Basquete: Palacios: 'Desde o 1º dia que cheguei aqui, fiquei apaixonado pela cidade, pelo Vasco'

Ele chegou ao Brasil desconhecido e, em pouco tempo, conquistou a torcida vascaína. Comparado fisicamente a Martín Silva e tecnicamente ao craque da NBA Stephen Curry, muito em função da eficiência nas bolas longas de três pontos, Damián Palacios já está ambientado ao Rio de Janeiro e à vida carioca. Apaixonado por futebol, se tornou, além de um xodó dos torcedores durante os jogos no Ginásio Vasco da Gama, um fanático pelo Gigante da Colina nas arquibancadas de São Januário. Na última partida pelo NBB 9, na vitória contra o Franca, o camisa 10 fez a bola do jogo, no último lance, e levou a torcida ao delírio. O próximo duelo do Cruzmaltino será contra o Flamengo, em Manaus, no dia 11 de março. O Site Oficial conversou com o armador argentino em um bate-papo exclusivo.

CHEGADA AO VASCO

"Desde o primeiro dia que cheguei aqui, fiquei apaixonado pela cidade, pelo Vasco. Agora que já passou um tempo, conheci muita coisa bonita da cidade e ainda tem mais coisa para conhecer. Estou desfrutando como se todos os dias fossem o último aqui. Quando cheguei na Liga Ouro, rapidamente todo mundo me ajudou na adaptação. O idioma é diferente, mas achei um grupo de seres humanos e profissionais excelentes. Com a minha chegada e do Márcio, formamos uma família desde o primeiro dia. Fomos até a final daquele campeonato importante e alcançamos um resultado que estava ruim no começo, mas viramos a série. Isto foi fundamental. Agora tivemos a vinda de jogadores com história no basquete, que venceram muito na carreira e têm experiência no NBB. São pessoas boas, que me auxiliam no dia a dia. O próprio Nezinho, que é da minha posição, sempre nos falamos, ele está diariamente me perguntando se está tudo certo."

VASCO NO NBB

"Nós temos time para ficar mais acima na tabela. Ainda tem tempo para trabalhar, a chegada do Dedé mudou bastante a filosofia do jogo, estamos trabalhando muito para a equipe achar a forma que ele quer. Precisamos estar prontos para os playoffs e um grupo experiente como o nosso pode brigar e não ter o nervosismo de um outro elenco que agora está bem, mas não conta com atletas mais rodados. Neste momento é a hora da verdade e o Vasco vai estar pronto."

VASCO X FLAMENGO EM MANAUS

"Estamos com bastante vontade de ir lá e vencer. Para os torcedores que acompanham o time aqui, é ruim pois não tiveram este clássico com as duas torcidas. A maioria foi sem público. Agora irá acontecer em Manaus e estamos esperando esta partida e que seja uma grande festa, com paz nas arquibancadas e com os torcedores cantando e apoiando os times."

ROTINA NO RIO DE JANEIRO

"Estava solteiro, comecei a namorar agora e ela mora na Argentina. Então, fico mais sozinho aqui. Quem está sempre comigo é o Marcellus e o Gaúcho, que não têm filhos. Então vamos muito à praia, por exemplo. Quando tenho um dia de folga, eu busco aproveitar a cidade. Já fui ao Cristo, ao Pão de Açúcar e gosto demais daqui. Estou contente em viver no Rio de Janeiro."

VONTADE DE SER ÍDOLO

"Qualquer jogador que está aqui busca isto. Vou continuar tentando ajudar o time tanto dentro e fora da quadra. A torcida é maravilhosa, é um clube muito grande e isto faz com que eu não sinta muita saudade da minha casa, da Argentina. Vamos ver o que acontece."

BASQUETE BRASILEIRO X BASQUETE ARGENTINO

"Os jogadores aqui no Brasil têm um físico melhor que na Argentina. Pode perceber que quando está acontecendo o aquecimento, todos estão enterrando, fazendo jogadas mais fortes. Na Argentina acho que é um jogo mais pensado, técnico e aqui é um basquete mais atlético."

CAMISA 10

"Na temporada que eu comecei na segunda divisão argentina eu mudei de número. Eu era o camisa 8 e acabei trocando para o 10. Eu sou apaixonado por futebol e o camisa 10 costuma ser o cara que comanda o jogo. Então, decidi usar esta camisa. Aí fui campeão, capitão do time, no Ciclista de Junín. Depois também fiz uma boa temporada na primeira divisão e mantive este número. Quando cheguei no Vasco, o número estava livre, escolhi ele, e também fui campeão."

FUTEBOL VASCAÍNO

"Sempre estou vendo. Ontem vi o jogo contra o Vila Nova e comemorei muito no segundo gol. Quando eu posso, venho a São Januário para assistir, até mesmo sozinho eu venho."

XODÓ DA TORCIDA

"Eu sei que posso causar uma alegria e deixar uma criança feliz ao tirar uma foto comigo. Já estive deste lado também, na minha cidade tinha um time de basquete e eu gostava de tirar fotos com os atletas. Lembro disto e depois dos jogos vou às arquibancadas para agradecer aos torcedores. Através das redes sociais, falam com carinho comigo. Quando cheguei, ficava no banco olhando e ouvindo a torcida e as músicas, tem muitas que são iguais as que cantam na Argentina, só mudam a letra. A verdade é que me apaixonei. Outra coisa que é incrível é que aonde nós vamos jogar, não importa o local do Brasil, sempre tem torcedores vascaínos. Isto é difícil de acontecer em outras equipes e é fundamental para os jogadores em quadra."

ESCOLHA ENTRE FUTEBOL E BASQUETE NA INFÂNCIA

"Quando eu era criança, jogava futebol e era bom! Mas quando fiz nove anos, tive que decidir entre futebol e basquete, porque os jogos eram na mesma hora. Na Argentina o inverno era muito frio, então, jogar às oito da manhã de um domingo com muito frio, era preferível atuar em uma quadra, pois era mais quente. E aí acabei optando pelo basquete e acho que deu certo. Estou feliz por ter feito esta escolha."

Palacios

Fonte: Site oficial do Vasco