O empate arrancado no fim contra o Vitória não foi suficiente para aplacar a ira da torcida com o técnico Cristóvão Borges. Durante todo o segundo tempo e após o apito final os vascaínos entoaram em alto e bom som xingamentos contra o treinador e pediram sua saída. A relação, que não era das melhores desde o início do ano, se desgastou ainda mais após o 1 a 1 em casa, pelo duelo de ida da terceira fase da Copa do Brasil.
A princípio, porém, nada muda no Vasco. Procurada após o jogo pela reportagem, a diretoria não se manifestou. O presidente Eurico Miranda, apesar de já ouvir vozes contrárias, mantém a confiança em Cristóvão, que sempre ressalta a necessidade de paciência para montar o time. O treinador ainda não tem todos os jogadores à disposição – Luis Fabiano ainda não estreou, Bruno Paulista sequer foi regularizado, e Manga fez seu primeiro jogo justamente contra o Vitória.
Paciência, porém, é algo raro nas arquibancadas. Desde o anúncio de sua contratação, o treinador não foi unanimidade. Não foi a primeira vez que Cristóvão ouviu vaias nem foi chamado de burro na passagem atual pelo Vasco. O que mudou foi o tom, mais enfurecido.
- Tenho procurado estudar para entender isso. Presto muita atenção, venho observando ao longo da minha carreira. Achou que vou chegar à conclusão. Ainda não consegui – disse Cristóvão, ao ser perguntado sobre os motivos para a impaciência da torcida com ele.
Queixas: ausência de Guilherme e substituições
Uma das principais broncas dos torcedores foi a ausência de Guilherme do time. O meia conquistou a vaga de titular na Taça Guanabara, teve boas atuações, mas foi sacado para a entrada de Wagner. Contra o Vitória, sem a presença do novo titular, Cristóvão preferiu usar Escudero. Guilherme ficou no banco durante toda a partida.
Aliado a isso, há críticas mais genéricas, como questionamentos em substituições e escalação do time. O rendimento do Vasco em 2017 ainda não agradou à torcida. De fato, a equipe ainda não convenceu. Sofre demais para criar jogadas de perigo no ataque, principalmente, embora tenha melhorado na defesa.
A justificativa de Cristóvão é plausível e decorre de uma política de contratações que sofreu com demoras para oficializar jogadores. É preciso tempo para tentar fazer o time funcionar. A questão é que, numa relação que já nasceu desgastada, boa parte da torcida já não está disposta a esperar.
Fonte: GloboEsporte.com