O ex-atacante paraguaio Salvador Cabañas é um dos nomes que o Vasco deseja para integrar a rede de observadores montada pelo clube. O Cruz-Maltino procurou o pai do paraguaio e conversa para que o carrasco do Flamengo faça parte do projeto Descobridores.
- Ainda não fechamos, mas estamos conversando. Queremos muito a participação dele no projeto. Queremos ajudá-lo. Não só tê-lo no Vasco, mas que ele faça parte disso. Acreditamos que o Paraguai é um país muito interessante e que ele pode ser um ótimo descobridor, pela figura que foi, pelo que representa não só para o futebol mundial, mas para a torcida do Vasco – disse Pedro Monteiro, coordenador do Centro de Inteligência e Análise do Vasco (CIA), que montou o projeto.
Cabañas ficou famoso no Brasil ao conduzir o América, do México, na vitória por 3 a 0 sobre o Flamengo no Maracanã, que culminou na eliminação do Rubro-Negro na Libertadores de 2008. Em 2010, o atacante foi baleado na cabeça. Ainda tentou voltar ao futebol, mas, em 2014, anunciou sua aposentadoria definitiva.
- Ele é um cara especial, passou por uma experiência muito forte na vida. É um cara que pode ajudar. A torcida sempre teve carinho por ele, apesar de não ter jogado no Vasco – completou Pedro.
Cabañas foi o único nome procurado pelo CIA que não atuou pelo Vasco. A ideia do projeto é contar com ex-jogadores cruz-maltinos para captar talentos no Brasil. O lançamento oficial acontece no dia 17 de maio - data em que o navegador Vasco da Gama encontrou o caminho marítimo para a Índia.
Confira entrevista com Pedro Monteiro:
GloboEsporte.com: Como surgiu a ideia de criar esta rede de observadores?
Pedro Monteiro: Surgiu da necessidade de aumentar nossa captação a nível nacional. Precisávamos ter um volume grande. A questão não é o Vasco ir atrás do jogador, mas o jogador poder chegar no Vasco. Saber que nasceu no Amapá, por exemplo, e pode jogar no Vasco, porque tem um representante do clube lá. Nossa ideia é que onde tenha um ex-jogador do Vasco, que ele possa representar o Vasco. Queremos contar com nossos ídolos, valorizar esses caras que já vestiram a camisa, conhecem muito bem o Vasco.
Como vai funcionar?
A partir desta ideia, surgiu outra necessidade: o que fazer com tantos jogadores que vão acabar vindo para o Rio? Temos mais de 40 descobridores. Precisamos de um local para receber todo mundo. Criamos uma seleção de todos os jogadores observados. Eles vão para esta seleção, recebem treinamento, formamos a equipe. Vão se desenvolver e ser avaliados. O padrão de treinamento será o mesmo para todas as equipes. Passamos a desenvolver uma forma específica de jogar. Para jogar no Vasco, o cara terá de possuir determinadas características.
Quantas "levas" de meninos vocês vão observar por ano?
A montagem de cada equipe é por ciclos. Teremos equipes sub-13, sub-15, sub-17 e sub-20. Ano inteiro de ciclos. Cada ciclo recebe entre 24 e 27 atletas. Formamos a equipe, eles jogam entre eles, com outras equipes e contra o Vasco.
Como vai ser a distribuição dos observadores? Vocês pretendem atingir alguma área específica?
A gente quer chegar a um descobridor por estádio. Mas o que temos hoje é por ex-jogador. Onde ele se encontra, vai ser um dos representantes daquele local. Pode ter mais de um por estado. O que importa é que possamos ter representantes e que a torcida do Vasco saiba quem são esses representantes. Nossa ideia é o Brasil todo, e sair do Brasil. Temos busca para fora do Brasil. É uma segunda etapa do projeto.
Vocês definiram uma meta de utilização destes jogadores?
É muito mais do que isso. É dar oportunidade para um moleque que mora longe e nunca sonhou em ter chance no Vasco. Hoje, ele pode ser observado. O Vasco quer vê-lo, dar oportunidade. Não é fácil. Todo mundo que trabalha nesse meio de captação sabe. É muito difícil estar no lugar certo na hora certa.