos ótimos campeonatos nesse período e agora o PC (Gusmão) está aproveitando alguns jogadores”.

Site JD – Com o Felipe retornando agora e vários jogadores oriundos das categorias de base, o que acha do Vasco ter no elenco tantos jogadores identificados com o clube?

Gaúcho – “Acho muito importante ter jogadores identificados com o clube. A história mostra, que não só no Brasil, mas em todo mundo, os grandes campeões têm sempre jogadores revelados na base”.

Site JD – Há nove anos, o Vasco não conquistava o Estadual de juniores. O que explica o fim desse jejum este ano?

Gaúcho – “O Roberto (Dinamite, presidente) me contratou para trabalhar na base junto com o Galdino, Márcio (ex-goleiro), Cássio e o Carlos Germano, que hoje está no profissional. Ter profissionais que conhecem o clube, que sabem das dificuldades e os caminhos para trilhar sucesso, é muito importante. Estamos juntos há dois anos e conquistando bons resultados nesse período, como o título do OPG no ano passado e o vice Estadual e agora o título.

Site JD – Com a saída agora do Phillipe Coutinho, qual destes jogadores que subiram que você aponta como o substituto?

Gaúcho – “Não gosto de falar em nomes, todos que foram campeões agora têm condições de estarem no grupo principal do Vasco. O Vasco já teve duas grandes gerações em sua história. Uma que tinha Roberto, eu, Mazaropi, Alcir, entre outros, que conquistou o Brasileiro de 74. Teve outra também, que culminou com o tricampeonato carioca em 92, 93 e 94, que tinha jogadores como Jardel, Pimentel, Leandro Ávila, Alexandre Torres e outros. Essa geração atual é parecida com estas duas”.

Site JD – Como trabalhar a cabeça desses jogadores que estão subindo agora e já são comparados a craques do passado?

Gaúcho – “Não dá para fazer comparação entre um jogador e outro. O que falo sempre para os jogadores é que agora está abrindo o espaço e é preciso aproveitar as oportunidades. O interessante desse trabalho é que desde o início estamos preparando estes jogadores para quando eles chegarem ao profissional. É muito gratificante ver o trabalho sendo bem feito. Um exemplo disso é o Elivelton, um jogador que buscamos lá no União São João de Araras e agora, com menos de quatro meses, já chegou a uma seleção brasileira”.

Site JD – Como vocês, que trabalham nas categorias de base, lidam com o assédio do futebol europeu aos jogadores novos?

Gaúcho – “Hoje é difícil segurar o atleta no Brasil. O dinheiro lá de fora é muito forte. Então, os clubes têm que estar fazendo jogadores a toda hora. Não tem como competir com o mercado externo. Mas acho que o futebol brasileiro já está adaptado a isso, estamos sempre mandando jogadores para fora. Acho a formação dentro de um clube importante, mas não tem muito como segurar”.

Site JD – Como é trabalhar com uma comissão técnica totalmente vascaína?

Gaúcho – “Vou dirigir o time sub-23 no Campeonato Brasileiro, que vai ter em setembro, e estou muito feliz nesta função que estou fazendo agora. Acho que o Roberto acertou ao trazer ex- jogadores como o Acácio, Jorge Luiz e o próprio PC Gusmão de volta para o Vasco. Pois são todas pessoas identificadas e que querem somente ajudar o Vasco. O Roberto é a razão de tudo que fazemos no Vasco, pois ele sempre foi um líder dentro e fora de campo. Era o nosso capitão”.

Site JD – Pensa em voltar a ser técnico de um time profissional, como aconteceu no início do ano no próprio Vasco?

Gaúcho – “Vou ser muito sincero, acho muito difícil eu ir para outro clube brasileiro neste momento. Sou muito identificado com o Vasco e bastante feliz nesta função. O que pode acontecer é alguma coisa para o exterior. Mas estou focado neste momento em fazer um trabalho legal no Vasco e tenho certeza que coisas boas vão acontecer futuramente”.

Fonte: Site Justiça Desportiva