Helinho chegou a São Januário e voltou no tempo. Rejuvenesceu quase 16 anos. Do porteiro do ginásio, recebeu um abraço. Da faxineira, cumprimentos e sorrisos. Campeão brasileiro pelo Cruz-maltino em 2001 e 2002 sob o comando do pai, Hélio Rubens, o ex-armador retornou à Colina lidando com um misto de sentimentos. Agora técnico do Franca, virou rival. Só que a idolatria permanece intocável. Na derrota do seu time para o Vasco, nesta quinta-feira, pelo Novo Basquete Brasil, Palácios fez a cesta decisiva, mas foi ele, ao lado de Hélio, o festejado. Gritos da torcida, pedidos de foto. Os dois foram cercados ao fim do duelo e não esconderam a emoção com o reencontro e o carinho recebido no Rio de Janeiro.
- Desde o primeiro momento que viemos treinar na quarta-feira, o pessoal que abriu o portão, é um carinho que eu me sinto sem palavras todas as vezes que venho aqui. Pelo que recebo, pelo que posso passar. São pessoas que vibram e que gostam de mim, os momentos que curtimos. Apesar de ter vindo hoje como adversário, estar em São Januário é sempre motivo de muita alegria. Me sinto em casa. É uma alegria encontrar amigos que trabalharam comigo na época, os vascaínos. É um orgulho e tenho ótimas recordações ao lado de uma torcida maravilhosa. Só o esporte pode proporcionar essa troca de energia. Aprendi a amar e admirar esse clube - disse Helinho após a partida.
O ex-armador desembarcou no Vasco em 2000, ao lado do pai Hélio Rubens. Jogou ao lado de nomes como Rogério, Charles Byrd, Demétrius, Vargas, entre outros. Logo no primeiro ano, o time encarou o Flamengo de Oscar na decisão e venceu a série por 3 a 1, ficando com a taça. Em 2001, mais um título nacional, desta vez diante da equipe de Ribeirão Preto. Mesmo com o Cruz-maltino marcado em sua vida, Helinho deixou o sentimento de lado quando a bola subiu. Reclamou muito da arbitragem e fez de tudo para que Franca vencesse. A derrota na última bola foi doída também para o pai Hélio, que acompanhou tudo do camarote vascaíno à convite da diretoria carioca.
- Vou te confessar que torci para o meu filho, mas que vencesse nos segundos finais (risos). Foi um jogo bonito, isso só engrandece o basquete nacional. Torci para que o jogo fosse bom. É um orgulho para nós ver o Vasco assim. É uma tradição que precisa ser mantida. O Vasco é importante para o basquete por tudo que fez, pelo clube que é. Torço muito para que dê certo. É uma prestação de serviço ao basquete nacional dada a importância desse clube - brincou Hélio Rubens, que hoje atua na diretoria francana, dá palestras e ainda troca ideias com o filho na formação da equipe e na parte tática, apesar de receber propostas para voltar a ser técnico mesmo aos 76 anos.
Franca é a equipe de mais baixa média de idade e com a folha salarial mais barata. Apesar do baixo investimento, o time é o sexto colocado e vinha de seis vitórias até o revés para o Vasco em São Januário. Para Helinho, o Cruz-maltino é um dos favoritos ao título, mesmo com a campanha irregular e com o nono lugar na fase de classificação.
- O Vasco é um dos favoritos ao título. Tem um time experiente e quando chega nos playoffs é que vemos como as coisas vão ser. Eu acho que é fundamental a volta do Vasco, um time de camisa. O basquete no Brasil precisa disso, a formação dos jovens que jogam na base também. Fico orgulhoso de ver o Vasco com a estrutura que está hoje. Um brinco. Fui no Capres (centro de reabilitação), no ginásio, o Vasco está de parabéns pelo trabalho que vem fazendo - diz Helinho.
Aos 41 anos, o ex-armador ainda se experimenta na vida de técnico. Ele só não imaginava que seria tão difícil. O tempo de seleção brasileira como atleta e a experiência adquirida na carreira o ajudam, mas Helinho segue aprendendo a cada rodada do NBB.
- Eu digo que nunca pensei que seria tão bom ser jogador (risos). É muito mais difícil ser treinador, mas estou adorando, crescendo, ganhando mais conhecimento e tarimba. Fazendo o meu trabalho, que esse ano considero vitorioso, com um time jovem, mas cheio de disciplina no que venho passando para eles.
O futuro reserva o destino de Helinho. À frente do projeto francano, ele se esquiva de uma pergunta sobre um possível retorno ao Vasco no futuro. Elogiando o trabalho de Dedé, ele cita que nunca esconderá de ninguém o carinho que sente pelo clube que foi campeão.
- Se eu te falar que não... Todos me perguntam isso. Tenho um elo forte com o Vasco por ter jogado aqui, passado momentos bons, assim como em Franca. O Vasco está bem representado pelo Dedé, faz um ótimo trabalho. O tempo irá dizer se posso voltar ou não. Mas que sou querido e tenho um carinho muito grande pelo Vasco, isso eu nunca vou negar - garante o treinador.
Fonte: GloboEsporte.com
Pai e filho multicampeões pelo Vasco, Hélio Rubes e Helinho reeconcontraram São Januário
O ex-treinador vascaíno Hélio Rubens veio a São Januário na noite da última quinta-feira (23/02) para acompanhar a partida entre Vasco e Franca, válida pela 23ª do NBB 9. O ídolo cruzmalitno presenciou a vitória do Almirante sobre o time comandado por seu filho Helinho, também ídolo da torcida vascaína. Bicampeão Nacional em 2000 e 2001 pelo Vasco, Hélio comandou o time de ouro na melhor fase do basquete cruzmaltino. No dia 14 de janeiro de 2016, o ex-técnico já havia retornardo ao palco em que treinou por muitos anos o Vasco e ficou à frente do time multicampeão na reinauguração do Ginásio Vasco da Gama. Ídolos como Rogério, Helinho, Demétrius, Vargas e Mingão, disputaram o jogo festivo contra o próprio Franca.
Para o ex-treinador é sempre uma grande emoção voltar ao ginásio onde se tornou ídolo da torcida. O antigo comandante do Gigante falou sobre o coração ficar dividido num confronto como este, já que também fez história em Franca (cidade natal) e hoje tem o filho como treinador da equipe.
- A emoção é muito grande. Assisti o jogo de duas equipes que estão no meu coração: Vasco e Franca. O trabalho que fizemos aqui é reconhecido até hoje, é algo bonito que o esporte nos traz. O time atual do Vasco vai se acertar, tudo tem um tempo certo para acontecer. O coração bate mais forte quando venho aqui a São Januário. Sempre fiz tudo com bastante intensidade, como se fosse a última vez, e o Vasco está em meu coração - completou Hélio Rubens.
Apesar de estar do lado oposto no duelo de ontem, Helinho não escondeu a alegria em estar na Colina Histórica. Muito querido pelos vascaínos, que gritaram seu nome nas arquibancadas, o eterno camisa 4 de São Januário falou sobre a emoção de retornar ao local onde teve as maiores conquistas da carreira.
- É sempre muito gostoso estar de volta em São Januário, um lugar que eu tive tanta alegria e tive os maiores momentos da minha carreira. Me sinto muito feliz de estar aqui e ver o Vasco com uma grande equipe, com chances de chegar a final e ser campeão. O Vasco merece isso. Recebo tanto carinho da torcida e dos funcionários e tento retribuir com muito carinho e amor tudo que recebo aqui em São Januário - disse Helinho.
Fonte: Site oficial do Vasco