O segundo dia de Milton Mendes no Vasco foi intenso. Na véspera da partida contra o Madureira, o treinador comandou treino integral, com atividades técnica e táticas de manhã e de tarde – neste período o trabalho se estendeu à noite, com direito a refletores acesos em São Januário. A nova metodologia foi bem recebida pelo volante Jean, que elogiou o treinador e revelou que a filosofia vai de encontro com o que o grupo decidiu após a eliminação na Copa do Brasil, contra o Vitória.
- Conversamos muito depois do jogo contra o Vitória. Decidimos que tínhamos que mudar o ímpeto, nossa postura, nossa maneira de ver o jogo em si. Disputar cada bola como se fosse a última, dar pique aos 45 minutos do segundo tempo, correr um pelo outro. Não acredito que estava faltando vontade, mas vontade correndo certo, com inteligência. Junto com as coisas que o professor Milton nos passou, acredito que o time tem tudo para ter uma melhora muito boa – disse o volante.
Na reta final do treino da tarde, Milton deu bastante ênfase às bolas paradas. No papo com os jogadores, a palavra de ordem foi uma só: comprometimento. Segundo Jean, o treinador usou bastante o termo para explicar o que espera dos atletas.
- Ele tem uma metodologia em que ele constrói alicerces, ligados a comprometimento, organização, determinação... Não vou lembrar agora porque eu não decorei (risos). De todas as coisas que ele nomeou para nós, o alicerce é o comprometimento um com outro – completou.
Nesta quarta-feira, o Vasco enfrenta o Madureira às 19h30 (de Brasília) em São Januário, pela terceira rodada da Taça Rio. Será a estreia de Milton Mendes como treinador cruz-maltino, após dois dias de trabalho.
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Treino integral na véspera da partida
Quando se quer conhecer uma pessoa melhor, quanto mais tempo próximo, melhor ainda. Treinar de manhã e de tarde não significa que seja intenso, que a gente vai se arrastar no jogo. Foi bem controlado, na conversa, arrumando o que acha necessário na equipe.
Perfil disciplinador de Milton
Ele tem uma maneira de cobrar, mas pelo que sempre vi, ele nunca cobrou expondo jogador. Cobrava extraindo sempre o melhor do jogador. Nos dias em que ele esteve aqui, tratou a gente com educação. Cobrou, mas não faltou com o respeito, não precisou alterar a voz com ninguém. Foi um cara que puxou a rédea, sim, mas sempre com respeito.
Excesso de cartões recebidos
No começo, quando tomei cartões em sequência, fui ver os lances e vi qe estava chegando atrasando ou dando pique na lateral e voltava, mas não tinha perna. Isso reflete muito a parte física. Depois que adquiri parte física, fiquei três jogos sem tomar cartão. Estava há muito tempo sem jogar, fui adquirir ritmo de jogo no Vasco. Acredito que questão de passe, de dar bote, venho melhorando jogo após jogo.
Saída de Cristóvão
Ele vinha implantando pouco a pouco as coisas que ele queria. Vivíamos um momento de reestruturação. Sabíamos o que Vasco estava passando. Precisávamos nos conhecer, porque a gente nem se conhecia ainda, muitos chegaram. Acho que não foi culpa do treinador, do grupo, da torcida, da diretoria. É o tempo. No momento certo o time vai estar pronto.
Fonte: GloboEsporte.com