A arrancada do Vasco na Taça Guanabara sub-20 coincidiu com quatro reforços que o time recebeu: por decisão da comissão técnica do profissional, um quarteto foi reintegrado aos juniores para ganhar ritmo de jogo. Com o lateral-esquerdo Alan – que virou capitão -, o zagueiro Ricardo, o volante Andrey e o meia Mateus Vital, o Cruz-Maltino subiu de desempenho e conquistou o título neste domingo. Para o técnico Marcus Alexandre, a presença deles foi fundamental.
- Quando eles desceram, a gente teve segurança e experiência. O time precisava, estava muito inseguro, e eles desceram trazendo experiência e qualidade. Num primeiro momento, a experiência foi mais importante até do que a qualidade. Muitos jogadores cresceram com a chegada deles, como o Mayck (zagueiro) e o Dudu (meia) – disse o treinador.
Campeão da Taça Guanabara, Marcus Alexandre assumiu o sub-20 em dezembro do ano passado. Agora, com o sucesso, pode ver muitos de seus pupilos ganharem oportunidade no profissional. Ele ainda não conseguiu parar para debater profundamente com Milton Mendes, mas adiantou que a transição deve ser feita com calma.
A expectativa é grande, porque esta é a geração mais badalada da base do Vasco. Os meninos nascidos, em sua maioria, em 1998 quebraram um jejum justamente do ano em que vieram ao mundo: o clube não conquistava a Taça Guanabara sub-20 há 19 edições.
Nesta entrevista, o técnico campeão fala sobre os primeiros contatos com Milton, a cautela com Paulinho, o herói do título, e a perspectiva de remontar a equipe.
Confira a entrevista:
GloboEsporte.com: Você já teve a oportunidade de conversar com o Milton Mendes sobre os meninos? Como pretendem fazer a integração deles ao profissional?
Marcus Alexandre: O caminho está aberto, desde que o Milton chegou ao Vasco com essa forma de trabalhar. Ele disse que num primeiro momento estava envolvido com as finais do Carioca, e agora não quer atrapalhar o momento de decisão vivido pelo sub-20. A gente não conseguiu parar e conversar sobre futebol ainda. Tivemos vários contatos, mas nada muito aprofundado, e sabemos da importância dessa integração. Mas ainda não foi de maneira muito efetiva.
Paulinho acabou de chegar ao sub-20 e já fez gol em uma final. Como acomodá-lo nesta categoria? Do que ele precisa de mais imediato?
Ele é um grande jogador. Todos nós abemos. Essa transição tem que ser feita com calma e cuidado, assim como do sub-20 para o profissional. Para que em nenhum momento o Paulinho se sinta desconfortável e não exista pressão por uma subida meteórica dele. As coisas vão sendo feitas de forma gradativa para que o Vasco possa ganhar sempre com a qualidade do Paulinho. A gente tem que ter muita calma, muita tranquilidade. Ele foi importante, fez o gol, vem num processo de lesão, as coisas estão sendo muito bem encaminhadas e conduzidas com o Caprres. A gente vai caminhar passo a passo. O Paulinho passa num processo de amadurecimento psicológico e evolução física para que possa suportar a carga dos campeonatos sub-20.
O Vasco foi muito superior contra o Fluminense e também foi muito bem diante do São Paulo. Dois jogos fora de casa. Que postura você cobrou deles nestas partidas? Como explicar esse desempenho?
Hoje o sub-20 joga da mesma forma dentro e fora de casa, sempre buscando o resultado, a vitória. A gente não tem muito essa coisa de jogar diferente, não tem essa variável. O Vasco tem uma única maneira de jogar: para frente e para ganhar os jogos.
Com a provável subida de alguns meninos, como fazer para que o time permaneça forte?
Sabíamos da subida desses meninos e vínhamos trabalhando isso há algum tempo. Estamos mantendo um trabalho forte em cima dos atletas que são opções para que passem a ser responsáveis por conduzir toda a trajetória do sub-20 nos campeonatos que vamos disputar. Num primeiro momento vai faltar ritmo, mas tenho certeza de que não vai faltar empenho.
Quais meninos você vê que estão num estágio mais avançado para se firmar nos profissionais?
Firmar no profissional tem muitas variáveis. Hoje a gente sabe que o futebol profissional vive um momento que antecede uma competição muito difícil, que é o Brasileiro. A gente não sabe o que vai acontecer. Às vezes o que se programa no momento não acontece, falta resultado, tem pressão da torcida, por vitórias, muitas das vezes não é avaliado o desempenho, mas o resultado. Muitas vezes não trabalhamos como gostaríamos. De repente achamos que um ou outro está pronto, vai chegar em cima, vai ter pressão grande e não vai conseguir desenvolver o potencial que sabemos que tem.
Fonte: GloboEsporte.com