Auditoria mostra preocupação com saúde financeira do Vasco; Balanço revela dívida de R$ 20 milhões com Carlos Leite

Sábado, 29/04/2017 - 13:31
comentários

O Vasco divulgou na noite de sexta-feira o balanço financeiro de 2016. Apesar do superávit de R$ 11,9 milhões e redução do passivo no exercício, o clube se mantém em situação financeira delicada, como mostrou o relatório da auditoria independente realizada, que aprovou com ressalvas e mostrou preocupação com o futuro a curto prazo do clube, algo repetido em balanços de anos anteriores.

- Observamos o grau de endividamento operacional, a falta de liquidez imediata (...) indicam que o Club de Regatas Vasco da Gama evidenciando a necessidade de aporte de recursos financeiros. A administração está aplicando esforços com o objetivo de minimizar os impactos em seu fluxo de caixa. (...) A continuidade das suas atividades operacionais dependerá do sucesso das medidas que estão sendo tomadas pela administração (...). Todavia, eventos ou condições futuras podem levar o Club de Regatas Vasco da Gama a não mais se manter em continuidade operacional – lê-se em trechos do relatório da auditoria.

O balanço foi divulgado no último dia útil antes do prazo estabelecido - que vence no dia 30 de abril, este domingo. Ainda não há previsão para que o Conselho Deliberativo seja convocado para aprovar as contas.

Em nota divulgada no site oficial do clube, o presidente do Vasco, Eurico Miranda, ressaltou que a situação cruz-maltina ainda exige cuidados.

- Em meio a um quadro de crise econômica no Brasil, a administração do Vasco conseguiu em 2016 combinar o aumento de receita com a redução da dívida. Mesmo assim, o quadro social deve saber que a situação ainda exige sacrifícios para devolver ao clube a tranquilidade de planejamento – disse o dirigente.

Carlos Leite emprestou R$ 20,6 milhões

O balanço mostra que o passivo do Vasco diminuiu para R$ 559 milhões, contra R$ 579 milhões em 2015. Houve melhora do patrimônio líquido, que agora está negativo em R$ 289 milhões. No último ano, estava em negativo de R$ 301 milhões.

Um dos principais aumentos de receita – que chegou a R$ 213 milhões, contra R$ 189 milhões em 2015 - diz respeito aos direitos de transmissão de televisão, que subiram para R$ 165 milhões, em vez dos R$ 104 milhões do exercício anterior. Segundo Eurico, neste valor não estão contabilizados adiantamentos de contratos futuros já assinados.

No passivo listado, encontram-se empréstimos realizados pelo clube que ainda precisam ser pagos. Nesta relação, consta o nome do empresário Carlos Leite, que tem R$ 20,6 milhões a receber. Há também compromissos com a CBF (R$ 13,7 milhões) e a Ferj (R$ 4,9 milhões), somando passivos circulantes e não circulantes.



Fonte: GloboEsporte.com