A sucessão de Cristóvão Borges ganhou novo capítulo em São Januário, mas continua indefinida. Neste sábado, a diretoria do Vasco acertou com Milton Mendes para o cargo. Mas o anúncio oficial foi segurado pelo clube, numa demonstração de que Vanderlei Luxemburgo segue como o nome favorito de Eurico Miranda. O presidente ainda não foi convencido.
Desde a demissão de Cristóvão, o nome de Luxemburgo passou a circular com força na Colina. Seu perfil e o fato de ser um nome conhecido da torcida agradaram ao presidente vascaíno, que chegou a admitir que cogitava, sim, a sua contratação.
Mas, por ela não ser fácil, o clube se movimentou e buscou uma alternativa. Milton Mendes surgiu como boa oportunidade. Sem trabalho desde a saída do Santa Cruz, em agosto de 2016, ele está em Portugal, onde encerrou sua carreira como jogador, em 2000, e depois fez a sua formação como treinador. Procurada, a assessoria de imprensa do treinador não confirmou a contratação. Informou que caberia ao Vasco fazê-lo.
Milton Mendes é dos poucos treinadores de futebol do Brasil com o mais importante diploma de treinador da Europa: a licença Pro, concedida pela Uefa e que lhe dá permissão para treinar qualquer equipe do continente. Ele fez o curso em Portugal, onde iniciou a carreira como treinador, em clubes de menor expressão, antes de trabalhar no Qatar.
No Brasil, dirigiu a Ferroviária-SP, depois passou pelo Atlético-PR e, no ano passado, ficou cinco meses no Santa Cruz. No clube pernambucano, conquistou o título pernambucano e a Copa do Nordeste, no ano passado. No entanto, os maus resultados no Campeonato Brasileiro e comentários de uma relação muito ruim com os jogadores o minaram. Ele acabou pedindo demissão após cinco meses de trabalho no tricolor pernambucano.
Se Milton Mendes é um nome que busca a afirmação no mercado brasileiro e uma oportunidade num dos maiores clubes do país, Vanderlei Luxemburgo vive momento oposto na carreira. Após ter vivido o ápice de sua trajetória na década de 90 e ínicio dos anos 2000, tenta combater a tese de que se desatualizou.
No Rio, já dirigiu o Flamengo, em quatro passagens diferentes, e o Fluminense, onde ficou pouco mais de três meses e foi demitido após uma sequência de nove jogos sem vencer. O clube, à época, tentava evitar o rebaixamento que, no fim do Brasileiro, não se consumou após escalações irregulares de jogadores de Flamengo e Portuguesa.
No Flamengo, Luxemburgo teve sua primeira experiência em 1991, quando dirigiu o time no Campeonato Brasileiro e saiu pouco antes do início do Estadual, que o rubro-negro terminou por conquistar. Em 1995, voltou ao clube para ser o comandante do time no ano do centenário, mas a derrota para o Fluminense na final, marcada pelo histórico gol de barriga de Renato Gaúcho, e atritos com Romário, anteciparam a ruptura. A terceira passagem pelo Flamengo começou em 2010, com a missão de livrar o clube do rebaixamento cumprida.
Em 2011, dirigiu o time que investira alto em nomes como Ronaldinho Gaúcho e Thiago Neves. O Flamengo foi campeão invicto do Estadual e só perdeu seu primeiro jogo do ano em maio. No Brasileiro, a série invicta foi até agosto e rendeu a vaga na Libertadores. No início de 2012, em meio a notícias de atritos com Ronaldinho, Vanderlei deixou o clube. Ele voltaria ao Flamengo em 2014, novamente tirando o clube da zona do rebaixamento do Brasileiro e terminando o torneio em décimo lugar. No Estadual, perdeu a semifinal para o Vasco e foi demitido na terceira rodada do Brasileiro.
Fonte: O Globo Online