Vasco teve prejuízo na renda de seus jogos na Taça Guanabara

Segunda-feira, 06/03/2017 - 12:34
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Teve troféu, volta olímpica, pôster no jornal e grito de campeão. Mas também há contas a fazer. Em uma das mais tumultuadas competições dos últimos tempos, e apesar da final eletrizante, a tradicional Taça Guanabara não deu renda de bilheteria para os clubes. Agora, fica a esperança por um segundo turno mais rentável com a reabertura do Maracanã, estádio para o qual estão marcados todos os clássicos.

Consultados pelo GLOBO, os borderôs das partidas dos quatro grandes até as semifinais expõem prejuízo ou pequeno lucro com bilheteria. Vários obstáculos afastaram os torcedores, como o Maracanã fechado, a morte de um alvinegro nos arredores do Engenhão, uma semifinal disputada em Volta Redonda e a liminar de torcida única, que causou indefinições e soluções de última hora.

Até a decisão foi prejudicada, porque o estádio não estava lotado. Foram 25.541 pagantes diante de uma carga de ingressos de 40 mil. A renda foi de R$ 1,2 milhão, de onde serão abatidas as despesas da partida. O borderô será divulgado hoje.

Se dependesse apenas das bilheterias no estado do Rio, o segundo colocado Flamengo terminaria com lucro de R$ 7,1 mil. O rubro-negro precisou ir ao Norte do país para atrair público. Ao vender o jogo com o Boavista para a Arena Manaus por uma cota fixa de R$ 300 mil, o Flamengo engordou a conta. O clube ainda ganhou R$ 150 mil como prêmio pago pela Federação de Futebol (Ferj) por ter ido à semifinal, mas sem relação com bilheteria.

— Neste primeiro turno, não pudemos usar o Maracanã, ainda não tivemos a Ilha do Governador e, no único clássico disputado no Engenhão, sofremos com os descontos exagerados (em borderô) do Carioca. No Flamengo e Grêmio disputado em Brasília pela Primeira Liga, tivemos público (23 mil) e renda (R$ 900 mil) semelhantes aos do jogo com o Botafogo no Engenhão. Em Brasília, a renda líquida foi de quase R$ 600 mil e, no Engenhão, foi de R$ 120 mil, com R$ 60 pra cada clube — revelou Eduardo Bandeira, presidente do Flamengo.

Esse jogo ao qual se referiu Eduardo Bandeira foi o único no qual o Botafogo teve lucro nesta fase, os R$ 60 mil já citados. Na verdade, R$ 60.006. Único dos grandes a ficar de fora da semifinal, o alvinegro terminou com prejuízo de R$ 608.099,00.

PREMIAÇÃO MILIONÁRIA

Campeão do turno, o Fluminense embolsou R$ 1 milhão de premiação da Ferj (R$ 150 mil pela semifinal e R$ 850 mil pelo título). Mas, em relação à bilheteria, ficou com prejuízo de R$ 390.438. O time não terminou um jogo sequer no azul até a semifinal com o Madureira. Em entrevista à “Fox Sports” ontem após o jogo, o presidente do Fluminense, Pedro Abad, falava em resgatar o brilhantismo do Carioca e ressaltou que isto depende dos quatro grandes e da Ferj.

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Já o Vasco amargou prejuízo de R$ 163.120 com os borderôs. Por ter sido semifinalista, ganhou R$ 150 mil.

Em cada borderô, a Ferj recebe uma taxa. Parte desta quantia, segundo a entidade, é investida no campeonato, em outras séries, e na premiação. Apenas com os jogos dos grandes esta soma foi de R$ 322 mil. Os jogos entre pequenos são subsidiados pela Ferj.

— Para o futebol carioca, a Copa do Mundo foi a pior coisa que aconteceu. Perdemos o Maracanã por quatro anos. Este ano, inclusive. Soma-se a isso as questões econômicas do estado e a medida judicial de torcida única que prejudicou os públicos para as semifinais. Mas isso está longe de representar prejuízo para os clubes. O contrato de transmissão para a TV garante valor considerável e temos as premiações do Carioca. Com a volta do Maracanã, cremos no crescimento da média já na Taça Rio — disse Rubens Lopes, presidente da Ferj.



Fonte: O Globo Online (texto), Flickr oficial do Vasco (foto)