Para os torcedores do Furacão, o vilão da noite de choro e terror foi o árbitro Nielson Nogueira Dias, que errou ao marcar o pênalti do segundo gol cruzmaltino e também foi criticado pela expulsão de Chico. Polêmicas à parte, o Vasco, que segue invicto contra o Furacão na Colina, ganhou uma posição no campeonato, passando o próprio Atlético-PR. O time de PC Gusmão está em 18º, com nove pontos. O Atlético-PR segue com sete, em 19º. Na próxima rodada, o Vasco enfrenta o Grêmio, quarta-feira, no Olímpico, às 21h50m. O Furacão pega o Santos no mesmo dia e horário, na Arena da Baixada.
A chuva e o frio no Rio, somados à má colocação dos times na tabela, sinalizava um jogo pouco atrativo. Mas a pressão da fuga das últimas colocações aqueceu a noite de inverno em São Januário. Em menos de 15 minutos, quatro finalizações aconteceram - três para o Furacão e uma para o Vasco.
A estatística favorável ao Atlético-PR no início era reflexo da dificuldade do Vasco em sair do campo defensivo com a bola dominada. O Furacão aproveitava o nervosismo adversário e trocava passes com facilidade. Até que um lance isolado mudou completamente o cenário da partida. Aos 19 minutos, um garoto de 19 anos recebeu livre na entrada da área e decidiu arriscar da meia-lua. O goleiro Neto falhou e viu a bola quicar rumo ao fundo da rede: 1 a 0, gol de Jonathan, esperança cruzmaltina que tenta ocupar no coração da torcida a vaga aberta com a despedida de Philippe Coutinho. Foi o primeiro gol do atacante em partidas oficiais pelo Vasco.
Cinco minutos depois, Jonathan voltaria a ser importante, só que com a ajuda do juiz. Após tentar driblar Eli Sabiá, o jogador trombou com o adversário e caiu. O árbitro marcou pênalti equivocadamente. Eli Sabiá reclamou e recebeu cartão amarelo. Nunes cobrou e fez 2 a 0, aos 25.
Aos 30, outro lance polêmico da arbitragem. Chico entrou duro de carrinho em dividida com Rafael Carioca. Tocou primeiro na bola, mas também acertou em cheio o vascaíno. O juiz optou por aplicar cartão vermelho direto. O Atlético-PR passava a ter um a menos, justamente no momento em que Carpegiani planejava colocar Maikon Leite no lugar de Fransérgio para tentar a reação.
O cenário ficou ainda pior para o Furacão aos 35. Em uma jogada na lateral, Nunes entrou de carrinho e a bola tocou em Eli Sabiá antes de sair. A arbitragem assinalou corretamente arremesso para o Vasco. Sabiá se irritou sem razão, jogou a bola no chão, e recebeu o segundo amarelo e o vermelho. Com dois a menos, Carpegiani desistiu de colocar Maikon Leite, que encerrou o aquecimento.
O cenário era perfeito para um intervalo mais do que tranquilo para o Vasco, mas Nilton tinha uma carta na manga para dar emoção antes do fim do primeiro ato. Aos 47, em um escanteio com três atleticanos contra cinco vascaínos, o volante furou feio e deixou para Bruno Mineiro diminuir para 2 a 1.
O gol de Bruno Mineiro teve dois efeitos no intervalo. Com a furada, Nilton foi substituído por Léo Gago. E com a chance de um empate heroico, Maikon Leite finalmente foi lançado, no lugar de Branquinho.
Das duas medidas, a primeira a surtir efeito foi a do Vasco. Logo na primeira jogada, Léo Gago acertou um chute no travessão. A tentativa se repetiu aos 17, desta vez com a bola rasteira, sem chances para o goleiro Neto: 3 a 1.
Enquanto isso, Maikon Leite sofria. Depois de praticamente não tocar na bola, foi substituído com apenas 18 minutos em campo, num claro sinal de que Carpegiani desistira de tentar reagir. A preocupação passava ser evitar uma goleada, já que o time tem saldo de -9.
Sem sustos, o Vasco ainda buscava o ataque, já que também está no negativo em gols. Aos 29, Jonathan quase fechou com aplausos de pé a sua primeira grande exibição no palco de São Januário. A revelação deu dois belos dribles na área e chutou, mas o zagueiro Leandro tirou quase em cima da linha. Era o último momento de ação do evento, que terminou com final feliz para o 'diretor' PC Gusmão, que teve o nome gritado pelo público.
Vasco 3 x 1 Atlético-PR
Local: São Januário, no Rio de Janeiro
Árbitro: Nielson Nogueira Dias
Cartões Amarelos: Fumagalli (Vasco) Rhodolfo (Atlético-PR)
Cartões Vermelhos: Chico e Eli Sabiá (Atlético-PR)
Gols: Jonathan aos 19 e Nunes aos 26 minutos do primeiro tempo e Léo Gago aos 17 minutos do segundo tempo para o Vasco e Bruno Mineiro aos 47 minutos do primeiro tempo para o Atlético-PR
Vasco: Fernando Prass, Fágner, Dedé, Titi e Carlinhos; Rafael Carioca, Rômulo, Nilton (Léo Gago) e Fumagalli (Allan); Jonathan e Nunes (Bruno Paulo). Técnico: PC Gusmão.
Atlético-PR: Neto, Leandro, Eli Sabiá e Rhodolfo; Wagner Diniz, Fransérgio, Chico, Paulo Baier (David) e Paulinho; Branquinho (Maikon Leite, depois Bruno Costa) e Bruno Mineiro. Técnico: Paulo César Carpegiani.
Estatísticas | Estatísticas | Estatísticas |
Col. | Jogador | Média | Col. no ano | Média no ano |
1º | Jonathan | 8.1451 | * | 6.2675 |
2º | Léo Gago | 7.6950 | 9º | 5.7916 |
3º | Nunes | 7.6505 | * | 7.2921 |
4º | Fernando Prass | 7.2059 | 2º | 6.9730 |
5º | Dedé | 6.9610 | 14º | 5.3492 |
6º | Allan | 6.8978 | * | 6.1109 |
7º | Romulo | 6.7083 | * | 5.8878 |
8º | Fagner | 6.6217 | 4º | 6.6323 |
9º | Rafael Carioca | 6.4805 | 15º | 5.3295 |
10º | Titi | 6.1576 | 8º | 5.8122 |
11º | Carlinhos | 5.8978 | * | 5.3557 |
12º | Fumagalli | 5.7894 | 20º | 4.9453 |
13º | Bruno Paulo | 5.2348 | * | 5.3728 |
14º | Nilton | 3.8362 | 12º | 5.5045 |