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Parque Aquático do Vasco costuma sediar exibição dos aqualoucos


Segunda-feira, 12/07/2010 - 07:31

Rasgar o ar em voos curtos ou longos requer coragem e habilidade. A cada pulo, saltam aos olhos manobras e acrobacias de moradores da região adeptos de esportes radicais. Entre eles estão os aqualoucos, divertidos especialistas em mergulhos de altíssimos trampolins de saltos ornamentais. A exibição dessa turma lembra uma brincadeira, devido à descontração e aos trajes coloridos, mas requer técnica e concentração.

O parque aquático do Club de Regatas Vasco da Gama, em São Cristóvão, é um dos locais onde eles se exibem eventualmente. Nem sempre, contudo, o salto é de cima para baixo. voar acelerando uma moto sobre montes de terra também encanta. Que o digam adeptos do motocross, como pai e filho de Bonsucesso.

E, quando se trata de viver nas alturas, o assunto é perfeito para um morador da Penha que é instrutor de parapente e para outro, de Oswaldo Cruz, que dá aulas de paraquedismo. Com os rostos maquiados, atletas e veteranos de saltos ornamentais levantam arquibancadas como aqualoucos. Sozinhos ou em grupos, eles pulam na piscina com fantasias para lá de irreverentes. Entre elas, personagens como Superman.

— As nossas exibições costumam ser realizadas antes de competições e se tornam um atrativo a mais para o esporte. Assim, oferecemos ao público circo de graça — comenta Cassius Duran, medalhista olímpico de saltos ornamentais, que eventualmente faz exibições com aqualoucos no Vasco da Gama.

Até árbitros do esporte entram no grupo para divertir a plateia. — É como um show de palhaços — resume Oswaldo Conceição, morador de São Cristóvão.

Apaixonante limite entre céu e terra

Em meio a piruetas e estripulias, convites para shows logo aparecem à beira da piscina. A maioria deles, porém, em inaugurações de parques aquáticos e eventos beneficentes. Seja onde for, as apresentações podem chegar a duas horas de duração e sempre rendem um ganho extra aos aqualoucos.

— Como os shows são esporádicos, a Federação Aquática do Rio de Janeiro estuda a abertura de mais espaço nos eventos oficiais—conta Oswaldo Conceição, árbitro de saltos ornamentais.

No trampolim ou na plataforma, a nova geração também veste a fantasia e mergulha fundo na piscina. Para arrancar aplausos, jovens e crianças entre 10 e 17 anos ensaiam saltos individuais, duplos ou em trio, de um a dez metros de altura. Alguns com direito a coreografia.

— E caem na água em pé, de cabeça e até de gatinho, sem se machucar — diz Conceição.

De baixo para cima, entretanto, os saltos de Antônio Amaral e seu filho, Juan Pablo, também impressionam. Moradores de Bonsucesso, eles acordam às 7h nos fins de semana para executar manobras perigosas na pista de motocross do bairro Tubiacanga, na Ilha do Governador.

A dupla, aliás, é campeã. O pai já conquistou o Estadual de Motocross em 2006, na categoria sênior (acima de 40 anos). E Juan foi vice em 2009, na categoria 80 cilindradas, e bicampeão anteriormente.

— Juntos, já saltamos a quatro metros de altura e a 35 de distância — orgulha-se o pai.

Viver de pernas para o ar, aliás, é do que Alexandre Coutinho gosta. Morador de Oswaldo Cruz, ele é sargento da Brigada Paraquedista do Exército. Mas, nas horas vagas, é instrutor do esporte na escola Skydive Rio, na Barra da Tijuca.

— Muitos alunos da região buscam emoção. Gostam de ficar no limite do perigo. Afinal, cair no chão a 200 por hora é fugir da normalidade — diz o paraquedista.

Instrutor de parapente, o empresário André Rodrigues tem a mesma opinião. Morador da Penha, ele é responsável pela iniciação de alunos, sobretudo turistas, na rampa da Pedra Bonita, em São Conrado.

— Eu me sinto como um passarinho e lá no alto não ouço nem barulho de motor. Voar relaxa e tira o estresse — resume ele.


Aqualoucos no Parque Aquático do Vasco


Aqualoucos no Parque Aquático do Vasco


Aqualoucos no Parque Aquático do Vasco


Fonte: O Globo - Zona Norte