“O Vasco deu um chocolate no Botafogo. Foi fácil e venceu o time que foi melhor do princípio ao fim. O Botafogo foi vítima dos seus erros e falhas individuais grotescas, como aconteceu no lance do primeiro gol, resultado de uma tremenda vacilada do zagueiro André. O placar de 3 a 0 poderia ter sido ampliado se o Vasco forçasse mais.
Desta vez, o meio-de-campo da Vasco funcionou e foi criativo. O técnico Antônio Lopes soube escalar, deixando de lado excessivo defensivismo e colocando em campo apenas um cabeça-de-área, o que foi suficiente para impedir as ações , ofensivas do Botafogo. Luisinho, William e Bismarck ditaram o ritmo do logo.
Tudo ficou mais fácil para o Vasco, que marcou logo aos três minutos: Jorge Raulli foi lançado por Bebeto, chegou à linha de fundo e cruzou. André falhou grosseiramente, deixando a bola escapar para Sorato tocar rasteiro para o fundo da rede, sem possibilidade de defesa para o goleiro William. O Vasco continuou pressionando, aproveitando-se das falhas gritantes de marcação do meio de campo e da defesa do Botafogo. Aos 22 minutos, Bebeto foi derrubado por André, dentro da grande área, mas o árbitro Pedro Carlos Bregalda achou que o lance foi normal. A partir daí, o jogo ficou confuso e Bregalda parecia perdido. Aos 33 minutos, Acácio chocou-se com Bujica e foi substituído por Carlos Germano.
Logo no inicio do segundo tempo, De Leon falhou e Sorato marcou o segundo gol, após passar pelo goleiro William. O bandeirinha João Batista Byron levantou a bandeira, o que provocou reação dos jogadores do Botafogo. Byron, porém, informou ao árbitro que levantara a bandeira, porque o goleiro William tinha colocado a mão na bola fora da área. Como o Vasco tinha levado vantagem no lance, Bregalda confirmou o gol.
Aos 16 minutos, Bebeto, de falta, marcou o terceiro gol. William falhou defendendo a bola já dentro do gol. A partir daí o Botafogo se entregou e as coisas ficaram ainda mais fáceis para o Vasco, que poderia ter aumentado a vantagem se forçasse as jogadas em cima dos zagueiros André e De Leon. Mesmo assim, algumas oportunidades apareceram. Jorge Raulli bateu falta e a bola bateu na trave; Sorato cabeceou por cima do travessão, quando estava livre, quase na pequena área, e Bebeto chutou fraco, facilitando a defesa de William, após jogada individual. O Vasco ainda se deu ao luxo de dar olé. No túnel, o técnico Espinosa e demais integrantes do banco de reservas do Botafogo assistiam a tudo sentados e desanimados, parecendo reconhecer a inevitável derrota.” (Jornal dos Sports – 05/04/1991)
Ficha do jogo:
14/04/1991 – Campeonato Brasileiro 1991
Local: Maracanã
Árbitro: Pedro Carlos Bregalda
Auxiliares: João Batista Byron e Paulo Sérgio Fernandes
Renda: Cr$ 40.650.500,00
Público: 41.147 pagantes
Cartão amarelo: Sidnei, Eduardo, França, Carlos Alberto e Bujica.
Gols: 1º tempo – Sorato aos 3 min.; 2º tempo – Sorato aos 5 min. e Bebeto aos 16 min.
Vasco da Gama – Acácio (Carlos Germano), Jorge Raulli, Sidnei, Jorge Luís e Eduardo; França, Luisinho, William e Bismarck; Sorato (Tosin) e Bebeto. Treinador: Antônio Lopes
Botafogo – William, Paulo Roberto, André, De Leon e Renato Martins (Vivinho); Carlos Alberto, Pingo e Carlos Alberto Dias; Renato, Bujica e Valdeir. Treinador: Valdir Espinosa
Jornal dos Sports - 15/04/1991 |
Jornal do Brasil - 15/04/1991 |
Jornal do Brasil - 15/04/1991 |
Jornal dos Sports - 15/04/1991 |
Jornal do Brasil - 15/04/1991 |
O Globo - 15/04/1991 |
Fonte: História Cruzmaltina