Tamanho da letra:
|

Dinamite comenta 'caso Bruno': 'Optei pelas coisas boas'


Sábado, 10/07/2010 - 08:15

Declarações do presidente do Vasco Roberto Dinamite à Rádio Manchete sobre o "caso Bruno":

"É uma situação bastante delicada, mas acho que para uma geração de grandes jogadores, e uma geração que está iniciando uma carreira e que deseja chegar ao estrelato, não basta você ser só um jogador de futebol. É claro que a gente deseja, para o jogador, o melhor. Dentro desse melhor, que é uma troca, ele tem que ter uma postura e uma conduta de um profissional, e uma postura de homem e de cidadão. É claro que as pessoas, às vezes, se deixam envolver por companheiros ou pessoas que estão dentro do meio do futebol. Muitas delas buscam até se aproveitar de uma situação ou outra. Eu não estou aqui querendo defender a situação do Bruno. Eu estou querendo dizer o seguinte. O jogador de futebol, mais do que nunca, tem que estar preparado, porque ele sai de um universo, com uma grande maioria de uma vida simples, para um universo de todas as oportunidades que possam acontecer a um profissional e a um ser humano. É nesse sentido que as pessoas têm que trabalhar muito bem essa situação. Como base, a gente tem que ter uma família. Eu vi o que aconteceu e li um pouco, com relação à família do Bruno. Ele viveu uma dificuldade e uma situação estrutural muito difícil. Não estou querendo aqui justificar isso. Mas considero que, para mim, foi muito importante, porque fui um jogador ídolo e convivi com isso tudo: sucesso, fama, dinheiro. Mas tive um pai e uma mãe que foram importantes para mim, na minha formação, e que me ajudaram muito. E um clube também que me proporcionou tudo de bom. Mais do que nunca, fica um alerta para uma geração que está aí, de grandes talentos, de jogadores que conseguiram chegar ao estrelato, que têm muita fama e muito dinheiro. Isso tudo, ou só isso, não basta. Você tem que ter postura, um comportamento reto, para que possa permanecer ao longo da sua carreira por muito tempo. E também ter esse respaldo, principalmente da sociedade, num todo, de que você possa estar em qualquer lugar, chegar em qualquer lugar, e ser tratado da mesma forma, com respeito, por todos. Eu costumo dizer. Eu conquistei muita coisa na minha vida profissional, mas acho que a minha grande conquista foi ter um pai e uma mãe que foram importantes e que me deram uma linha para que eu pudesse escolher. E aí dizer, eu tive a oportunidade de coisas boas e coisas ruins. Mas optei pelas coisas boas, por achar que aquilo ali era a minha referência. Essa referência continua sendo os meus pais. É um momento muito difícil ficar falando sobre isso, julgando alguém, tanto de um lado quanto do outro. O que eu espero, de tudo isso, é que as pessoas possam, não só as pessoas que estão dentro do processo, mas as pessoas que estão fora dele, também refletir, olhar para que essas coisas não voltem a acontecer. Não sei o desenrolar desse processo porque não me aprofundei. Estou vendo pela imprensa. Só lamento. Lamento o que aconteceu porque é ruim para todo mundo."

Fonte: NETVASCO (transcrição)