O presidente da Federação de Futebol do Rio (Ferj), Rubens Lopes, rebateu a ação civil pública do Ministério Público Estadual (MPE), que pede torcida única nos clássicos cariocas. Na avaliação do dirigente, a medida não coibirá a violência. O presidente da Federação considera que os conflitos dentro dos estádios são insignificantes em comparação com as barbáries praticadas nas ruas.
- Ressalte-se que no interior dos estádios a incidência e a prevalência de distúrbios ou atos de violência são estatisticamente insignificantes, em total contraste com os conflitos e barbáries que ocorrem rotineira e frequentemente nas ruas, fatos estes que provavelmente não venham a ser prevenidos ou evitados com o estabelecimento de torcida única - diz o dirigente, que faz questão de destacar que a Ferj não tem responsabilidade sobre a distribuição de ingressos.
Rubens Lopes chama a atenção para, entre outras consequências, o prejuízo financeiro que a medida acarretaria:
- A nosso ver o estabelecimento obrigatório de torcida única nos estádios pune o verdadeiro torcedor, impedindo-o de ver o seu time; pune um clube por reduzir a probabilidade de arrecadação; pune um clube por ser obrigado a jogar tendo contra si apenas a torcida adversária e não impede as manifestações sociopáticas.
Na avaliação do presidente da Federação, a violência no entorno dos estádios é premeditada e nada tem a ver com o calor do jogo.
- Não se tratam de torcidas, mas de facções que não se intimidam, que marcam atos de violência pelas redes sociais; que desenvolvem suas atividades predominantemente fora dos estádios, e muitas vezes à distância dos mesmos, sempre em busca do ataque às outras facções, numa verdadeira guerra pela disputa territorial e pelo poder econômico, ou ainda pelo simples prazer de fazer o mal, sem freios e sem limites. Os fatos e os números mostram isso com muita clareza e de forma incontroversa - destaca.
Apesar de não apoiar a sugestão do MP, o dirigente garante que acatará o que for determinado.
A FERJ cumprirá rigorosamente as decisões legais e coloca-se, como sempre o fez, à disposição para debater e contribuir para a solução dos problemas.
Fonte: Blog Extracampo - Extra Online